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Tom e a irmã Laura, os filhos de Camilla, nascidos da união com Andrew Parker Bowles.

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Tom e a irmã Laura, os filhos de Camilla, nascidos da união com Andrew Parker Bowles.

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Frango assado, belas artes e a avó "Gaga" Camilla. O caminho dos Parker Bowles rumo à coroação

Até aqui quase na sombra, os filhos e netos da nova consorte ganham protagonismo, e há até quem lhes chame a "arma secreta da Firma". Da gastronomia à curadoria de arte, eis a família de Camilla.

Harry não lhe concede muito mais que um parágrafo em “Na Sombra”, e é provável que a imagem mais presente na memória sobre Tom Parker Bowles seja de 1999, e envolva um escândalo em Cannes ao sabor de cocaína. “Gostava de festas”, admitiria mais tarde o primogénito da rainha consorte, que não só semeou um curriculum recheado como tem ganho um protagonismo extra nos últimos tempos. Com o progressivo afastamento entre os Sussex e o centro da Coroa, há mesmo quem arrisque que o crítico gastronómico, autor de vários livros de receitas, poderá assumir um papel decisivo na mais recente encarnação da monarquia britânica. Será ele a arma que faltava à Firma para recuperar dos abalos dos anos mais recentes?, interroga-se o The Times, fazendo fé na mais valia deste ator secundário.

Para já, o seu envolvimento formal na cerimónia da coroação, agendada para maio, parece ser uma evidência. Uma estratégia que, segundo especialistas reais, estará em linha com o sinal de inclusão que o novo casal no trono tenciona imprimir ao seu reinado. E se é verdade que raramente têm tido grande visibilidade ao lado da mãe, um conjunto de aparições públicas cirúrgicas terá contribuído para a chegada a este grande dia, a mais recente das quais nas exéquias fúnebres de Isabel II. Para a história recente passaram outros encontros de Tom, bem da como da irmã, Laura, com os holofotes, as câmaras e o interesse do público.

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O casamento de Carlos e Camilla, em abril de 2005, com a respetiva foto de família, num dos primeiros gestos formais de inclusão.

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A estes juntam-se ainda os respetivos filhos, naquele que é, segundo o Times, um “passo arriscado” mas  também um inequívoco sinal dos tempos. “A decisão de Camilla de incluir os cinco adolescentes envia uma forte mensagem de que ela e Carlos são um casal que reflete as realidades da vida moderna, da qual “uma família mista é um elemento central”. Ao contrário da década de 1950, quando a coroação de Isabel II ocorreu, padrastos e enteados são comuns como resultado do divórcio.”

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A atmosfera pacífica é reveladora na foto oficial que assinala o casamento de Carlos e Camilla, em 2005. Na imagem, tanto os filhos da atual consorte como o seu o ex-marido, o antigo oficial militar Andrew Parker Bowles (que se fez acompanhar pela segunda mulher, Rosemary Pitman), figuram lado a lado com a então monarca, Isabel II, e o duque de Edimburgo, num claro sinal de entendimento e fair play.

Comida, arte e uma vida discreta

“A minha mãe é à prova de bala”, disparava Thomas Henry Parker Bowles em 2017. “Não há nada que alguém possa dizer sobre nossa família que nos ofenda mais. Enquanto crescemos, estávamos diante dos olhos do público. Hoje em dia, apenas nos rimos dos comentários negativos.”, desabafava em “What I’ve learnt”, do The Times.

Nascido em 18 de dezembro de 1974, frequentou a Summer Fields School, em Oxford, a escola preparatória Heywood, em Corsham, e mais tarde os colégios de Eton e Worcester College, de novo em Oxford. Começou a sua carreira nas relações públicas e assume a forte influência doméstica no gosto pela comida. A mãe era “uma boa cozinheira” e o pai “um bom jardineiro”, a combinação perfeita para a harmonia à mesa. Aliás, chegou a partilhar que se tivesse que escolher um prato para a sua última ceia, seria o famoso frango assado confecionado por Camilla.

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Parker Bowles afirma que imediatamente após deixar a escola, surgia a paixão pela escrita gastronómica e pela crítica em particular. Uma inclinação que o levou mesmo a aprender a cozinhar, primeiro, admite, para impressionar as raparigas — na realidade, passara os tempos da universidade “apenas a comer batatas fritas e molho de caril”.

