894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

Ilustração: Milton Cappelletti

Ilustração: Milton Cappelletti

A guerra descarada de "Pedro o PM" e de "Costa, futuro PM"

Pedro e Costa são provocadores, desabridos e bem-humorados no Twitter. E dão entrevistas exclusivas ao Observador, que (acredite) vai querer ler.

    Índice

    Índice

Um devora cinema, é tenor e especialista em fazer farófias, papos de anjo e queijadas. O outro não dispensa um passeio pelas ruas de Lisboa, perde-se em puzzles e adora fazer uma boa moqueca de camarão. Tanto quanto sabemos, é aqui que acaba a realidade. Para perceber quem são, é preciso perceber como pensam. Na hora de esgrimir argumentos, “Pedro, o primeiro-ministro”, pede cautela e diz que “devolver dinheiro aos portugueses” é “uma medida perigosa, porque depois [eles] habituam-se”. Do outro lado, “Costa, futuro primeiro-ministro”, responde e descansa: “Prometo instalar 15.000 novos multibancos em Portugal, para minimizar o incómodo das filas, quando chegar a nossa vez”.

Calma. É verdade que Pedro e Costa partilham o nome com os líderes de carne e osso – e até as aspirações, no caso do socialista -, mas a realidade está muito longe de ser tão divertida. Uma e outra são contas de Twitter fictícias de Pedro Passos Coelho e de António Costa. E lá vale de tudo. Atenção: vale mesmo tudo. Desde trocar receitas de farófias – “claras em castelo com açúcar e leite, molho de gema de ovos e canela”, ensina Pedro -, até prometer um “gato novo aos habitantes de Vila Flor para queimar todos os anos” – eles que por causa da austeridade queimam o “mesmo gato há quatro anos”, insurge-se Costa.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/614737868469202944

No Twitter, “Pedro, o primeiro-ministro”, e “Costa futuro primeiro-ministro”, são reis e senhores. Rodeiam-se de homens de confiança, como o “valente soldado Pires [de Lima]” e os sempre prestáveis João Galamba e Porfírio [Silva], e não fogem às polémicas. Pedro, por exemplo, foi obrigado a explicar se foi ou não um dos responsáveis por ajudar a desbloquear o acordo entre gregos e credores. Isto porque, quando se viu fumo branco em Bruxelas, apressou-se a anunciar que tinha acabado “de salvar o euro”. Longe de imaginar que o “Por acaso foi ideia minha” estava prestes a tornar-se uma tendência no Twitter, Pedro revelava: “Foi uma sugestão minha que ajudou. Eram 3 da manhã, as negociações estavam à beira da rotura, quando sugeri: ‘e uma pausa para farófias’?”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas as farófias de Pedro não ajudaram a tornar menos amarga a polémica que se seguiu: o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, revelou que quem enviou o SMS com a ideia de utilizar o fundo de privatizações para a recapitalização da banca grega foi afinal o holandês Mark Rutte e não Passos Coelho. Pedro foi então obrigado a explicar-se: “Boa noite. Esclareço que a ideia foi efetivamente minha. Foi o PM Holandês que mandou o SMS porque, por acaso, estava sem bateria”.

“Costa futuro primeiro-ministro” também teve a sua dose de polémicas. Algumas até bem recentes. A detenção de Armando Vara coincidiu com a entrevista do secretário-geral do PS à TVI e não foram poucos a apontar a estranheza do timing. Costa – o falso Costa – foi obrigado a reagir nas redes sociais: “Queria expressar a minha solidariedade para com o doutor Armando Vara, detido na sequência da minha entrevista”. Palavra de “Costa, futuro primeiro-ministro”.

A escolha dos nomes que iam integrar a lista de candidatos a deputados nas próximas eleições também deu que falar, com a ala segurista do partido a tecer duras críticas às opções da direção do partido. Costa – o falso Costa – achou injustas as acusações que lhe foram feitas e tentou explicar: “Não há qualquer problema com as listas do PS, o problema é estrutural: com o dobro dos distritos haveria lugar para quase metade dos nossos”.

Quem parece que não ficou muito convencida com os argumentos de Costa foi Isabel Coutinho, presidente das Mulheres Socialistas, que se demitiu da liderança do Departamento entre críticas a António Costa, pelo “desrespeito demonstrado” e por, acusa Isabel Coutinho, estar a liderar um “ataque aos princípios socialistas e republicanos”. Costa, futuro primeiro-ministro, tentou colocar alguma água na fervura e deixou uma garantia: no futuro, “o líder das mulheres socialistas passará a ser inclusivo, representando também homens que se sentem mulheres”.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/619253440158531584

Na hora de medir forças entre os dois, a vitória sorri ao social-democrata – que nasceu no Twitter há mais tempo, na campanha de 2011, e tem continuado sempre ativo. É que se o número de seguidores da rede social do passarinho azul fosse barómetro a ter em conta, Pedro, o primeiro-ministro, voltaria a sê-lo depois do outono de 2015. Já “Costa futuro primeiro-ministro” teria de esperar pelas próximas eleições ou ponderar seriamente em alterar o nome de batismo. Mas atenção: se “Pedro, o primeiro-ministro”, quer mesmo vencer as eleições tem de ter cuidado com os sinais que transmite: seguir apenas o Twitter de Angela Merkel e Wolfgang Schäuble pode não ser assim tão boa ideia.

