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Catarina Martins abandona a liderança na convenção de 27 e 28 de maio
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Catarina Martins abandona a liderança na convenção de 27 e 28 de maio

LUSA

Catarina Martins abandona a liderança na convenção de 27 e 28 de maio

LUSA

Catarina Martins não vai para a "reforma". Partido admite apostar na líder cessante para Europeias ou Presidenciais

É cedo e não há decisões fechadas, mas dentro do partido alimenta-se a ideia de que Catarina Martins poderá ser candidata. Uma coisa é certa: continua a ser vista como forte ativo político.

“Eu não vou andar por aí, porque sou daqui”. A frase de despedida de Catarina Martins, pondo fim ao ciclo de 10 anos de liderança nos comandos do Bloco, não serviu apenas para fechar a porta ao passado. Serviu também para deixar, no mínimo, entreaberta a porta do seu futuro político, que o partido acredita que será bem ativo — podendo passar por uma candidatura às eleições europeias ou até às presidenciais de 2026.

No Bloco, ouve-se uma primeira garantia: nesta altura ainda “não há decisões” fechadas sobre o futuro da líder cessante, que passará a pasta a Mariana Mortágua ou a Pedro Soares na convenção do partido agendada para maio. Mas há, ainda assim, uma convicção partilhada por amplos setores do partido: no futuro da coordenadora do Bloco não existem planos para a reforma — nem é isso que os bloquistas lhe desejam.

“Há muitas possibilidades para ela”, aponta uma fonte do Bloco. Sendo que a que é, neste momento, apontada com mais insistência aponta para um passaporte para Bruxelas nas eleições europeias de 2024, uma vez que Marisa Matias já terá partilhado por várias vezes que não será recandidata, num momento em que cumpre o terceiro mandato como eurodeputada (com duas candidaturas presidenciais pelo meio).

No partido, ainda a mais de um ano de distância dessas eleições (e sendo que é expectável que a decisão só seja fechada, pelo menos publicamente, em 2024), defendem-se alguns pontos que colocariam Catarina Martins como um nome forte para a corrida ao Parlamento Europeu.

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Bloquistas acreditam que futuro reserva muitas "possibilidades" para Catarina Martins e apontam hipótese para eleições europeias. Mas cenário político é incerto

Desde logo, porque a reforma da liderança chega cedo — a líder cessante tem 49 anos — e no partido Catarina Martins é vista como uma figura que ganhou a pulso os seus créditos políticos e tem agora competência para vários papéis, sendo certo que, se quiser, contará com o apoio do Bloco para qualquer uma dessas aventuras, seja para a Europa, Belém ou até, como atira uma fonte, para uma candidatura autárquica.

A questão não parece fechada até porque o cenário de qualquer uma dessas eleições também não o está — e há outros nomes que se ouvem dentro do partido, como o da deputada Joana Mortágua ou do eurodeputado (foi como número dois em 2019) José Gusmão. Ou seja: a candidatura que o Bloco apresentará também dependerá do xadrez político mais vasto.

Por um lado, é tida em conta a hipótese de as eleições europeias se transformarem numa espécie de corrida de senadores: entre os nomes que já foram atirados para o ar noutros segmentos do espetro político encontram-se os também ex-líderes João Cotrim de Figueiredo, na Iniciativa Liberal, ou até Pedro Passos Coelho, no PSD (sendo certo que o nome de Passos é mencionado para quase todas as eleições possíveis, de uma nova tentativa em São Bento a uma sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém), assim como tem sido aventada a hipótese de Rui Moreira avançar pelo PSD.

Europeias são tira-teimas. Candidatos a Belém podem baralhar contas

Num ciclo político tenso e numa legislatura assombrada pelo fantasma da dissolução da Assembleia da República — foi aliás a possibilidade de o Governo se desgastar de tal forma que o tempo político acelere  seriamente que fez com que Catarina deixasse a liderança do Bloco nesta altura — as europeias são vistas como uma espécie de tira teimas em que quase todos os partidos têm algum tipo de prova de vida a fazer.

E no Bloco, mesmo sendo as legislativas as eleições mais importantes, isso não é diferente, depois de um resultado eleitoral muito fraco no ano passado (passou de 19 deputados para cinco).

Por outro lado, se a ideia fosse lançar um nome forte para Belém, isso dependeria sempre do quadro político da altura: ter um PS — que pode ter uma liderança diferente nessa altura, uma vez que 2026 também é, dentro do calendário político normal, ano de eleições legislativas — a apoiar ou a lançar candidatos mais ao centro (Augusto Santos Silva tem sido o nome mais mencionado) ou à esquerda (Marcelo deixou recentemente a hipótese de Ana Gomes voltar a tentar uma candidatura presidencial) não será indiferente.

Como não será indiferente o cálculo que o Bloco terá de fazer caso perceba que vai a jogo, nessas eleições, algum candidato que possa agregar o eleitorado de esquerda e servir como um candidato desse espaço político — sendo que já nas últimas presidenciais, em que Marisa Matias teve um resultado fraco depois dos impressionantes 10% de 2016, os bloquistas explicaram, em parte, a queda com a disputa eleitoral que aconteceu com a candidata vizinha, Ana Gomes.

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, visita a feira de Espinho no âmbito da abertura das jornadas parlamentares do partido, Espinho, 6 de fevereiro de 2023. FERNANDO VELUDO/LUSA

Partido elogia à vontade de Catarina Martins na rua e em campanha

FERNANDO VELUDO/LUSA

Ou seja: estando esses alinhamentos ainda em aberto, as probabilidades são “relativas” e o Bloco ainda terá contas para fazer no que toca ao futuro político de Catarina Martins. Mas, nesta altura, há uma certeza: a maioria do partido apoiaria com gosto uma candidatura daquele que continua a considerar um ativo político muito forte, com jeito para fazer campanha na rua, e em cuja “reforma política” ninguém aposta (ou deseja).

A convicção no Bloco é que, apesar do ciclo recente de muito maus resultados eleitorais, na memória do eleitorado Catarina Martins continua a ser uma figura forte da área do Bloco — e que também tem trunfos para mostrar, ou não fosse a líder que também conseguiu levar o partido aos seus melhores resultados de sempre, em 2015 e 2019, e que ficou para a memória como o rosto da geringonça, capaz de levar o diálogo político além das fronteiras bloquistas, acredita o partido.

Mariana Mortágua, na sua apresentação de candidatura, esclareceu desde logo que, se for eleita líder em maio, continuará a contar com Catarina Martins, incluindo, se assim o desejar, para ocupar um lugar na direção do partido.

Para já, resta a dúvida sobre se continuará no Parlamento, que deverá depender da vontade da própria, como indicam fontes do partido, que não apostam numa saída assim tão rápida. Mas isso deverá ficar esclarecido, no máximo, pouco depois da convenção bloquista. Quando ao passaporte para Bruxelas ou para Belém, o partido não se importaria nada de o carimbar — mas é preciso que a vontade da própria Catarina Martins seja essa.

 
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