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O convite partiu de Fernando Tordo e de José Carlos Ary dos Santos: “Nós vamos à Festa do Avante. Queres vir?” Paulo de Carvalho não era ainda militante comunista — só viria a aderir ao partido em 1980. Tinha, no entanto, simpatia pelas ideias de esquerda e estava solidário com amigos artistas diretamente envolvidos na luta política. Foi. Não tanto por ser o intérprete de um dos temas que serviu de senha para a Revolução de Abril, mas porque a primeira Festa do Avante! lhe dava a oportunidade de se juntar a “milhares de pessoas que queriam construir um Portugal diferente”.
Às 22h de sexta-feira, 24 de setembro de 1976, o dia de abertura, subiu com Fernando Tordo ao Palco 2 da FIL, cada um com a sua viola. E ficou esmagado com a quantidade de gente ali reunida de pé. “À minha frente, tinha, pela primeira vez, uns bons milhares de pessoas muito apertadas, num enorme entendimento, num ambiente de solidariedade. Ninguém empurrava ninguém…” Para quem esperava ouvi-lo cantar “E depois do adeus”, porém, terá sido uma desilusão: a canção que serviu de senha aos militares a caminho da democracia ficou por cantar.
Quarenta anos depois dessa data, Paulo de Carvalho explica: “Não foi uma opção, foi uma impossibilidade. Fomos só os dois cantar à viola, e, dessa maneira, aquela cantiga não surtia efeito. Eu imaginava-a sempre com uma orquestra”, diz ao Observador. “Além disso, só muito depois é que ‘E Depois do Adeus’ ganhou importância. A canção da Revolução era o ‘Grândola Vila Morena’ e o verdadeiro cantor de Abril era o Zeca Afonso e não eu”, acrescenta. Ironicamente, José Afonso não foi convidado a atuar na primeira Festa do Avante! Entoou-se a Grândola por tudo e por nada, mas nada de “E Depois do Adeus”.
Em pleno PREC, começou a ganhar forma em Portugal a ideia de organizar um evento na linha das grandes festas dos jornais de partidos comunistas europeus. Havia os exemplos do francês L’Humanité e do italiano L’Unità. Por que não fazer em território nacional um acontecimento que se tornasse incontornável na vida cultural do país?
“O que definiu a possibilidade de pôr a Festa em prática foi a descoberta de um local adequado. E isso aconteceu na passagem de ano de 1975 para 1976”, recorda ao Observador Ruben de Carvalho que, viria a assumir a responsabilidade de definir a programação cultural da Festa do Avante! Manteve essas funções ao longo de quatro décadas. Esta sexta-feira começa mais uma edição, a que assinala 40 anos.
As grandes manifestações intelectuais eram, então, ainda escassas no país. Por isso, quando o Partido Comunista Português anunciou a realização da primeira Festa do Avante! nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 1976, tornou-se claro que aquele acontecimento daria que falar. “Organizar a Festa seis meses depois do 25 de Novembro [de 1975], foi um ato de grande coragem política e cultural”, diz José Jorge Letria, então militante comunista e um dos elementos que teve a cargo a organização da parte artística do encontro. Desde então, sucedem-se os artistas e as histórias em palco.
Ajudar em troco de uma sandes e uma imperial
No meio dessa multidão do primeiro dia estava José Pedro Reis, que hoje todos conhecem por Zé Pedro, o guitarrista dos Xutos & Pontapés. “Quis fazer parte daquele ambiente. Foi um happening enorme e diverti-me até às lágrimas. Estávamos em pleno PREC, vivia-se num espírito de camaradagem e revolução”, conta ao Observador. “Nunca fui militante, mas gostava daquela atmosfera de solidariedade que permitia chegar lá sem dinheiro, dar uma ajuda e, em troca, receber uma sandes e uma imperial”, acrescenta.
