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João Almeida contou com o apoio de muitos portugueses na edição da Volta a Itália do ano passado, onde teve de desistir na terceira semana após contrair Covid-19
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João Almeida contou com o apoio de muitos portugueses na edição da Volta a Itália do ano passado, onde teve de desistir na terceira semana após contrair Covid-19

Tim De Waele

João Almeida contou com o apoio de muitos portugueses na edição da Volta a Itália do ano passado, onde teve de desistir na terceira semana após contrair Covid-19

Tim De Waele

"Giro? Estar no pódio é sinal que estamos na luta pela vitória mas vamos só dizer candidato ao pódio...": entrevista a João Almeida

Corredor português da UAE Emirates fala do estágio em altitude antes da Volta a Itália, destaca bom momento que permitiu pódio no Tirreno-Adriático e na Catalunha e admite que quer fazer Tour em 2024.

O pódio que parecia garantido na Volta ao Algarve depois de uma grande subida no Alto do Malhão acabou por não ser confirmado pelos problemas de comunicação no contrarrelógio final, os dois pódios consecutivos na Tirreno-Adriático e na Volta à Catalunha confirmaram a melhor versão de João Almeida em 2023. Na antecâmara da quarta participação consecutiva no Giro de Itália, a grande volta que funcionou como cartão de apresentação da futura estrela do ciclismo português, o corredor da UAE Team Emirates está a realizar um último estágio de preparação em altitude para a corrida que começa na primeira semana de maio e foi o convidado do programa “Nem tudo o que vai à rede é bola” da Rádio Observador não só para lançar a competição que este ano tem início com um contrarrelógio de quase 20 quilómetros entre Fossacesia e Ortona mas também os planos para o resto da temporada e para 2024, ano de Jogos Olímpicos em Paris.

[Ouça aqui a entrevista de João Almeida no programa “Nem tudo o que vai à rede é bola” da Rádio Observador]

“É preciso boa equipa e pernas para os melhores no Giro”: entrevista a João Almeida

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Apostado em quebrar a barreira que ainda persiste de alcançar um pódio numa grande volta, João Almeida mostra-se confiante no bom momento que atravessa, admite que o traçado do Giro de 2023 é favorável às suas principais características, explica que nunca imaginou conseguir todo o trajeto que fez a partir da edição de 2020 em que teve a camisola rosa durante duas semanas, deixa rasgados elogios ao companheiro de equipa Tadej Pogacar e revela que, assim seja possível, quer fazer a estreia no Tour já em 2024.

João Almeida falou à Rádio Observador a meio de um estágio em altitude que está a realizar na preparação do Giro

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

O João teve um pico de competição entre o final de janeiro e o final de março, agora está num estágio em altitude a preparar o Giro. Como é que está a correr a esta nova fase e como é que acabou esse período de pico com o fim da Volta à Catalunha?
Tem corrido bastante bem. Fiz um bom bloco de competição, acho que tudo correu bastante bem e o nível físico é bastante bom. Os resultados foram também bastante positivos e agora estou numa fase final de preparação para o Giro. Com tudo isso, acho que estou no caminho certo.

Começou a temporada com umas corridas em Espanha e depois fez a Volta ao Algarve, onde terminou no sexto lugar depois daquele problema de comunicação no contrarrelógio final. Terminar em segundo no Alto do Malhão só atrás do Pidcock, apesar de não ter tido depois continuidade, foi o mote para as provas que se seguiram?
Claramente. O Malhão foi uma das etapas mais duras e o facto de ter feito segundo deu-me confiança e mostrou também a minha forma física numa prova de cinco dias. Fiquei com uma confiança maior para as provas que se seguiram à Volta ao Algarve.

Seguiu-se o segundo lugar no Tirreno-Adriático, naquele que foi o melhor resultado de sempre que fez nesta corrida. Era possível fazer ainda melhor, sobretudo naquele ataque na penúltima etapa com chegada a Osimo, ou o Roglic apanhando-se em vantagem é complicado de bater?
É um corredor muito explosivo, então é um pouco complicado… Nesse dia não conseguia dar mais ou tinha feito melhor… Mas fiquei muito feliz não só com o resultado da etapa mas também com a geral. Foi muito positivo, um dos meus melhores resultados de sempre. Ficar em segundo atrás do Roglic foi quase uma vitória.

