Joseph Blatter foi reeleito presidente da FIFA esta sexta-feira pelo congresso, depois da desistência do príncipe Ali, seu único adversário, na segunda volta das eleições. Este será o quinto mandato de Blatter na organização que regula o futebol no mundo, após 17 anos no cargo.

Em um rápido discurso de agradecimento, Blatter agradeceu os votos recebidos. “Agradeço a todos que me aceitaram pelos próximos quatro anos. Estarei no comando deste navio que é a FIFA. Nós o traremos de volta ao alto mar”, afirmou.

Sobre os planos para o novo mandato, avança: “Precisamos de mulheres nesta comissão. Precisamos das mulheres. (…) Não tocaremos no Mundial. (…) Ao final do meu mandato, darei à FIFA o meu sucessor”. E concluiu: “Sou um homem de fé. Deus, Allah, seja quem for, eles irão nos ajudar a trazer de volta a Fifa. (…) Gosto do meu emprego. Não sou perfeito. Ninguém é perfeito. Juntos conseguiremos”.

O príncipe Ali fez um breve comentário à imprensa. “Gostava apenas de agradecer a todos. Foi uma jornada incrível. Quero agradecer sobretudo a todos que foram bravos em votar em mim”, afirmou.

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Em comunicado enviado à imprensa, a Federação Portuguesa de Futebol condenou a recondução de Blatter à presidência da FIFA. “O processo eleitoral não decorreu normalmente e estas eleições foram marcadas por acontecimentos que deveriam ter obrigado ao adiamento das mesmas. (…) A recondução de Joseph Blatter prova que Luís Figo tinha razão quando se recusou a caucionar este processo”, afirma. A federação diz ainda que “continuará a pugnar por uma FIFA diferente, uma FIFA democrática e transparente que coloque os interesses do futebol acima de todo e qualquer interesse pessoal”.

As 209 federações de futebol tiveram de realizar uma segunda volta do escrutínio. Blatter não garantiu os dois terços necessários para garantir a vitória na primeira etapa. Os apoios importantes ao príncipe jordano, vindos de federações tais como as várias (quase todas) federações europeias, os Estados Unidos da América, o Canadá e a Nova Zelândia,  não foram suficientes para derrotar o atual presidente.

A reeleição do suíço acontece no meio de uma tempestade: uma investigação desencadeada nos EUA levou à detenção de vários atuais e ex-diregentes da FIFA, esta semana, sob acusação de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro. Os implicados terão recebido, no total, cerca de 137 milhões de euros. Sete dos suspeitos foram detidos em Zurique, enquanto diversos outros dirigentes estão a ser investigados.