Tornou-se frequentador habitual ainda antes de ser convidado para atuar na Festa com os Xutos. Chegava no primeiro dia e ia ficando por lá, acampado ao relento, sem tendas nem sacos-cama. “Aquele foi, durante muito tempo, o festival dos festivais. Nada se comparava: havia a componente política e emocional inerente à altura, mas também um cartaz musical muito atento ao que se passava à nossa volta e às tendências da World Music”, diz Zé Pedro.
Em 1980, chegou o primeiro de vários convites para os Xutos integrarem o cartaz da Festa. “Tocámos num palco feito com contentores, durante a tarde. Nessa noite, foram lá os Dexys Midnight Runners”, recorda. Depois dessa, regressaram muitas vezes, mas uma ficou para sempre na memória do guitarrista: “Tocámos ao pôr-do-sol e a luminosidade do lusco-fusco deixava-nos perceber a quantidade enorme de gente que estava a assistir. Depois caiu a noite.”
Foi também por essa altura que Ruben de Carvalho decidiu convidar um miúdo de 23 anos que lançara um álbum de estreia promissor. O rapaz chamava-se Rui Veloso. “A negociação do caché foi mais ou menos dura. Eu achava que ele podia pagar-me mais, mas deram-me 40 contos”, revela ao Observador. Ali começou uma amizade para toda a vida. “O Ruben é um homem muito conhecedor e está sempre presente. É uma pessoa por quem tenho uma enorme estima”, explica Rui Veloso.
De facto, Ruben de Carvalho é uma figura central na organização dos espetáculos. Diz com sentido de humor que nunca viu a Festa porque está sempre nos bastidores. “Chego lá na quinta-feira e fico até segunda. Dizem-me que há sítios onde se comem umas coisas bestiais e eu fico furioso. Mas toda a gente sabe onde é que me encontra: algures atrás do palco”, diz ao Observador.
Ao longo de 40 anos, pelas suas contas, terão passado mais de 30 mil artistas pelo Avante!, levando ao palco músicos de todo o mundo e de diferentes estilos. Para se manter atualizado, Ruben de Carvalho procura estar “atento ao que sai de novo em todo o mundo”. Só no último ano, ouviu “400 discos”. Lê, ouve conselhos, recebe dicas, propostas e sugestões. E depois convida quem entende. O facto de um cantor não ser comunista não é impedimento para que seja desafiado a atuar na Festa. Exemplo disso é Rui Veloso, mas há muitos mais. “Nunca me senti desconfortável por esse motivo”, garante.
Ruben não se limita a escolher os músicos: muitas vezes é dele que partem conceitos para espetáculos. Há uns anos, o pianista Mário Laginha recebeu um telefonema do programador do Avante!: “Mário, tens tempo para ir comer um bacalhau comigo?” Foram ao Búzio, na Praia das Maçãs, perto da casa do músico. E foi lá que o histórico comunista lhe fez uma proposta. “Queria que eu e o Bernardo Sassetti fizéssemos um repertório a dois pianos com músicas ligadas ao 25 de Abril e a processos revolucionários de outros países. Ainda estávamos à mesa quando liguei ao Bernardo, que aceitou logo”, conta Laginha.
Ao fim de dois meses de trabalho, os dois pianistas juntaram-se para gravar Abril a quatro mãos — Grândolas. Fizeram tudo num dia, de manhã à noite, e estrearam o trabalho na Festa seguinte. “Foi um dos concertos mais emotivos em que participei. As pessoas cantavam todas em uníssono canções como o ‘Venham mais cinco’ e o ‘Traz outro amigo também’, mas muito baixinho para não se sobreporem aos pianos. Ainda há quem venha ter comigo e me diga que lá estava e que se emocionou muito no concerto”, recorda.
Mário Laginha perdeu a conta às vezes em que esteve na Festa: foi lá com o Quinteto Maria João, com Pedro Burmester, com o Sexteto Jazz Lisboa, com Bernardo Sassetti, com o seu Trio e com André Fernandes. Um percurso curioso para quem começou a frequentar este evento no público. “Ainda adolescente, vi o Chico Buarque na primeira vez em que ele cá esteve. Cantei e gostei imenso. Também me lembro de um concerto na época áurea dos Trovante. Eu adorava aquilo!”