Sentiu em algum momento que era possível dar esse salto ou a maneira como a Jumbo consegue defender quando tem alguém na frente torna mais complicada a missão?
Torna-se complicado, sim. É uma equipa forte mas ele individualmente também é um corredor muito forte, muito explosivo, tem sempre um sprint forte também que faz com que consiga mais algum tempo nas bonificações que fazem diferença. Mas no geral, em comparação com ele, acho que estou bastante bem.

epa10517132 (L-R) second placed Joao Almeida of Portugal - UAE Team Emirates, winner Primoz Roglic of Slovenia - Jumbo - Visma), and third placed Tao Geoghegan Hart of Britain - INEOS Grenadiers, celebrate on the podium after the 7th stage of the 58th edition Tirreno Adriatico from San Benedetto del Tronto to San del Benedetto Tronto 154 km, 12 March 2023.  EPA/ROBERTO BETTINI

João Almeida conseguiu o melhor resultado no Tirreno-Adriático, ficando em segundo apenas atrás de Primoz Roglic mas à frente Tao Geoghegan Hart

ROBERTO BETTINI/EPA

A seguir houve mais um pódio, neste caso um terceiro lugar na Volta à Catalunha como em 2022 atrás do Roglic e do Remco Evenepoel. O que é que saiu daí a nível de indicadores positivos e a melhorar para ficar mais próximo dos primeiros?
Foi outra vez muito positivo, contra dois dos corredores mais fortes da atualidade. Nas etapas mais duras estava a andar com eles na frente, que é o mais importante, com um ligeiro atraso porque eles estavam um bocadinho acima. Tendo em conta que esse dois adversários fizeram altitude antes dessa corrida, têm sempre uma pequena vantagem mas isso agora não será assim porque também estou em estágio de altitude. O nível deve ficar equilibrado. Esperemos que depois no Giro corra tudo bem.

Há ali uma última etapa que tem o circuito em Montjuic, com muitas bandeiras portuguesas também, onde o Marc Soler consegue agarrar a roda do Roglic e do Remco quando eles vão embora e o terceiro lugar da geral parece ficar ameaçado. Teve essa noção em corrida, que podia cair na classificação?
O Marc esteve bastante bem, conseguiu segui-los… Sim, houve um momento em que a diferença de tempo era elevada mas perder um pódio para um colega de equipa também não seria propriamente um problema. Tanto um como outro, tanto ser terceiro ou quarto era quase igual…

Nem houve nenhuma indicação da equipa nesse sentido durante a corrida, do ‘vai’ ou ‘deixa-te ficar no grupo’? Como é que funciona nesse tipo de etapas em que as contas podem virar?
Neste caso só poderíamos trocar de posição entre nós, era terceiro e quarto, e por isso não havia nenhum stress com isso. Se houvesse alguns adversários no meio podia ser um problema mas neste caso era igual a classificação.

"Penúltima etapa do Tirreno-Adriático? Não conseguia dar mais ou tinha feito melhor... Mas fiquei muito feliz não só com o resultado da etapa mas também com a geral. Foi muito positivo, um dos meus melhores resultados de sempre. Ficar em segundo atrás do Roglic foi quase uma vitória."
João Almeida

O João está agora nesse período de preparação para o Giro, que começa na primeira semana de maio. Quais são as expectativas que tem neste momento, é desta que vai sair um pódio depois do quarto lugar em 2020 e do sexto em 2021?
Espero que seja desta, se não for desta terá de ser na próxima, não é? Acho que tem tudo para correr bem, estou a um bom nível físico que deu para comprovar também na Volta à Catalunha e estou confiante nesse sentido. Se não houver nenhum azar, acho que é bem possível lá chegar mas agora é trabalhar no duro e estar focado que as coisas têm de correr bem no Giro para poder alcançar esse resultado.

É fácil lidar com essa ideia de que se não for agora é para a próxima? Ou seja, lidar com a desilusão mas focar logo no próximo ano para tentar outra vez ou fica uns dias a pensar naquilo que podia ter sido diferente e no que aconteceu?
Depende da situação… Se não conseguir alcançar porque os adversários estão mais fortes não há desilusão nenhuma porque dei o que tinha e fiz o que podia. Se acontecer uma situação como a do ano passado, em que apanhei Covid-19, ou quedas, aí a desilusão está presente e demora um pouco de tempo até passar e voltar ao normal.

Acabou por desistir no ano passado numa altura em que estava em quarto na última semana. Com alguma distância, acha que era possível recuperar aqueles 50 segundos ao Mikel Landa? E quando tempo depois dessa paragem é que se voltou a sentir normal e fisicamente como estava na altura do Giro?
Tenho quase a certeza que ainda conseguia o pódio… Claro que nunca vamos saber porque não estava lá… Em relação à Covid-19, ainda demorei uns bons meses até voltar a sentir-me normal. Posso dizer que comecei a Vuelta [em agosto, três meses depois] e ainda não me sentia bem fisicamente. Fiz uma preparação muito pobre para a Vuelta, com más sensações, sem me sentir bem em termos de respiração e também na parte física. Depois durante a Vuelta comecei a sentir-me melhor e deu para fazer ainda um bom resultado. De facto demorei uns dois ou três meses até sentir-me normal outra vez.

