Como é que um objeto que vem a “cair do espaço” a velocidade supersónica pode aterrar suavemente na superfície de Marte? Usando um páraquedas e uma “bóia” de salvamento. E esta quarta-feira a NASA (agência espacial norte-americana) espera voltar a fazer um teste a esta tecnologia que permite a entrada, descida e “aterragem” segura de equipamentos e géneros em Marte – o Low-Density Supersonic Decelarator (LDSD).

O projeto LDSD, conduzido pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena (Califórnia), “é importante para as missões futuras da agência: tem tudo a ver com massa, velocidade e segurança”, lê-se na página da NASA. Estando a planear uma missão robótica e humana tão ambiciosa a Marte, a agência espacial norte-americana precisa de arranjar maneira de reduzir a velocidade supersónica dos objetos quando entram na atmosfera do planeta vermelho e antes de colidirem com a superfície.

O voo de teste de 45 minutos ao “disco voador” ou ovni poderá acontecer esta tarde, às 18h30 (hora de Lisboa), se as condições meteorológicas o permitirem. O lançamento será feito a partir de base da Marinha norte-americana em Kauai (Havai) – Navy’s Pacific Missile Range Facility. Um balão, normalmente usado em trabalhos de meteorologia, levará o disco até aos 37 quilómetros de altitude. De seguida, um propulsor conseguirá levá-lo até aos 55 quilómetros e aumentará a velocidade até três vezes a velocidade do som. Durante a queda, a velocidade supersónica do disco será diminuída: primeiro, por uma bóia em forma de donut; depois, com uma páraquedas.

O primeiro teste ao disco de 4,5 metros de diâmetro e mais de três toneladas foi realizado em junho de 2014. Na altura os técnicos aperceberam-se que o sistema de páraquedas não estava a funcionar corretamente. Agora as atenções estarão principalmente centradas no páraquedas de 30 metros de diâmetro quando aberto – uma estrutura com o dobro do tamanho da que foi usada na “aterragem” do veículo de uma tonelada, Curiosity, em Marte.

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