O gordo do copo de gin
Durante algum tempo, o ponto de encontro para os artistas era no Hotel Penta (atual Marriott), em Lisboa. Dali saíam as carrinhas que os conduziam ao recinto. E foi à porta do enorme edifício que Rui Veloso teve um encontro imediato: “Eu era pequenote, não tinha carro e estava à espera que me levassem e aparece um homem gordo, de copo de gin na mão, que me dá uma palmada bruta no pescoço e me diz com uma voz grossa: ‘Gosto muito do teu trabalho!’” Era José Carlos Ary dos Santos. Os dois não voltaram a ver-se. O poeta morreu pouco depois.
Quando chegou ao Alto da Ajuda, o músico teve facilidade em integrar-se. “Conheci muita malta do Comité Central, o público era meio freak, meio misturado, havia velhos comunistas com barbas à Che Guevara, boinas. E encontrava-se uma boa seleção de livros e discos. Era e ainda é claramente uma festa do Partido Comunista, com todos os ícones bem identificáveis. Mas a onda foi sempre muito boa”, assegura.
Na primeira vez que tocou no Avante!, Rui Veloso ficou chocado quando percebeu que os cubanos Irakere estavam acompanhados por controleiros. “Fez-me muita impressão ver que havia gorilas a escutar as conversas deles. E fiquei espantado quando percebi que eles não tinham instrumentos musicais. Era tudo do Estado”, revela.
Além dos cubanos, Rui Veloso também conviveu com músicos da banda de Ivan Lins. “Fomos para a minha casa em Carnide e ficámos a tocar viola no chão. Eu não tinha móveis. Um deles, o baixista Artur Maia, tinha uma voz muito fininha e pôs-se a cantar uma coisa ótima ao violão. Perguntei o que era: ‘É Dijavan’, respondeu-me. E foi assim que eu fiquei a conhecer Djavan.”
Rui Veloso guarda também a memória do momento em que tentou fotografar Álvaro Cunhal no backstage. “Apontei-lhe a máquina e ele virou-me as costas. Ainda tenho essa fotografia, com ele de lado. Não gostou nada que eu tivesse feito aquilo.”
Um homem inconfundível
Cunhal era uma presença ímpar no Avante! “Quando ele passava, as coisas paravam. Era um peso pesado, a maior de todas as referências, um homem com um carisma absolutamente espetacular”, lembra Fernando Tordo. Assim que o histórico secretário-geral comunista subia ao palco, havia um barulho ensurdecedor. Quando começava a falar, a Festa mergulhava num silêncio sepulcral. “As pessoas precisavam de entender as perspetivas dessa altura, de ouvir as palavras de um líder e ele era um líder”, acrescenta.
Vitorino lembra-se bem da ocasião em que o cumprimentou de longe nos bastidores. “Eu e o Zeca Afonso estávamos atrás do palco. Ele viu-nos e fez-nos um aceno de cabeça elegante. Não era muito fácil chegar a ele.” Para o cantor, porém, a Festa ia muito para além do comício: “Era uma peregrinação. Até então, não se tinha feito nada com aquelas características. O Estado Novo proibia os ajuntamentos.”
Nesses dias, diz o músico, não se dormia. “Vínhamos de uma rutura social muito forte, de quase 50 anos em que não se podia conviver livremente. De repente, estavam ali milhares de pessoas a dizer e a falar sobre o que queriam. As revoluções, quando ainda fervem, são muito livres.”
Cantar com José Afonso foi um privilégio para Vitorino, que entrou no palco com um casaquinho de veludo preto, camisa branca e boina, e encarou milhares de pessoas sentadas no chão, “numa onda muito make love, not war”. Vitorino cantou “Traz outro amigo também” e “Venham mais cinco”. Zeca respondeu com a moda alentejana “Fui comer uma romã”.