Como isto da ficção teima muitas vezes em imitar a realidade, até no Twitter Pedro e Costa são como água e vinho. Pedro gosta de levantar o véu aos bastidores da coligação. Fê-lo, por exemplo, pouco depois de publicada a biografia de Pedro – o verdadeiro Pedro -, “Somos o que escolhemos ser”. Muito se falou na demissão irrevogável de Paulo Portas e nas SMS trocadas entre Passos e o líder do CDS, mas faltava a prova que Pedro fez questão de partilhar com os seus seguidores.

No verão quente da coligação, Passos Coelho e Paulo Portas acabaram por se reconciliar, mas as negociações foram duras e obrigaram à intervenção de Cavaco Silva, que chegou a reunir-se com o primeiro-ministro e com os líderes dos restantes partidos à procura de um governo de salvação nacional. Mas os parceiros da coligação acabaram por se entender na 25ª hora, também através de uma troca de SMS que Pedro, o primeiro-ministro, viria a revelar mais tarde no Twitter.

Pedro: “Reconsidera. Ficas com o ministério do Álvaro e faço de ti vice”.

Portas: “Qual é a parte de IRREVOGÁVEL que não percebeste?”

Pedro: “A parte em que desafias a maldição da múmia”.

Portas: “Múmia? Qual múmia?”

Pedro: “Queres um desenho?”

Portas: “Ah, essa múmia… Posso mudar-me para um palácio?”

E foi precisamente esse o ponto de partida para a conversa com Pedro, o primeiro-ministro. O Observador quis saber como estava a relação entre os dois parceiros da coligação e o entrevistado não fugiu à questão. Mas não foi o único tema. As próximas legislativas, as polémicas em que se viu envolvido, as presidenciais e a crise na Grécia, nada ficou de fora na entrevista exclusiva ao homem que, no Twitter, veste o fato de Pedro Passos Coelho.

A entrevista possível com Pedro, o primeiro-ministro

"As pessoas estão hoje menos piegas. Mais pobres, é certo, mas menos piegas"

Aquelas mensagens trocadas com Paulo Portas revelavam algum mal-estar entre os dois. Já fizeram as pazes?

Pedro, o PM: As relações são hoje perfeitamente normais entre parceiros de coligação que sabem bem quais são as suas responsabilidades. As minhas são as de um estadista, as dele são fazer-me até parecer um estadista.

Acha que depois das eleições, e caso a coligação perca, o líder do CDS seria capaz de romper consigo e juntar-se ao PS?

É uma pergunta que terá que colocar à pessoa que substituirá temporariamente o vice como líder do CDS caso a coligação perca.

Ainda sobre Paulo Portas. O vice-primeiro-ministro disse recentemente, em entrevista à SIC, que tem uma relação “bem-humorada” com Maria Luís Albuquerque. É mesmo verdade, ou foi “só para inglês ver”?

Corresponde inteiramente à verdade. A sra. ministra Maria Luís Albuquerque ri-se de quase tudo o que o vice diz, e hoje em dia só muito raramente não consegue disfarçar o desdém. Tem sido uma evolução notável.

Numa altura em que as sondagens afastam um cenário de maioria absoluta quer para o PS quer para a coligação, Cavaco Silva tem insistido na necessidade de os partidos construírem consensos. Um acordo com os socialistas está completamente fora de questão?

Para já, estamos concentrados em ganhar as eleições. Mas não fechamos as portas a um acordo posterior em nome do interesse nacional, desde que o Partido Socialista concorde com todas as nossas propostas e não pretenda impor nenhumas das deles. Será um acordo à grega. Ah, e terão que usar pin na lapela.

Ainda acredita que pode vencer as eleições legislativas? Com maioria absoluta?

Acredito no bom senso dos portugueses. Quando a escolha é entre reconduzir este governo, com todos os seus defeitos, ou eleger o partido irresponsável que trouxe a bancarrota e a troika, que arruinou o país ao serem gastadores compulsivos, que colocaram candeeiros do Siza em todas as estações das 10 linhas de TGV, pagas a peso de ouro, que pretendiam fazer, e que se prepara para arruinar o país novamente mas em ainda pior, pelo que daqui a quatro anos estaremos fora do Euro, fora da União Europeia e possivelmente expulsos do próprio continente europeu, pobres, miseráveis e arruinados, condenados a uma agricultura de subsistência e a fomes piores que a Etiópia, digo, quando a escolha é essa, creio que os portugueses saberão decidir serenamente.

Terá de reconhecer que foram quatro anos difíceis para os portugueses… Acha que o país está melhor hoje do que há quatro anos?

Todos os indicadores que manipulámos mostram que o país está melhor. E basta falar com as pessoas na rua: todos me dizem que os filhos estão melhor lá no estrangeiro. Foram quatro anos duros, é verdade, mas as pessoas estão hoje menos piegas. Mais pobres, é certo, mas menos piegas.

