VEJA AQUI SE ENTROU NO ENSINO SUPERIOR
A Universidade do Minho inaugurou no ano passado o curso de Engenharia Aeroespacial e, no segundo ano de existência, esta licenciatura conseguiu a classificação mais elevada na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. O último colocado teve 18,86 valores e, tal como acontece nos cursos com médias mais elevadas, das 31 vagas disponíveis, não sobrou nenhuma para a próxima fase.
E este ano há um empate. Os últimos colocados nos cursos de Medicina, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, e Engenharia Aeroespacial, do Instituo Superior Técnico, Universidade de Lisboa, tiveram a mesma nota mínima de candidatura, de 186,8 pontos. Estes dois cursos têm sido, nos últimos anos, os mais exigentes no acesso — por exemplo, em 2021, nenhum candidato entrou nestes dois cursos com menos de 19 valores.
Mas não é só no primeiro lugar que há mudanças. O número de cursos onde todos os alunos entraram com mais de 18 valores caiu para cerca de metade — este ano foram 14 cursos e no ano passado tinham sido 27. Significa isto que as notas dos últimos colocados nos cursos com média mais elevada baixaram.
Alunos de 18. A receita que dá médias altas tem muitos ingredientes
Tendo em conta que, na generalidade, as notas dos últimos colocados caíram, a terceira surpresa vai para o top 10 dos cursos com as médias mais elevadas, com a entrada da licenciatura em Línguas e Relações Internacionais, da Universidade do Porto. Este curso aparece este ano em décimo lugar, com o último aluno colocado a ter 182,8 pontos — uma nota mais baixa do que no ano anterior (183,2 pontos), mas que lhe permite uma melhor classificação no pódio. Nas posições anteriores, não há surpresas: medicina, engenharias e arquitetura.
Depois dos dois cursos de Aeroespacial e de Medicina, em quarto lugar surge Engenharia e Gestão Industrial (185,5), na Universidade do Porto, novamente Engenharia Aeroespacial (185,2), em Aveiro, Arquitetura (184,5), Bioengenharia (184,5) e Medicina (183,5), todos na Universidade do Porto, e, novamente a Universidade do Minho com o curso de Medicina (182,8).
Onde estão as notas de entrada mais baixas?
Com notas de entrada mais baixas, há também mais cursos em que o último colocado teve uma nota abaixo de 10. Nenhum candidato pode entrar no ensino superior com média inferior a 95 pontos e, se no ano passado havia boas notícias para os cursos que ficaram no fundo da tabela, este ano o cenário muda. Em 2022, foram cinco os cursos em que o último candidato teve média inferior a 10 valores, mas este valor mais do que duplicou neste concurso: há 12 cursos em que o último a entrar teve nota inferior a 10.
Apesar do aumento face ao ano passado, este número é ainda inferior quando comparado com 2020, ano em que as médias subiram consideravelmente e que se registaram 13 cursos nestas condições, e também muito inferior a 2019, em que 26 cursos tiveram nota mínima de entrada abaixo de 10.
Na lista encontram-se seis cursos em que o último colocado ficou no limite de 95 pontos: Enologia, na Universidade de Évora, Ciência e Tecnologia dos Alimentos, no Instituto Politécnico de Beja, Gestão de Negócios Internacionais, no Instituto Politécnico de Bragança, Secretariado, no Instituto Politécnico de Castelo Branco, Agronomia e Gestão, ambos no Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso foram divulgados às 23h59 deste sábado no site da Direção-Geral do Ensino Superior e, como tem sido habitual, os candidatos colocados à primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior começaram a receber o respetivo email ou SMS ao início da tarde deste sábado.
Para a 2ª fase do concurso ainda sobraram 5.212 lugares e as candidaturas podem ser submetidas a partir da próxima segunda-feira, dia 28 de agosto, e até ao dia 5 de setembro.