Os dois eram amigos e pertenciam a um grupo de que também faziam parte Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais e Janita Salomé. “O Zeca ensinou-nos a partilhar”, diz Vitorino. E isso é algo que o cantor se habituou a fazer sempre que vai ao Avante! Às vezes leva vinho de produção própria, outras um petisco para comer com outros artistas, como fez com o brasileiro Baden Powell, com quem se sentou a uma das grandes mesas redondas dos bastidores.
O dia em que Chico cantou para Portugal
A presença de músicos estrangeiros foi, durante muito tempo, um grande atrativo da Festa. Ali aconteceu a estreia de muitos deles em Portugal, como Judy Collins, Dexys Midnight Runners, Cheb Mami, Ivan Lins, Mercedes Sosa, Edú Lobo, Gonzaga e Gonzaguinha, Simone e Chico Buarque. O concerto de Chico é, de resto, um dos momentos altos da história musical do Avante!
“Chegámos a ele através de uns camaradas que viviam no Brasil e tinham boas relações com ele, na altura da ditadura dos generais. O Chico, como de costume, era para vir sozinho e apareceu com o Edú Lobo, MPB4 e Simone”, recorda Ruben de Carvalho ao Observador. O espetáculo aconteceu no dia da morte de Vinicius de Moraes, 9 de julho de 1980. “Juntaram-se todos em palco para cantar o ‘E se todos fossem iguais a você’. Foi um momento muito emotivo.”
Há um cantor que Ruben Carvalho tem pena de nunca ter levado ao Avante!: Bruce Springsteen. Viu-o em Nova Jérsia, em Nova Orleães e no Rock in Rio, mas lamenta jamais ter conseguido que ele fizesse parte da programação da Festa. Na verdade, com o aparecimento dos festivais de verão e a aposta desses eventos na música anglo-saxónica, o Avante! acabou por se direcionar mais nos artistas nacionais, dando particular atenção aos novos valores.
Nessa linha, Ruben de Carvalho deu espaço vários músicos em início de carreira. Em 1996, convidou uma jovem banda do Porto que acabara de lançar o disco de estreia: foi a primeira de muitas atuações dos Clã na Quinta da Atalaia. “Tocámos logo no palco principal, foi um bocado arriscado. Nunca tínhamos estado num palco tão grande, tão distantes uns dos outros. Para nós foi incrível, foi o nosso primeiro festival. Nessa altura não havia muita coisa do género a acontecer em Portugal”, diz Hélder Gonçalves.
Por opção, os Clã nunca tiveram qualquer ligação a partidos políticos. “O Avante! será a única exceção, porque não sentimos que a nossa presença ali tem qualquer conotação política. A verdade é que nunca tocámos no dia do comício, talvez nessa altura o ambiente seja mais partidário”, explica, reconhecendo, porém, que os símbolos comunistas continuam bem visíveis na Festa. Ainda há “hippies de 1974 que se mantêm hippies, gente mais velha misturada com os mais nova, uma fauna muito transversal”.
E, de facto, para os portuenses, é isso que o Avante! representa: um evento transversal, onde se juntam músicos de áreas tão distintas como a clássica, o jazz e o rock. “O nosso contacto com a World Music teve muito a ver com a Festa”, reconhece Hélder Gonçalves. Ao longo dos anos, os Clã terão atuado sete ou oito vezes na Quinta da Atalaia. E se a banda mantém com o Avante! uma relação especial, a verdade é que também já houve momentos de turbulência. Em 2004, depois do lançamento do álbum Rosa Carne, os músicos foram mais uma vez convidados a atuar na Festa, como sempre com tempo pré-definido. Respeitando o que lhes tinham pedido, desenharam um concerto com 45 minutos e ensaiaram de forma a cumprir rigorosamente esse limite.
No próprio dia, ficaram a saber que teriam de encurtar o espectáculo, mas logo alguém deu o dito por não dito e a banda subiu ao palco a pensar que tudo seria como planeado. “Já lá em cima cortaram-nos mesmo o tempo. Não pudemos usar os nossos trunfos, tínhamos deixado os temas mais fortes para o fim e não chegámos lá. Fiquei muito zangado e a cena está gravada num documentário”, conta Hélder Gonçalves.