A coligação apresentou na quarta-feira o programa eleitoral, mas foi acusada de ter arrojado pouco e de ter desenhado um programa com medidas pouco concretas. Achou injustas as críticas? Tem aqui uma oportunidade para explicar claramente as suas propostas…

As nossas propostas resumem-se numa única palavra: estabilidade. Não as cumprimos durante quatro anos, e continuaremos a não as cumprir. É o que os portugueses esperam de nós, e não defraudaremos essas expectativas.

Qual será a sua maior arma para tentar vencer estas eleições?

Uma simples palavra: credulidade. Perdão, credibilidade.

Já pensou na primeira coisa que vai fazer, caso seja reeleito primeiro-ministro?

Retirar a mosca que vai entrar pela boca aberta de espanto.

As eleições são apenas a 4 de outubro e imagino que esta não seja uma preocupação imediata, mas já tem alguma ideia de quem vão ser os seus ministros e secretários de Estado, caso vença as eleições? Está a preparar alguma surpresa?

Será sempre uma escolha dentro da continuidade. O Sr. Ministro Crato, por exemplo, repetirá o Ministério da Educação, uma vez que chumbou. Estamos também a considerar passar a Economia de Ministério a secretaria de Estado, no nosso entender mais adequado ao atual tamanho da mesma.

Pedro, o PM, sobre as “taxas e taxinhaaaas” de Pires de Lima 

O “valente soldado Lima”, seu homem de confiança, já afirmou que não pretende continuar na política. Já pensou nalgum substituto? 

Ainda é prematuro falar nisso. Apenas digo que valente soldado Pires pertence ao CDS, que tem um historial conhecido de afirmar coisas.

Não posso deixar de perguntar: está disposto a recuperar Miguel Relvas para o Governo? Esteve recentemente na apresentação do livro do seu ex-ministro…

O sr. ex-ministro Miguel Relvas já me informou que pretende agora recuperar os estudos que obteve por equivalência. Nos próximos quatro anos creio que estará ocupado com a primária.

Voltando às próximas eleições legislativas. Como analisa as propostas do PS? Tem afirmado em diversas ocasiões que os socialistas são aventureiros e que vão acabar por trazer a troika de volta ao país…

Fizemos uma primeira análise, mas as propostas do PS tinham contas, fórmulas e cenários macroeconómicos. Portanto, ninguém percebeu patavina. Fizemos 29 perguntas e ficamos ainda a perceber menos. Houve quem sugerisse então pôr o Moedas a trabalhar, mas ele agora é comissário para a ciência e só se dá com pessoas inteligentes.

Logo, a nossa análise é que não entendem que é simplesmente para fazer o que os nossos parceiros na UE exigem e acabou, pelo que são aventureiros e vão trazer a troika de volta ao país. Isto toda a gente entende.

O tema das presidenciais acaba por ser incontornável. À direita, quatro candidatos: Rui Rio, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e Alberto João Jardim. Mas apenas um parece interessar. Rui Rio já lhe ligou para escolher a cor dos cortinados que quer no Palácio de Belém?

Não tenho discutido esse assunto com ninguém, tirando o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que me alertou que o Dr. Santana Lopes já teria inclusive escolhido Vichyssoise para o banquete inaugural. Mas não alimentei mais essa conversa.

Agora mais a sério. Já decidiu quem vai apoiar?

É um assunto que eu e o Dr. Rui Rio concordámos deixar para depois das legislativas. Não quero estar nesta altura a condicionar ou apoiar nenhum candidato.

Foi difícil convencer Rui Rio a desistir da ideia de avançar para a liderança do PSD?

Não, bastou mostrar-lhe as verdadeiras contas do país que iria governar.

Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa continua a reunir a preferência dos portugueses no que toca aos candidatos da direita. Que mal lhe fez o professor para não o apoiar?

Não tenho nada contra cataventos com opiniões erráticas que buscam a popularidade fácil através da mediatização gerada pelo fenómeno político, mas creio que a presidência da república merece um candidato que não seja um mero catavento com opiniões erráticas em busca da popularidade fácil através da mediatização gerada pelo fenómeno político. Para além disso gosto mais dele na televisão, porque basta um telecomando para gerir a nossa relação política.

Se nenhum destes quatro o agradar, ainda vai tirar algum trunfo da manga? À esquerda, por exemplo, o nome de Maria de Belém apareceu quando poucos esperavam...

O nome de Maria Cavaco Silva já me foi sugerido, mas por agora prefiro não comentar.

As polémicas: o convite à emigração, a dívida à Segurança Social e o papel na crise grega

Não podemos deixar de falar sobre algumas polémicas em que esteve envolvido. Primeiro: afinal, convidou os jovens portugueses a emigrar ou isso é mesmo um “mito urbano”?

É obviamente um mito urbano. Nunca convidei ninguém a sair, apenas fiz notar que não havia no país nada para eles. Se resolveram emigrar em vez de ficarem por cá desocupados é do âmbito da escolha individual.