“Envelhecer, engordar e ficar careca é fantástico”, arrisca ainda nesse conjunto de revelações, através do qual ficamos também a saber que odeia “mausoléus com estrelas Michelin”, preferindo alimentar-se numa rua secundária de Banquecoque, entre trânsito intenso e fumo dos tubos de escape. “A comida de rua é o coração e a alma de qualquer cultura alimentar. México e Tailândia têm o melhor de longe”. Ah, e para que conste, Tom acredita que é um pecado não comer o animal inteiro, desaproveitando as miudezas, e que a revolução culinária no Reino Unido está ainda no começo.

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Em 2022, Camilla juntou-se à prestigiada Ordem da Jarreteira, consolidando o seu trajeto no seio da família real. Os filhos não faltaram à cerimónia.

UK Press via Getty Images

As suas críticas e conselhos estão dispersas por meios como a Country Life, ou as colunas semanais no Mail on Sunday, tendo a estreia acontecido nas páginas da revista Tatler. Tom co-apresentou o Market Kitchen no Good Food Country Channel e liderou o Programa de Alimentos e Bebidas da LBC Radio. Foi ainda jurado da série Food Food da ITV Food e atuou como crítico regular no MasterChef, para a BBC1.

Estômago à parte, e muito à semelhança dos filhos de Carlos III, também carrega a sua bagagem de desafios emocionais. Fruto do primeiro casamento de Camilla, seguiu de perto a campanha vil e difamatória de que muitas vezes a mãe foi alvo nos media. “Na sua juventude, ele foi, de certa forma, apresentado à democracia da dor humana”, regista o The Times num artigo mais recente. “Tinha 18 anos quando Diana identificou Camilla como amante de seu marido; 19 quando a fantasia do tampão de Carlos sobre sua mãe se tornou pública. Aos 24 anos, viu a imprensa vir atrás dele também.”

E no entanto, apesar da precoce e involuntária exposição mediática, há cerca de dois anos, Tom não hesitava em descrever o homem que se intrometeu no casamento dos pais como “doce e gentil” e ainda “muito à frente do seu tempo”.

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Carlos é, em simultâneo o seu padrinho, o que reforça a ideia de que a sua presença lançou sempre uma sombra sobre o núcleo Parker Bowles. Camilla e Andrew casaram-se em 1973, depois daquela que viria a ser duquesa de Cornualha ter interrompido a relação que à época mantinha com o filho mais velho de Isabel II, uma pausa cuja duração gera debate entre os biógrafos. Em 1986, segundo a Town&Coutry, o par reatava. A todos estes avanços e recuos assistiram, ainda bastante jovens, Tom e ainda a sua irmã mais nova, Laura Rose Parker Bowles, nascida no dia de ano novo, em 1978.

Em maio de 2006, um ano depois do enlace da sua mãe, celebrava-se uma “união cheia de estilo”. A filha de Camilla Parker Bowles trocava alianças com o ex-modelo da Calvin Klein Harry Marcus George Lopes, descendentes dos Astor, pelo lado materno, e ainda neto de Massey Lopes, 2º Barão Roborough, ficando assim na fila para um dia herdar Gnaton Hall, em Devon, e a propriedade de Skelpick, nas Terras Altas da Escócia. Pelo lado paterno, sobressaem as raizes portuguesas de origem judaica do agora empresário, cujos antepassados nos fazem recuar pelo menos até ao começo do século XVIII.

O vestido creme esvoaçante da “glamourosa mãe da noiva” não se destacava menos que a presença dos príncipes Charles, Harry e William, que viam a noiva de 27 anos eleger um dos designers preferidos de Camilla, o ateliê de alta costura Anne Valentine. A igreja de St Cyriac, na pitoresca vila de Wiltshire, foi o cenário do enlace, a que se seguiu uma receção para 300 convidados, na vizinha casa de Camilla, Ray Mill House.

