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Uma equipa sem Iker, por Iker e para Iker (a crónica do FC Porto-Desp. Aves)

Este artigo tem mais de 4 anos

FC Porto goleou com facilidade Desp. Aves (4-0) com bis de Soares num jogo que marcou o regresso aos relvados de Aboubakar. A figura, essa, não esteve no Dragão esta noite: Iker Casillas.

Jogadores do FC Porto ergueram tarja no relvado antes do início do encontro: uma entre várias homenagens a Casillas no Dragão
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Jogadores do FC Porto ergueram tarja no relvado antes do início do encontro: uma entre várias homenagens a Casillas no Dragão

FERNANDO VELUDO/LUSA

Jogadores do FC Porto ergueram tarja no relvado antes do início do encontro: uma entre várias homenagens a Casillas no Dragão

FERNANDO VELUDO/LUSA

Durante pouco mais de uma semana, o universo do FC Porto viveu um verdadeiro turbilhão de emoções. Todas distintas, todas com o seu respetivo relevo, todas secundárias perante o que aconteceu com Iker Casillas no treino matinal de quarta-feira. Da contestação à equipa após o empate em Vila do Conde à euforia na receção aos juniores que se sagraram campeões europeus, do receio que Sérgio Conceição pudesse mesmo deixar o clube (neste caso, e ouvindo-se as declarações do técnico depois do jogo com o Rio Ave, era percetível que não era essa a intenção do técnico) à esperança gorada de ver o rival Benfica cair em Braga, houve um pouco de tudo. Nada a comparar com situação do espanhol, que marcou a atualidade nos últimos dias.

FC Porto goleia Desp. Aves (4-0) e mantém-se na luta pelo título na noite do regresso de Aboubakar

“Obviamente que a equipa sentiu o problema como sente qualquer problema com qualquer jogador porque é uma equipa muito solidária, como se cada um deles estivesse a passar por aquilo. Primeiro ficámos apreensivos, depois percebemos a gravidade da situação e a equipa está com ele, unida. O futebol faz parte da vida mas a vida em si é muito mais importante do que tudo o resto. O plantel ficou chocado com isso mas não é necessário algo assim para unir o grupo porque tenho um grupo solidário, com um espírito forte. Temos de viver com isto, agora é ajudar. O Iker pode contar com toda a gente do clube”, resumiu Conceição na antevisão ao jogo com o Desp. Aves, horas antes de haver uma visita coletiva ao guarda-redes.

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Um episódio como aquele que aconteceu com Casillas, depois do primeiro jogo na era Sérgio Conceição em que se sentiu no final alguma contestação por parte dos adeptos, mexe com qualquer grupo. Não se trata aqui de dar mais ou menos força – seja ela física, mental ou anímica. Quando um grupo é forte, as adversidades, sejam elas do tipo que forem, sentem-se mas aparecem no caminho para serem ultrapassadas. Esta noite, o FC Porto provou que tem um grupo forte e, em termos exibicionais, conseguiu uma das exibições mais conseguidas da segunda volta, com destaque para a eficácia de passe e pela capacidade de carregar jogo pelos corredores laterais com qualidade. Mas também provou que é um grupo ainda abalado com a situação do companheiro, um dos mais respeitados e quase idolatrados do balneário. E um grupo magoado com as críticas que ouviu depois do empate em Vila do Conde, como se percebeu no final da partida. Até nos festejos dos quatro golos se notou essa noite diferente.

Com o regresso à formula original em termos defensivos com a dupla Felipe-Éder Militão no meio (ficando assim Pepe no banco) e a aposta em dois avançados com a colocação de Soares no lugar de Otávio, o FC Porto teve uma entrada forte no encontro e não demorou a ditar leis ao longo de toda a primeira parte, anulando por completo um Desp. Aves que subiu e muito desde que Inácio assumiu o comando (com algumas mexidas na equipa plenas de resultado, como o lançamento de Luquinhas numa zona mais central do ataque ou Fariña como estratega e elemento referência nas transições) mas que esta noite demorou a “marcar presença” na partida, face às dificuldades em sair com qualidade após recuperar a bola.