Depois veio o caso da sua dívida à Segurança Social. O que se passou em concreto? Os contornos são pouco claros e as suas explicações no Twitter são algo contraditórias…

Foi um caso muito empolado pela oposição, quando toda a gente percebe ser muito simples de explicar: não sabia que era para pagar, assim que soube não paguei porque até parecia mal, e assim que pareceu mal paguei. Considero esse assunto resolvido.

O senhor Pedro, o primeiro-ministro, foi muitas vezes acusado de ter sido um dos grandes responsáveis por criar obstáculos a um possível acordo com a Grécia. O que é que os gregos lhe fizeram para gostar tão pouco deles?

É totalmente falso que tenha criado obstáculos a um acordo com a Grécia. Pelo contrário, a nossa posição desde o início foi que deviam ceder em toda a linha às exigências. Isso é ajudar os gregos mostrando-lhes o caminho, não é criar obstáculos. E a maior prova é que acabaram por seguir o nosso conselho.

Como vê o acordo que foi alcançado? Afinal, teve um contributo importante para o desenrolar do processo…

De início confesso que não vi com bons olhos, depois lembrei-me que na mala estavam os óculos que os meus assessores me arranjaram para dar um ar professoral. Agora já vejo melhor, obrigado.

Só uma curiosidade. Por que razão é que segue apenas as contas de Twitter de Angela Merkel e Wolfgang Schäuble? Não acha que isso pode transmitir uma mensagem errada aos portugueses?

Um bom aluno segue os seus professores, aqueles que dão o exemplo. Se não sigo mais ninguém é para não dar azo a ruído desnecessário na aula. Entendo isso como a mensagem certa a transmitir aos portugueses.

Costuma falar muitas vezes com Angela Merkel por telefone? Pergunto isto porque quando o Syriza venceu as eleições na Grécia revelou no Twitter que já tinha telefonado à Chanceler alemã assegurando-lhe que o seu Governo continuava a ser um bom aluno ao contrário dos “rebeldes” da Grécia…

Telefono à Chanceler Merkel quando está em causa o interesse nacional, no decorrer de negociações ou decisões importantes na União Europeia, e quando quero saber que opinião deverei ter sobre algum assunto. E a Chanceler por vezes até me atende. Ao contrário do que as pessoas por vezes pensam, é muito amiga dos “kleine Spanier mit verstand”, como ela afetuosamente nos chama.

A vez do muito controverso Costa, futuro primeiro-ministro

"Vou encontrar a Maddie logo nas primeiras 48 horas após a tomada de posse"

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/617784217850744832

Costa, futuro primeiro-ministro, é diferente de Pedro. Prefere usar o Twitter para se dirigir aos eleitores, fazer promessas e conversar com os seus homens de confiança – ou como lhes prefere chamar, “pessoas de confiança”, porque o “PS é um partido inclusivo”.

Ao contrário de Pedro, Costa é menos seletivo e não segue apenas Angela Merkel e Wolfgang Schäuble. Mas nem assim, António José Seguro figura na lista das 403 pessoas que o “futuro primeiro-ministro” acompanha na rede social. O Observador falou com Costa e quis saber, entre outras coisas, como estava a relação com o ex-secretário-geral do PS. Depois de Pedro, prepare-se para a entrevista exclusiva ao polémico e sem papas na língua Costa, futuro primeiro-ministro.

Temos de começar por aqui: Já fez as pazes com António José Seguro?

Nunca estive zangado com o meu companheiro António José Seguro. Sei que num determinado seu momento foi necessário apunhalá-lo pelas costas, mas espero que ele compreenda que o que estava em causa era muito importante. Qualquer português compreende que entre a possibilidade de ele ganhar as eleições e a possibilidade de eu as perder, não havia outra alternativa. Tínhamos que dar esperança aos portugueses.

Acha que ele vai votar em si?

Ele não pode votar em si próprio, uma vez que não é candidato. Espero que vote em mim.

Chegou a especular-se que poderia convidar Seguro para integrar a lista de deputados. Acabou por não se concretizar. Existe a hipótese de convidar o ex-secretário-geral do partido para o Governo? 

Realmente queria convidá-lo e posso dizer-lhe que colei um post-it no micro-ondas com essa ideia que me parecia muito interessante. Infelizmente, não tinha o telefone dele e como a minha vida é muito agitada, acabei por esquecer-me. Foi uma pena. Não sou apenas eu que o digo: É opinião generalizada no partido que o António José seria o candidato ideal para segundo suplente no círculo de Fora da Europa.

Deixe-me acrescentar que também pensei convidar outro ex-líder para fazer parte da lista do distrito de Évora. Até mandei alguém ir lá a casa perguntar-lhe se queria entrar na lista, mas por azar não estava ninguém em casa.

Sobre a possibilidade de António José Seguro fazer parte do próximo elenco governativo, creio que será uma possibilidade remota. Apesar da mágoa que ele eventualmente possa nutrir por mim, não estou a vê-lo a aceitar um convite de Passos Coelho.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/619047165441232896

Por falar em Governo, já tem uma ideia de quem vão ser os seus ministros e secretários de Estado? Está a preparar alguma surpresa?

