O presidente do INEM autorizou que o helicóptero de emergência médica fosse utilizado por uma amiga, doente terminal, cujo estado era desaconselhado para transportes aéreos. Segundo o Jornal de Notícias, que traz a história na edição desta sexta, tudo se terá passado em janeiro, quando Paulo Campos foi ao Hospital de Cascais visitar a amiga e acabou por tratar da sua transferência para o Hospital de Abrantes, onde a mulher viria a morrer.

Segundo o hospital, consultado pelo JN, Paulo Campos disse ser “médico assistente/amigo da família” e que foi “a pedido da família/médico assistente” que a doente foi transportada de helicóptero. Ora, a amiga de Paulo Campos sofria de cancro do pulmão em estado avançado, entre outros problemas, pelo que o seu transporte em helicóptero constituía uma “contraindicação absoluta”, segundo as regras de utilização do meio aéreo do INEM, consultadas pelo jornal.

Paulo Campos diz que não sabia que amiga estava em estado terminal, apenas que era “uma doente crítica, sem prognóstico definido”. A paciente morreria poucos dias depois, já no Hospital de Abrantes, que anunciou que vai fazer uma averiguação interna, rejeitando, no entanto, quaisquer responsabilidades no que ao transporte da doente diz respeito.

Também o Hospital de Cascais esclareceu ao JN que não foi ninguém da sua equipa que pediu o transporte de helicóptero. O INEM, por sua vez, apenas confirma que foi Paulo Campos a autorizar o uso daquele meio, mas não diz exatamente quem o pediu. Esta foi a primeira vez que um helicóptero fez um serviço no Hospital de Cascais.

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