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A família reuniu-se em 2014, no funeral de Mark Shand, irmão de Camilla

UK Press via Getty Images

Excetuando este momento que extravasou as fronteiras do privado, Laura consegue atrair menos atenções que o irmão, apesar de poder ser vista numa ou outra red carpet, como aconteceu na estreia de “Skyfall”, da saga James Bond. Na qualidade de aluna, foi interna do colégio católico St Mary’s Shaftesbury, e frequentou a preparatória Heywood. No superior, foi na Oxford Brookes que se dedicou ao estudo de História de Arte, à semelhança de Kate Middleton, e de Marketing. Esteve à frente da londrina Space Gallery e, depois de completar um estágio na fundação Peggy Guggenheim, em Veneza, esteve uma década ao leme da Eleven Fine Art, no exclusivo bairro de Belgravia.

Tanto Tom como Laura cresceram num meio aristocrático, na luxuosa propriedade em Wiltshire, no sul de Inglaterra. Em 1995, após o divórcio dos pais, mudaram-se, de acordo para a Hello, para um apartamento em Kesington, beneficiando do processo de partilhas dos ascendentes.

Do casamento dos Cambridge ao Wordle, os netos Bowles e Lopes

Em 1953, então com apenas quatro anos, Carlos testemunhou a coroação da sua mãe, ainda que não tenha desempenhado nenhum papel oficial. O atual soberano assistiu ao culto ao lado de sua avó e da princesa Margarida, a sua tia. Em 1937, com um pouco mais de idade (11 anos), fora a vez da sua mãe assistir à coração de Jorge VI e da rainha Isabel (mais tarde a rainha-mãe), com a então princesa a escrever um diário de suas memórias do dia, que mais tarde apresentou a seus pais. Chegados a 2023, entende-se que Camilla terá solicitado aos seus netos uma participação direta no momento em que será ungida com óleo sagrado durante a parte mais sagrada da cerimónia, um papel que costuma ser confiado a duquesas e que, desta vez, deverá ser da responsabilidade de cinco nomes.

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Harry Lopes e a mulher, Laura, no casamento dos Sussex, em maio de 2018

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Os mais velhos chamam-lhe “Gaga” (e “Umpa” a Carlos, já agora) um petit nom carinhoso que a consorte já revelou em entrevistas, e com ela disputam a rapidez de resolução dos desafios de Wordle.”Faço todos os dias com a minha neta. Ela envia-me uma mensagem a dizer que resolveu em três tentativas e eu digo, desculpa, mas resolvi em duas”, contou à Vogue, em 2022, quando celebrou 75 anos.

É provável que Camilla Parker Bowles falasse de Lola, a neta mais velha, filha de Tom e de Sarah Parker Bowles, nascida em 2007. Ou mesmo de Eliza, um ano mais nova que a prima. Filha de Laura Lopes e de Harry Lopes, foi catapultada para um inesperada estrelado em 2011, por ocasião do casamento do príncipe William com Kate Middleton. Se pensava que só a irmã da noiva, Pippa, dera nas vistas, vale a pena resgatar as imagens da então pequena Eliza, que se juntou ao grupo de pajens. Mais tarde, seria avistada na varanda do palácio de Buckingham, ao colo de Carlos, então ainda príncipe de Gales, quando o clã acenava à multidão nas ruas. Os pais e os tios não só estiveram nessa cerimónia como voltaram a figurar entre a lista de convidados da boda de Harry e Meghan Markle.

Em 2018, Eliza voltaria a ser notícia, agora na sequência de um episódio de emergência. Num encontro público, a avó revelou como conhecia de perto o trabalho das ambulâncias aéreas, as mesmas que auxiliaram a sua neta no Yorkshire, sem adiantar grandes detalhes.

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A neta Eliza teve uma participação no casamento dos Cambridge, em 2011.

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Falta referir os rapazes. Freddy Parker Bowles é o mais pequeno dos netos de Camilla, filho de Tom e Sarah, um ano mais novo que os primos, gémeos, Louis e Gus Lopes, nascidos em 2009. A avó confessou que trocar SMS com a prole é um dos passatempos recorrentes. Durante a pandemia, e respetivas restrições, Camilla aderiu mesmo a aplicações como a House Party, para poder comunicar com os mais novos, ou o Tik Tok. Nas imagens em que surge, divulgadas no Instagram, não é raro ver em fundo molduras com fotos dos mais próximos, e longe dos olhares mais prescrutadores, esbate-se a linha que em décadas idas significava um fosso entre clãs. “Estamos todos juntos. A minha mãe está com meu padrasto, e passa aqui no dia de Natal logo após o discurso da Rainha. É uma coisa muito familiar.”, assim descrevia o seu Natal, em 2019, Tom Parker Bowles, citado pela Town&Country.