Sim, estou a preparar várias surpresas. Acho que as pessoas se vão surpreender com alguns dos nomes que conto apresentar para o meu governo-sombra.

Já escolheu o seu ministro das Finanças?

Sim, escolhi, mas como recusou terei que pensar noutro. O que temos neste momento é um perfil para o que pensamos ser o ministro das finanças ideal. Basicamente, tem que ser militante do Partido Socialista e saber fazer contas. Compreendam que a tarefa não é fácil, mas já temos olheiros em todos os distritos e estou convencido que em dois meses conseguiremos encontrar alguém que corresponda ao perfil.

Vai dar a pasta de ministro da Ciência a Alexandre Quintanilha?

Não, vou dar-lhe um relógio. Ele já tem uma ótima pasta da Vuiton.

Quando decidiu avançar para a liderança do partido, fê-lo porque achava que António José Seguro não era o homem certo. Hoje, o PS continua com dificuldades em descolar da coligação nas sondagens.

É verdade. Convenci-me que ele não era a pessoa certa para levar o partido de volta ao governo. Era indeciso, falava aos solavancos e dançava mal. Por exemplo, ele seria incapaz de ter uma posição coerente neste tema da Grécia. Era um líder muito fraco e as sondagens provam que tínhamos razão. Repare que ainda só lidero o partido há 10 meses e já consigo ter quase a mesma intenção de voto nas sondagens que ele conseguiu em três anos.

Tem saudades de ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa?

Sim, tenho saudades da Câmara Municipal de Lisboa, onde tenho grandes amigos e onde já não vou há mais de um ano. Da última vez que tentei ir fiquei bloqueado em Alcântara por causa de uma inundação.

A propósito, tem gostado do trabalho de Fernando Medina na Câmara?

Julgo que tem feito um trabalho interessante como substituto e nota-se que ainda não teve tempo para estragar a minha obra. De qualquer modo, recomendar-lhe-ia que não se apegue muito à minha cadeira.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/621275591615119360

Voltando às próximas eleições. António Galamba, da ala segurista do partido, disse que falhou em dois objetivos a que se tinha proposto: “unir o partido” e garantir as condições necessárias para vencer as eleições com maioria absoluta. Ficou triste com estas críticas?

Todas as críticas bem intencionadas são de saudar. Porém, é falso que tenha falhado qualquer objetivo, como se comprova pelas sondagens em ritmo ascendente, se as analisarmos no período homólogo com médias móveis e correção de sazonalidade. O partido está tão unido como sempre esteve, agora apenas reforçado pela necessidade de entendimento comum em torno das minhas ideias.

No Twitter, também fala muito com Porfírio Silva e João Galamba. São eles os seus homens de confiança?

O PS é um partido inclusivo. Preferimos o termo de género inclusivo que é “pessoas de confiança”. Mas sim, são pessoas em quem confio. Mais o Mário, que é uma das pessoas mais qualificadas que conheço em inventar números no Excel.

Também confio no Sérgio antes do almoço e gosto muito do Eduardo, que tem demonstrado ser um excelente líder parlamentar – ainda ontem alguém do governo me dizia que até no PSD e no PP, todos aplaudiram efusivamente a sua prestação nesta fase final da legislatura. Depois temos o anterior primeiro-ministro e o Vara, que não são propriamente de confiança, mas pelo menos são homens com fiança.

Também temos muitas pessoas femininas de confiança. Recordo-lhe, por exemplo, a Edite, que pensa sempre exatamente o mesmo que eu. Aliás, posso garantir-lhe que o meu governo será paritário: terá um número par de ministros.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/626076073768431616

Ainda acredita que pode vencer as eleições legislativas? Com maioria absoluta?

Não sou eu que acredito, são os portugueses, como demonstram nas sondagens que vão sendo publicadas e a opinião de alguns especialistas, como o Pedro Adão e Lopes, que é dos mais reputados analistas internacionais em análise política. O país anseia pela mudança à esquerda com ideias, depois de um governo altamente ideológico.

Começou por se acusado de não apresentar propostas concretas. Agora que tem programa eleitoral, dizem que quer trazer de volta a troika. Acha que os portugueses não entendem o programa do PS? Tem aqui uma oportunidade para explicar claramente as suas propostas…

O programa do PS é muito fácil de entender. Se eu o compreendo, qualquer português o compreende. Quando o Mário e o Porfírio me explicaram os principais pontos, entendi logo à 5ª ou 6ª vez. Entretanto nunca mais se falou do assunto.

Em resumo, queremos baixar a dívida pública, flexibilizar as metas do défice, aumentar os salários da função pública, aumentar as pensões, reduzir as contribuições para a Segurança Social e baixar o IVA da restauração.

Acrescento que é absolutamente falso que eu queira trazer a troika de volta. O meu objetivo é justamente voltar aos tempos de antes da troika e não aos tempos de depois da troika. Desse modo, vou reverter todas as políticas que a troika nos obrigou a implementar, voltar a apostar no crescimento, no investimento público, na máquina do estado e no bem estar e felicidade generalizada da população. Diz-se que as pessoas não são números e é verdade, não são. Embora haja pessoas que são primas e números primos, mas são exceções.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/625956362565103617

Qual é sua maior arma para vencer estas eleições?