Coube a Ruben de Carvalho pôr água na fervura: “Peço muitas desculpas. Para o ano vêm cá outra vez e tocam o tempo que quiserem”. Assim foi. No verão seguinte, os Clã tocaram quase duas horas, sem sobressaltos. A relação entre as duas partes não se ressentiu por causa do episódio.
Hoje, a Festa do Avante! não é, como em tempos, um dos únicos acontecimentos culturais de relevo no País, mas manteve-se plural e diversa, e assumiu-se como um espaço privilegiado para a celebração da língua portuguesa. Desta vez, além de tudo o resto, há uma surpresa reservada para os milhares de pessoas que rumarem à Quinta da Atalaia. Quarenta anos depois, Paulo de Carvalho vai, por fim, reparar uma falha que já vem do tempo da primeira edição. Em palco, ao lado dos Xutos & Pontapés, vai por fim cantar o tema que um dia ficou de fora: “E Depois do Adeus”.
Uma ausência de peso
De volta à primeira edição da Festa do Avante. “[Naquele contexto] era importante que os cantores de Abril estivessem presentes”, explica o atual presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. Havia nomes obrigatórios no primeiro cartaz, como os de Adriano Correia de Oliveira, José Manuel Barata Moura, Fernando Tordo, o do próprio José Jorge Letria ou o do Conjunto Outubro, entre outros.
A ausência mais pesada, porém, foi a de José Afonso. “O Zeca não esteve nessa Festa, como não esteve noutras. Suscitava reservas na direção do Partido desde que se identificara com posições à esquerda, apoiando a LUAR e Isabel do Carmo, por exemplo. Levou-se demasiado tempo a permitir que o Zeca participasse na Festa do Avante! Só quando ele ficou doente é que isso foi ultrapassado”, lembra José Jorge Letria.
“Já não sei porque é que o Zeca não foi à Festa, mas não excluo que possa ter havido umas parvoíces políticas. É preciso ver que a importância das coisas depende dos tempos. Hoje, para nós, seria impensável que ele não estivesse presente”, diz Ruben de Carvalho. Além dos artistas incontornáveis, a primeira edição trouxe a Portugal vários estrangeiros, como Pi de la Serra, Area, Reel Union, Steve Waring, e Benedicto e Bibiano.
Na primeira noite, uma multidão acorreu à FIL para fazer parte do fenómeno. Às 22h, quando subiu ao Palco 2, Fernando Tordo ficou “abismado”. “Atuar para uma multidão daquelas provocava uma sensação poderosa, deviam estar ali perto de 50 mil pessoas. Mas o sufoco dentro dos pavilhões era incomportável”, diz ao Observador.
“Recordo-me muito do Adriano Correia de Oliveira, de estarmos ali sentados atrás das colunas à conversa, a beber uma cervejinha e a fumar um cigarro, com muito calor. A Festa foi um êxito desde o primeiro minuto, juntou-se uma avalanche num sítio desenhado para dez vezes menos pessoas.” Tornou-se logo evidente que o Avante! precisava de um sítio maior — ao longo dos anos, o encontro viria a ser realizado no Alto da Ajuda, no Jamor e em Loures, até se estabelecer definitivamente na Quinta da Atalaia, no Seixal.
Nos primeiros tempos da democracia, o PCP tinha um enorme peso na sociedade. “A vida tinha mudado, havia um sonho por realizar e as possibilidades de o concretizar pareciam reais”, diz Tordo. “Ali celebrava-se o futuro e a liberdade.”
Ana Moura, Carlão, Xutos & Pontapés, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho, Jorge Palma, Cristina Branco, Aldina Duarte, Criolo, Fumaça Preta ou Diabo na Cruz são alguns dos nomes que atuam este ano na Festa do Avante! Programação completa aqui.