Depois do quarto lugar em 2020 e da sexta posição em 2021, João Almeida teve de desistir do último Giro após contrair Covid-19 (quando estava em quarto e liderava a juventude)

Getty Images

Conseguia imaginar este trajeto todo até aqui quando pensa naquilo que fez a partir de 2020 no Giro, quando ganha a rosa no início, fica na liderança e só perde no Stelvio?
Claramente que não conseguia imaginar esta carreira… Sabia que sempre foi um bom corredor em corridas por etapas, neste caso no escalão inferior de Sub-23, o máximo que tinha feito era corridas até uma semana, dez dias. Entrar nestas provas ia ser sempre uma incógnita, uma grande volta. Só mesmo quando fazemos é que percebemos como é que o corpo reage. Mostrei que não foi só uma vez que consegui e desde então que tenho estado sempre na discussão com os da frente. Superei as minhas expectativas e agora coloco sempre a fasquia mais alto. Espero que corresponda, é o que desejo.

O traçado da edição deste ano do Giro tem três contrarrelógios, o último dos quais a subir, e muita montanha na terceira e última semana. Isso é melhor ou pior para as características do João?
Acho que vai ser melhor. Sempre me disseram que quando a corrida é mais dura é algo que me favorece e este ano temos um Giro que é super duro pelo percurso e também vai ser mais duro pelo ritmo que terá, porque temos corredores com um nível muito alto. Vai ser um Giro dos diabos, como se costuma dizer, e esperamos que corra bem e que haja muito espectáculo.

Olhando para 2022, este traçado e o facto de haver três contrarrelógios podia ter mudado um bocadinho a história, apesar de ter saído depois no final pela Covid-19?
Sou uma das pessoas que pensa que às vezes mais vale não especular ou pensar no que podia ter sido, gosto de comprovar as coisas na realidade. Só mesmo se estivesse lá e se a corrida fosse com o atual traçado é que poderia saber se chegávamos. Há muitas coisas que se podem comparar, dependendo dos corredores que estejam presentes, se são melhores ou piores contrarrelogistas, se têm um dia bom ou um dia mau, é tudo muito relativo… Por norma haver mais contrarrelógio favorece-me mas se calhar contra um Remco ou um Roglic vou sempre acabar por perder um pouco de tempo provavelmente, vamos descobrir agora… Mas é sempre tudo um pouco relativo em relação aos corredores, depende às vezes de um dia bom ou mau porque tudo conta.

"Ainda demorei uns bons meses até voltar a sentir-me normal depois da Covid-19. Posso dizer que comecei a Vuelta e ainda não me sentia bem fisicamente. Fiz uma preparação muito pobre, com más sensações, sem me sentir bem em termos de respiração e também na parte física. Depois durante a Vuelta comecei a sentir-me melhor e deu para fazer ainda um bom resultado."
João Almeida

Olhando para o Tirreno-Adriático, que pode ser exemplo para algumas coisas, a primeira vitória do Roglic surge numa etapa que estava feita pela Jumbo para o Wout van Aert, que depois caiu e não conseguiu voltar a colar. Vendo a importância de um bom trabalho de equipa, sente que este ano está um pouco mais escudado pela UAE Emirates do que nos anos anteriores? É uma equipa que faz um campeão?
Sim, claramente que sem uma equipa um corredor não consegue ganhar. Os companheiros de equipa são essenciais todos os dias e sem uma equipa nem mesmo o melhor corredor consegue vencer. É essencial ter uma boa equipa mas também se pode ter uma equipa excelente que depois não corresponda de forma física, o que não dá para vencer. São as duas coisas: primeiro ter uma boa equipa, depois ter as pernas para conseguir andar sempre com os melhores.

Esta equipa de 2023 é a melhor equipa que já teve num Giro?
Sim, estou bastante satisfeito com a equipa. Levamos para o Giro uma equipa bastante forte, infelizmente no ano passado tivemos alguma azar com lesões mas este ano sei que temos essa boa equipa e sei que vão fazer tudo o que puderem e conseguirem para chegarem a um bom nível.

Embora não esteja no Giro, é inevitável falar do Tadej Pogacar, que acaba de ganhar a Amstel Gold Race já depois de vencer também na Andaluzia, o Paris-Nice e o Tour de Flandres. Como é trabalhar na mesma equipa de um dos melhores corredores da atualidade e terem até uma idade semelhante, evolui mais com isso?
Costuma-se dizer que quando não os consegue bater, junta-te a eles… Foi o que eu fiz, juntei-me a ele. É um corredor excelente, muito forte e continua a surpreender toda a gente, inclusive a mim, pelo espectáculo que faz. É um corredor de categoria, é bom ser companheiro de equipa. Dá para aprender bastante e passar um bom bocado.