Julgo que a falta de Memofante nas farmácias pode ser uma grande ajuda para o meu partido. Também iremos informar os jornais as trafulhices passadas de Passos Coelho, como a vez em que não pagou uma multa de estacionamento e as duas senhas de refeição ilegais que recebeu da Tecnoforma. Não sei como é que os portugueses aceitam votar num partido que tenha tido um primeiro-ministro capaz disto.

Se for eleito primeiro-ministro, qual vai ser a primeira coisa que vai fazer?

A primeira coisa que vou fazer é telefonar à minha mãe. A segunda primeira coisa que vou fazer é a rápida instalação de 15.000 novas máquinas de multibanco. Não quero ver em Portugal as filas que vimos na Grécia quando os bancos fecharem. Além disso, os reformados poderão receber as suas reformas no cartão Continente, em vez de ficarem horas em fila para receberem as senhas de racionamento.

A outra primeira coisa que vou fazer, para garantir que temos números fiáveis sobre a situação do país, é extinguir o INE e substitui-lo pelo João Galamba. Ele já é a principal fonte de informação de muitos jornais e ninguém se queixou até hoje.

Depois vamos atacar fortemente o emprego. Tenho um objetivo para os primeiros 6 meses: Quero reverter as tendências de evolução do desemprego para aquelas que tínhamos quando Passos tomou o poder. Para combater o desemprego, começaremos por aumentar o Salário Mínimo para um patamar que nos garante que nenhum português ganhe abaixo da média.

Poremos em prática várias políticas económicas no âmbito da estímulogia, como recomendam todos os dois prémios nobel, e até o próprio Obama, que recentemente foi ao Quénia reforçar a aposta no quenisianismo.

Rapidamente, tornaremos a ADSE deficitária, revertendo o que de mau tem sido feito nos últimos tempos.

E por fim, vou encontrar a Maddie logo nas primeiras 48 horas após a tomada de posse.

Vamos ser um governo que se pode definir em duas palavras: Rigor, estímulo e crescimento. Vamos ser um governo de pessoas empenhadas. Vamos empenhar Portugal.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/624699057668272128

Tem criticado muito a atuação deste Governo nos últimos quatro anos. O que é que Passos não fez mal?

Passos não fez nada não mal. Trouxe-nos a troika e foi além da troika. Depois apostou na austeridade em vez do crescimento. Logo a seguir deu-nos esta espiral recessiva que só vai acabar quando eu chegar ao governo. Usou multiplicadores neo-liberais que, como se sabe, não funcionam, ao contrário dos multiplicadores socialistas. Destruiu o Sistema Nacional de Saúde, a Educação Pública e o TGV. Não ganhou nenhum festival da Eurovisão e lesionou o Ronaldo no Mundial.

O governo apostou tudo em descer o défice, mas a dívida não parou de aumentar. Tornou assim claro que se deve seguir o caminho oposto: aumentar o défice para baixar a dívida.

Vendeu as empresas públicas ao desbarato pelo dobro do que exigia a troika, em vez de vender as empresas a bom preço, como eu o teria feito, a desconto.

E agora, com o governo a terminar, perdoe-me a linguagem técnica mas é assim que o João me ensina estas questões, estamos com desemprego meta-assimptótico e exportações em aceleração retro-sinusoidal decrescente ao mesmo tempo que a balança de pagamentos está em desfasamento inconstante permanente. Uma desgraça.

Não me recordo de nada que Passos tenha feito bem. Veja-se que até apagou Portugal dos noticiários internacionais. Comigo não será assim. Conto trazer Portugal de novo à ribalta. Comigo, Portugal substituirá a Grécia como notícia de abertura dos noticiários em todo o mundo.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/612360777304002560

Acredita que vai ser capaz de fazer melhor?

Quando acabar o meu mandato, acredito que serei capaz de fazer o país voltar ao estado em que estava antes da vinda da troika.

A propósito: o país está ou não está melhor? As suas declarações em fevereiro, quando discursava perante a comunidade chinesa em Portugal, no Casino da Póvoa, acabaram por criar alguma controvérsia…

É inacreditável que peguem num discurso que estava a ser feito para enganar chineses e o tragam para a mesa de debate. Sou patriota e se o que está em causa para o bem do país é aldrabar chineses, digo-vos claramente: Aldrabarei chineses.

Apesar de quatro anos de austeridade, a coligação Portugal à Frente ainda morde os calcanhares ao PS nas sondagens. Se vencer as eleições, mas não conseguir a maioria absoluta, como acha que vai ser trabalhar com Marinho e Pinto? Rui Tavares também pode ser uma hipótese…

Sim posso trabalhar com os dois, o Marinho e o Pinto. O Rui Tavares é que não estou a ver quem é.

À esquerda tem ainda Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, mas as relações entre PCP, BE e PS não são as melhores. Como é que os três partidos se podem entender?