Marega, com um movimento que se viria a repetir durante várias ocasiões durante o encontro a nível de construção de jogo, teve o primeiro sinal de perigo logo aos seis minutos, com a bola a circular do corredor esquerdo para o direito tendo Herrera (neste caso foi o mexicano mas podia ter sido Danilo) como “plataforma giratória” até ao cruzamento de Wilson Manafá para o desvio de cabeça do maliano. Pouco depois, numa jogada que recentemente deu golo na Luz entre Pizzi e João Félix, Alex Telles marcou um canto na direita do ataque para o remate na passada de Corona mas a tentativa saiu muito por cima (15′).

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O golo parecia ser uma questão de tempo. E foi mesmo: em mais um lance bem trabalhado no corredor esquerdo, Alex Telles encontrou espaço para poder cruzar à vontade e Corona, entre os centrais, cabeceou como se fosse um ponta-de-lança à antiga e desviou com classe de Beunardeau para o 1-0 (18′). Pouco depois, nova solicitação do mexicano ao segundo poste com corte de Jorge Fellipe com o braço para canto, num momento assinalado pelo VAR e confirmado pelo árbitro Hugo Miguel que permitiu a Soares aumentar a vantagem dos azuis e brancos à passagem da meia hora de penálti, transformado pelo avançado depois de uma conversa com Alex Telles (o habitual marcador dos dragões) para poder cobrar o castigo máximo. O FC Porto dominava por completo e podia até ter fechado por completo as contas no primeiro tempo, em mais uma jogada onde o inspirado Corona encontrou espaço para fazer um remate que passou muito perto da trave da baliza dos avenses (36′).

Rodrigo, um dos laterais com números e exibições mais interessantes desta Primeira Liga, ainda tentou um remate com algum perigo mas a bola saiu ao lado mesmo em cima do intervalo. Contas feitas, Vaná, o substituto de Casillas na baliza dos azuis e brancos, não fez uma única defesa ao longo do primeiro tempo, sendo testado logo depois do intervalo com uma tentativa de Derley na área descaído na direita que obrigou o brasileiro a defender para a frente antes de Éder Militão (o melhor portista na defesa ao longo do encontro) aliviar da zona de perigo (47′). Podia ter começado ali uma reação dos visitantes, que ao intervalo prescindiram das cinco unidades sem bola no setor recuado com a saída de Jorge Fellipe e a entrada de Braga; ao invés, esse lance foi apenas uma exceção entre o deserto de oportunidades e ideias que foi o segundo tempo.

Brahimi, em mais um dos típicos lances a fazer a diagonal antes de tentar o remate em jeito, ainda tentou dar um “safanão” na partida e ficou a protestar (com razão) um desvio no braço de um jogador avense que no mínimo teria de valer canto. Pouco depois, Alex Telles tentou a meia distância em vez do cruzamento mas Beunardeau segurou bem. O FC Porto estava adormecido, acordou com dois abanões e chegou à goleada com duas simples acelerações que tiveram Marega como protagonista: primeiro o maliano foi à linha cruzar atrasado para Wilson Manafá aproveitar um corte incompleto de Diego Galo e fazer o primeiro golo pelos azuis e brancos (68′), depois permitiu que Beunardeau impedisse o golo quando surgiu isolado mas, na recarga, Soares fuzilou depois de um passe artístico de calcanhar de Brahimi (70′).

Com as contas resolvidas, foi tempo das palmas para alguns dos jogadores mais importantes no plantel azul e branco: Alex Telles foi o primeiro a ser poupado entrando Otávio, seguiu-se Herrera (que vai falhar o próximo encontro com o Nacional por castigo) que deu lugar ao espanhol Óliver Torres e, a 11 minutos do fim, Marega, num dos momentos da noite pelo regresso de Aboubakar à competição quase oito meses depois da grave lesão contraída numa partida frente ao Tondela. Brahimi, num sprint onde foi forçado por Vítor Costa a rematar com poucas condições para defesa de Beunardeau, teve a última ameaça mas o encontro já estava “fechado”. O encontro que foi um dos mais estranhos na presente temporada no Dragão.

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