Camilla escolhe designer Bruce Oldfield para criar o seu vestido da coroação

O vínculo biológico com a consorte não é o único ponto em destaque na cerimónia da coroação. De forma previsível, também os netos “emprestados” de Camilla terão a sua missão especial. De novo introduzindo mudança na tradição, George, de nove anos, deverá ter um papel significativo, esperando-se que o Rei e a Rainha estejam em conversações com o Príncipe e a Princesa de Gales para acertar as opções. Fonte reais citadas pela imprensa britânica referem que ambos os casais estão ansiosos com a participação do filho mais velho de William e Kate, ressalvando apenas que aquele que um dia poderá vir a ser Rei não deve ser sujeito a um escrutínio demasiado esmagador.

Anos negros e laços de família

Em abril de 2021, Tom sentava-se para mais uma entrevista, desta feita no Salão de Chá da Fortnum & Mason, a loja de comida favorita da realeza em Piccadilly, em Londres. O recanto foi inaugurado em 2012 pela duquesa de Cornualha e pela duquesa de Cambridge, e é possível até comprar mel produzido na propriedade dos Parker Bowles, em Wiltshire. O crítico gastronómico assinava então “Time for Tea”, um novo volume sobre a popular bebida para juntar à sua coleção de lombadas.

A Covid-19 e os tempos de isolamento não foram menos duros para Tom Parker Bowles que para o resto dos mortais. Vivia agora no rescaldo do divórcio da jornalista de moda Sara Buys (com quem mantém uma boa relação), do susto pregado pela saúde do pai, que aos 81 anos se viu abalado pela pandemia, e ainda pela morte da namorada, Alice Procope, ex-jornalista que se tornara psicoterapeuta e que perdeu a vida para o cancro, aos 42 anos, deixando três filhos pequenos. Nesse registo em tom confessional, o filho mais velho de Camilla admitia ter seguido entre lágrimas o enterro do príncipe Filipe, outro acontecimento que marcou o ano. Não foi por isso de estranhar, ainda por cima com o desconfinamento a dar por fim um ar de sua graça, que Parker Bowles tivesse enveredado por uma maratona de almoços e jantares bem regados, ao ponto de a mãe ter chegado a ligar-lhe. “Não vais sair outra vez, pois não? Fica na cama”. Mãe essa que segundo o filho é especialmente crítica do seu estilo a vestir. “Ela revira os olhos com o que escolho”, revelava.

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Os Parker Bowles reuniram-se em peso para as cerimónias fúnebres de Isabel II.

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A relação com William e Harry é um dos aspetos que ao longo dos anos tem suscitado curiosidade. Em tempos, chegou a comentar que pouco se dava com os filhos de Carlos, devido à diferença de idades e ao estilo de vida. Por essa altura, Thomas já passara dos 40 e era um pai de família a criar dois rebentos em Shepherd’s Bush. Aos dias que correm, talvez a proximidade seja outra, pelo menos ao herdeiro da Coroa. Quanto a Laura, se a relação atual é amena, nem sempre foi tão agradável. Na obra de 2010 “Harry and William”, a autora, Katie Nicholl, expunha a tensão que permeava os mundos de William e da filha de Camilla. De acordo com o livro, trocavam acusações sobre quem tinha destruído a família de cada qual. O primogénito de Carlos punha as culpas em Camilla, Laura no atual monarca.

Nicholl sublinha ainda o impacto brutal que a separação da mãe teve nos descendentes, que ainda estudavam e enfrentaram o estigma de serem filhos da mulher que, para muitos, ditara o colapso da relação entre Carlos e Diana.

Os ânimos terão serenado com o tempo, o mesmo tempo que promete trazer agora nova responsabilidade. Ao Good Morning Britain, Tom chegou a desdramatizar o peso dos vínculos à realeza — “A minha mãe casou-se com a família real. Ela faz parte disso. Nós somos apenas as crianças comuns. Estamos ao lado”– uma posição que a partir de maio deverá ser revista.

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