Já várias vezes tentei estender a mão e chegar a um acordo com BE e PCP. Mas eles são inflexíveis e insistem em não aceitar incondicionalmente todas as minhas ideias.

Pergunto isto, porque tem afirmado que um eventual acordo com PSD e CDS está fora de questão…

Sim, está fora de questão, espero que os portugueses não votem neles. Já vimos ao longo destes quatro anos no que resultam os acordos com o PSD e o CDS.

As eleições presidenciais: Nóvoa ou Maria de Belém? Os dois, diz Costa

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/624498867975929856

Sei que tem dito várias vezes que este não é o tempo para discutir sobre as eleições presidenciais. Mas o tema acaba por ser incontornável. Ainda sonha com António Guterres?

É absolutamente falso o rumor de que eu tive sonhos com o António Guterres, embora já tenha sonhado com a Angelina Jolie e ele tenha aparecido como figurante.

Mas atenção, não me interprete mal. Respeito todas as formas de expressão do corpo humano e todas as tendências, mas a verdade é que não sonho com pessoas desse género. Não que haja algo de mal, claro. Até tenho um amigo que tem um filho transsexual e quando vamos a um restaurante ele come na mesa com as pessoas normais.

Existe uma ala do partido que não gosta de Sampaio da Nóvoa; e outra, que não se anima com Maria de Belém. E o Doutor António Costa, preferia passar uma tarde com quem?

Passaria uma tarde com alguém que entenda as privações que os portugueses estão a sofrer, graças a esta política ideológica da austeridade expansionista, como a doutora Manuela Ferreira Leite.

Também gostaria de conhecer melhor o Professor Sampaio da Nóvoa. Já assisti a vários discursos do Professor e espero um dia não adormecer num deles, pois acredito que o Professor tem coisas muito interessantes para dizer. O que não é o caso da Maria de Belém, diga-se. Mas a Maria teria algumas vantagens. Por exemplo, os discursos de 25 de Abril seriam mais curtos e como ela já é de Belém, até podia fazer a mudança a pé, poupando o erário público. Mas se a Maria de Belém não for a escolhida, tenho uma alternativa para lhe oferecer. Vai para a Santa Casa por Misericórdia.

Agora a sério. Já escolheu quem vai apoiar?

Como sou uma pessoa de consensos, já tenho um plano para unir o partido: Sampaio da Nóvoa a Presidente e Maria de Belém a primeira-dama. Ou vice-versa.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/624332260330876929

À direita, a candidatura de Rui Rio parece ganhar alguma força. Gostava mais de vê-lo em Belém, como Presidente da República, ou em São Bento, como líder da oposição?

Sei que não terei muito tempo, como primeiro-ministro, para poder ver e conviver com os eleitores, mas gostaria de o ver numa festa de aniversário ou na celebração oficial do feriado reposto a 5 de outubro. Também gostaria de vê-lo como eurodeportado. Eurodeputado, quero dizer, eurodeputado.

Também há hipótese de Marcelo Rebelo de Sousa. Chegou a admitir que sempre o admirou. Gostava de ter o professor como chefe de Estado?

Admirava o professor, mas ultimamente não o tenho ouvido. Como sabem, deixei de ver a TVI, depois do acto de censura maligna que praticaram com o nosso Augusto. Aproveitando a deixa, uma coisa posso prometer: assim que for eleito, o Augusto voltará à TVI, substituindo o dito Professor, que passará a ter um programa matinal semanal às quartas-feiras na RTP 2.

A delicada situação na Grécia: Afinal, o Syriza é exemplo a seguir ou não?

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/616335044521672704

O nosso tempo está a esgotar-se, mas queria ainda falar brevemente sobre a Grécia. Tem sido acusado de ter uma posição muito titubeante em relação ao Governo de Alexis Tsipras – no Twitter, tem pedido muitas vezes ajuda a Porfírio Silva antes de se pronunciar. Afinal, o Syriza agiu de forma “tonta” ou é a tal “mudança que dá força para seguir a mesma linha”?

A minha posição sobre o Syriza é claríssima. A vitória do Syriza representou um sinal de mudança que nos dá força para não seguir a mesma linha de medidas tontas que têm sido corajosamente defendidas por aqueles irresponsáveis que muito admiramos. Somos totalmente a favor da não renegociação da dívida que é impagável e necessita ser não reestruturada rapidamente. Achamos também que é necessário que a UE ajude o Syriza a cumprir com dignidade o seu mandato.

Apenas uma curiosidade. Os “jovens turcos” do PS agora são jovens gregos? É que a Turquia e a Grécia nunca se deram muito bem…

Chipre é um caso de sucesso na convivência entre gregos e turcos, por exemplo. Os “jovens turcos”, como se costumam designar, são quatro, ou seja, oito mãos. Daí que muitas vezes me refira a eles em italiano como os otto mani.

A terminar, vai convidar Yanis Varoufakis para o ajudar na campanha?

