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João não se rende por dá cá aquela Palh(inh)a (a crónica do Sporting-Moreirense)

Este artigo tem mais de 3 anos

Pote marcou o quarto bis da temporada e teve uma bola na trave mas reviravolta do Sporting com o Moreirense teve em Palhinha o fiel espelho de uma equipa que ganha mesmo quando não brilha (2-1).

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Pedro Fiuza

Pedro Fiuza

A recente entrevista de Adel Taarabt ao jornal Record e a frase onde colocava o FC Porto como grande adversário acabou por marcar a antecâmara da receção do Sporting ao Moreirense. “As declarações dos jogadores dos outros clubes são-me completamente indiferentes. Agradeço-lhe, porque até me facilita o meu trabalho com os jogadores. É completamente indiferente o que pensam”, atirou Rúben Amorim, “jogando” com a colocação dos leões na posição de outsider onde se mostram cada vez mais confortáveis apesar dos quatro pontos de avanço que tinham no Campeonat oà entrada para a oitava jornada da prova quase como se essa ideia de que a luta pelo título está circunscrita apenas a dois candidatos fosse a melhor estratégia para manter e reforçar essa posição atual.

Sporting vence Moreirense com bis de Pedro Gonçalves e reforça liderança no Campeonato

“O plantel tem sabido lidar [com a pressão]. Vamos pensando jogo a jogo. Os jogadores estão bem, sabem que precisam de vencer para manter a classificação. Neste caso, aconteça o que acontecer, estaremos na liderança no final da jornada. Vencendo vamos ficar duas semanas na liderança e é isso que queremos mas o foco é como fazê-lo e manter a dinâmica. Estamos no início, está tudo muito junto na tabela. Estaria mais pressionado se estivesse em terceiro ou em quarto lugar do que em primeiro e os jogadores têm de se sentir confortáveis com isso”, destacou o treinador verde e branco, antes de falar dos segredos para o bom arranque de temporada.

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“O segredo é a união da equipa e a qualidade dos jogadores. São realmente bons jogadores, têm crescido. Isso foi visível no crescimento do [Daniel] Bragança, do [Gonçalo] Inácio… O facto de esses jovens mostrarem mais qualidade aumenta o nível do treino. Começam a contar nas escolhas e depois são muito ambiciosos. A união e a forma de estar destes jogadores são a grande vantagem desta equipa”, referiu, antes de falar numa transformação no Sporting “que não é só o treinador mas de muita gente”, falando a propósito dos elogios do avançado Pedro Mendes, agora cedido ao Almería, e explicando por exemplo que Pedro Porro, lateral direito que foi cedido por duas temporadas pelo Manchester City, estava na lista do clube mas que não era um jogador conhecido.

Separados, apesar da qualidade individual entre o plantel verde e branco, grande maioria dos elementos poderia passar ao lado. Juntos, estão a ser a atenção de todos. Pela capacidade de ganhar, pela missão de jogar bem, pela ambição de ganhar também uma vaga entre os elementos mais utilizados, como aconteceu no recente encontro da Taça de Portugal frente ao Sacavenense com Gonçalo Inácio, Matheus Nunes, Jovane Cabral, Daniel Bragança ou Pedro Marques, a última esperança do ataque leonino com dois golos saído do banco. Foi essa forma de estar nos jogos (e provavelmente, ou de certeza, nos treinos) que permitiu ao Sporting chegar à sétima jornada com 19 pontos e na liderança isolada como só em 1994/95. Era essa a forma de estar que poderia manter assim o cenário.

Pela frente estava o Moreirense, equipa mais assolada pelo problema da Covid-19 na Primeira Liga que teve mesmo de fechar instalações, colocar os poucos elementos não infetados em isolamento e lidar em paralelo com uma troca de treinador, saindo Ricardo Soares e entrando César Peixoto, também ele impedido de estar no encontro da Taça de Portugal após ter contraído o novo coronavírus. “Estes são os jogos mais fáceis de preparar. É natural que todos queiram jogá-los, porque dão mais motivação e visibilidade. Contudo, também são difíceis e temos de saber gerir a equipa no plano emocional. Isso depende da forma como cada um aborda a pressão de jogar em Alvalade. Os atletas devem ter noção dos seus comportamentos e querer ser protagonistas. Vamos ter dificuldades e teremos de saber sofrer, mas, com bola, tentar apresentar qualidade para jogar e ser corajosos. Acima de tudo, temos fazer com que os jogadores se divirtam”, tinha lançado o novo técnico na antevisão do jogo.