Em termos de trato, para alguém que é tão novo e já conquistou tanto, continua a ser humilde? Consegue perceber tudo o que está a acontecer com ele?
É bastante humilde, ganhe tudo ou não ganhe nada é uma pessoa muito simples. É como se não se passasse nada, fora da bicicleta é uma pessoa normal. Faz a vida dele e isso torna-o ainda mais especial.

João Almeida faz rasgados elogios a Tadej Pogacar, companheiro de equipa que vai este ano procurar a terceira vitória no Tour depois dos triunfos em 2020 e 2021 e do segundo lugar no ano passado

Tim De Waele

Ele no ano passado também teve de lidar com a desilusão, ao não conseguir a terceira vitória seguida no Tour por ficar em segundo atrás do Vingegaard. Como é que ele lidou com isso em termos de equipa e qual é o segredo rapidamente voltar a ganhar?
Acho que o segredo dele é mesmo esse… Há muitos corredores que querem ganhar o Tour e focam-se só no Tour mas o Tadej é um corredor que, de janeiro a outubro, qualquer corrida que faça é para discutir a vitória. Foca-se em tudo. Ele agora neste último Tour não ganhou mas fez segundo, embora tenha ficado um pouco desiludido porque foi algo tático que se podia ter evitado mas que nunca vamos descobrir. Mas continuou, venceu muitas corridas, ganhou monumentos e quase todas as que fez ganhou. Pode ter feito segundo no Tour mas depois tem uma época brilhante e continua a estar a discutir tudo enquanto se calhar com o Vingegaard, se formos a ver em termos de vitórias é inferior…

O ciclismo atravessa um dos períodos áureos das últimas décadas, com nomes como o Pogacar, o Roglic, o Remco, o João e muitos outros que têm a particularidade de terem 25 anos ou mesmo. Quais são os segredos para esta evolução que traz uma geração com tanta qualidade?
Se calhar é trabalhar no duro desde cedo… Se calhar antigamente os corredores levavam as coisas mais com calma, com o seu tempo porque no fundo havia tempo e hoje em dia não, aos 17 ou 18 anos já trabalhamos muito profissionalmente. Aliás, basicamente já somos profissionais desde os 18 anos, o que acelera muito o processo de ganhar forma física e ser melhor e mais forte enquanto corredores e atletas.

Este ano vamos ter o João no Giro, depois provavelmente a fazer a Vuelta. Em 2024 existe a coincidência de a Volta a França terminar muito perto do início dos Jogos Olímpicos, que são em Paris. O grande objetivo para o ano é fazer o Tour? E que ambições pode levar para os Jogos Olímpicos depois da estreia em Tóquio?
Sim, o sonho de qualquer atleta é poder ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. Até só estar presente é especial… Gostava de fazer o Tour em 2024, não sei se será possível mas esperemos que sim e claramente que os Jogos Olímpicos também estão no programa.

"Gostava de fazer o Tour em 2024, não sei se será possível mas esperemos que sim e claramente que os Jogos Olímpicos também estão no programa (...) Já faço o Giro há alguns anos e é sempre bom mudar. Também gostava de ter a minha oportunidade no Tour e saber como é que é fazer uma Volta a França."
João Almeida

E fazer o Tour é porque está na altura de parar o percurso no Giro ou é porque tem o sonho de estar na Volta a França, que é considerada a grande prova do ano?
Ambos. Já faço o Giro há alguns anos e é sempre bom mudar. Também gostava de ter a minha oportunidade no Tour e saber como é que é fazer uma Volta a França esperemos que seja para o ano.

Em Tóquio enfrentou condições complicadas, naqueles que foram os seus primeiros Jogos. Deixou o bichinho, a ideia de que pode ir atrás de uma medalha que neste caso seria na edição em que se celebram os 20 anos da prata do Sérgio Paulinho?
Claro que ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos é quase um sonho, é muito difícil. Fiquei satisfeito com a prestação nos Jogos de Tóquio, a corrida de estrada correu bastante bem, o contrarrelógio nem por isso mas tenho de me focar. Acho que não vai ser fácil melhorar porque estão muitos com o mesmo objetivo mas vamos estar com tudo e trabalhar no duro para isso.

Para 2023, podemos escrever que o João é candidato ao pódio no Giro ou que o João é candidato à vitória?
Pois, boa pergunta… Acho que estar no pódio é sinal que estamos na luta pela vitória mas gosto de ter os pés bem assentes na terra por isso vamos só dizer candidato ao pódio…

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