Ficha de jogo

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Sporting-Moreirense, 2-1

8.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Vítor Ferreira (AF Braga)

Sporting: Adán; Luís Neto, Coates, Feddal; Pedro Porro, Palhinha, João Mário (Matheus Nunes, 78′), Nuno Mendes (Jovane Cabral, 61′); Pedro Gonçalves (Antunes, 84′), Nuno Santos e Sporar (Tiago Tomás, 78′)

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma, Daniel Bragança e Tabata

Treinador: Rúben Amorim

Moreirense: Mateus Pasinato; D’Alberto, Rosic, Steven Vitória, Afonso Figueiredo (Matheus Silva, 61′); Fábio Pacheco, Gonçalo Franco (David Tavares, 61′), Alex Soares (Ibrahima, 84′); Felipe Pires, Walterson (Derik, 61′) e André Luís (Galego, 72′)

Suplentes não utilizados: Miguel Aires, Ferraresi e Reynaldo

Treinador: César Peixoto

Golos: Luís Neto (3′, p.b.) e Pedro Gonçalves (8′ e 75′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Derik (74′), Nuno Santos (78′) e Galego (82′)

Lançou e cumpriu, com o retrato dessa filosofia a demorar apenas três minutos a aparecer. Sim, é certo que foi Luís Neto, na própria baliza, que inaugurou o marcador a favor do Moreirense mas toda a jogada foi bem construída, com o corredor central a saltar bem a primeira linha de pressão, D’Alberto a aparecer bem nas costas de Nuno Mendes pela direita e o central a fazer um autogolo quando tinha um adversário ao segundo poste para encostar. Da saída rápida à facilidade com que colocou vários elementos em zona de finalização, os cónegos tiveram muito mérito na forma como chegaram ao 1-0, da mesma forma como o Sporting teve no empate apenas cinco minutos depois mesmo não sendo o golo mais bonito do ano: cruzamento de Nuno Santos da esquerda após interceção de Nuno Mendes, bola a pingar após saída de Pasinato e Pedro Gonçalves a dar o último toque de forma quase involuntária quando Fábio Pacheco tentava tirar a bola da zona de perigo perto da baliza dos visitantes.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Moreirense em vídeo]

Os leões começavam a assumir o controlo do jogo, com uma maior exploração do que é normal do passe longo em profundidade entre lateral e central para explorar os movimentos de Sporar, até porque João Mário, com vários adversários sempre que tinha a posse, não conseguiu ter a mesma preponderância no plano ofensivo do que tem sido habitual. Coates, num cabeceamento que passou por cima da baliza após canto (15′), deu o primeiro sinal de perigo na tentativa de reviravolta ainda antes do intervalo, antes de Sporar desviar à trave após cruzamento de Nuno Santos (22′). O extremo teria ele próprio uma boa chance pouco depois da meia hora mas os visitantes foram conseguindo estabilizar o jogo, acertar marcações e terminar com o último remate antes do final dos 45 minutos iniciais, depois de dois cruzamentos vindos da direita que Adán agarrou no relvado.

O segundo tempo recomeçou com o Moreirense a estar ainda mais confortável no jogo sem bola, ao mesmo tempo que a posse crescente do Sporting tinha pouca ou nenhuma objetividade. Os leões iam circulando, tentavam pôr a bola preferencialmente no corredor esquerdo com Nuno Santos ou Nuno Mendes em zona de cruzamento, mas a bem organizada defesa dos cónegos ia controlando sem grandes problemas. Sporar, numa noite que cedo se viu que não seria a melhor em Alvalade, teve o único remate que saiu fraco e à figura de Pasinato. Rúben Amorim queria mais, Rúben Amorim pedia mais, Rúben Amorim procurou mais com a saída de Nuno Mendes e a entrada de Jovane Cabral, que se colocou na direita do ataque com Pedro Gonçalves a jogar mais por dentro.

Essa mudança acabou por ser fundamental no que seria o resto do jogo, com uma primeira ameaça de Pote num fantástico remate em arco de fora da área que bateu na trave (69′) antes do 2-1 em nova tentativa rasteira onde o guarda-redes Pasinato não ficou nada bem na fotografia (75′) – embora logo no minuto seguinte tenha evitado novo golo com uma boa intervenção para canto. Adán, esse, acabou o jogo sem fazer uma única defesa. De forma inevitável, o médio ofensivo que fez o quarto bis da temporada tornou-se a figura da noite em Alvalade mas João Palhinha foi o espelho da vitória leonina: quando a equipa estava à procura do resultado nunca fugiu às linhas de passe, ganhou metros e foi empurrando a equipa para a frente; quando a reviravolta estava feita, continuou a somar desarmes e intervenções determinantes para segurar a vantagem. É assim que se faz uma equipa, neste caso uma equipa capaz de começar o Campeonato a ganhar 22 dos 24 pontos que teve em disputa.

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