Admiramos muito o estilo Yanis, a sua liderança eficaz, a forma resoluta como conduziu a Grécia ao sucesso e como terminou a austeridade. Dessa forma, o João e o Yanis estão desde já a preparar o plano B para Portugal, que contamos por em prática ainda antes do Plano A. A primeira medida está já a ser tomada. O João está a aprender a andar de mota. O Partido comprou-lhe uma Macal Minarelli em segunda mão, a crédito, e se tudo correr bem com a aprendizagem do João, em outubro tiramos as rodinhas.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/613078718169415680

O que pensa Pedro de Costa e Costa de Pedro?

A pergunta era inevitável: o que pensa Pedro, o primeiro-ministro, de Costa, futuro primeiro-ministro, e vice-versa? O Observador foi tentar saber e perguntou aos dois quais são as qualidades que um e outro elegem no adversário.

Primeiro, Pedro. Perguntámos ao primeiro-ministro se seria capaz de comprar um carro em segunda mão ao socialista e o que preferia fazer numa tarde ao lado de António Costa. A conversa acabou por estender-se também a outras figuras da política portuguesa: se Pedro tivesse de viajar com alguém para uma ilha deserta quem escolheria? As repostas não ficaram aquém das expectativas.

Num plano mais pessoal, qual é a qualidade que mais aprecia no secretário-geral do PS?

Que saiba perder, e tenha vontade de repetir a experiência.

Era capaz de comprar um carro em segunda mão a António Costa?

Desde que fosse um carro alemão, claro. Esses até a socialistas resistem.

Se tivesse que passar um dia com o secretário-geral do PS preferia: 1) Cozinhar-lhe farófias?; 2) Fazer um dueto numa sessão de karaoke? 3) Ou provar a conhecida moqueca de camarão de António Costa?

Bom, como dizia o meu avô, socialista com a boca cheia é socialista calado. Pelo que teria que ser a primeira.

Mais uma pergunta de resposta rápida. Se tivesse de viajar com alguém para uma ilha deserta quem escolheria: 1) João Galamba? 2) Catarina Martins? 3) Ou Jerónimo de Sousa? Os três costumam ser muito duros consigo no Parlamento…

Jerónimo de Sousa. Apesar das nossas diferenças, partilhamos o gosto de dizer mal dos Socialistas. Temos nesse aspeto uma admiração mutua.

O nosso tempo está a esgotar-se, mas gostávamos de colocar duas últimas questões: Com tanta doçaria que existe na cozinha portuguesa, porquê farófias?

Quando em 2011 fiz essa mesma pergunta aos meus assessores de imagem, disseram que para além de ser algo que toda a gente gosta, foi a primeira coisa que lhes ocorreu. Desde aí tornei-me bastante bom nisso e ainda hoje os obrigo a comer todos os domingos.

E por fim: já sabe para onde vai de férias antes da campanha eleitoral?

Manta Rota, como é habitual. E as férias com fotografias espontâneas no meio do povo e às compras no supermercado não são antes da campanha eleitoral, são durante.

*

Chegou a vez de Costa. No @Largo do Rato – e não no Largo do Rato -, fizemos exatamente as mesmas perguntas ao socialista e ainda metemos Paulo Portas ao barulho. Será que o “futuro primeiro-ministro” aprecia alguma coisa em Pedro Passos Coelho? E em Paulo Portas? Ora veja.

https://twitter.com/FuturoPMCosta/status/624353156047196160

Falemos sobre Pedro Passos Coelho. Qual a qualidade que mais aprecia no primeiro-ministro?

Julgo que é mais credível que eu a mentir. As minhas mentiras saem pouco naturais e as dele até parece que são verdade. É teimoso e resiliente na obstinação, algo que aprecio. Infelizmente, esta insistência no erro levou o país a esta situação insustentável que reverterei mal seja eleito. A insistência em ir além da troika, contra todas as evidências, foi um erro que os portugueses tiveram que aguentar durante demasiado tempo.

Mas na verdade não lhe reconheço muitas qualidades. Repare que tudo é feito em esforço. Veja-se, por exemplo, a dificuldade que teve em tirar Portugal da bancarrota que o meu partido lhe tinha deixado.

Se tivesse que passar um dia com Passos Coelho preferia: 1) Servir-lhe a sua famosa moqueca de camarão; 2) Fazer um puzzle com ele? 3) Ou fazer um dueto numa sessão de karaoke?

Teria todo o gosto em servir-lhe moqueca ou outra coisa que ele possa preferir num almoço de despedida do seu governo. Ele que traga as farófias. Mas essa parte de cantar não é para mim, sou um político sério.

Era capaz de comprar um carro em segunda mão ao primeiro-ministro? E ao vice-primeiro-ministro?

Não compraria carros em segunda mão. Nós no PS pensamos à grande. Se necessitar de um carro, peço um Audi ao Zorrinho.

A propósito de Paulo Portas. No início desta semana, foi notícia de que não estaria disposto a participar num debate com o vice-primeiro-ministro. Que mal lhe fez Paulo Portas?

Os debates servem para esclarecer o eleitorado acerca da minha razão e da consequente falta de razão do adversário. Os portugueses já sabem que Paulo Portas não tem razão, é um debate desnecessário e que não terei, para poupar o vice-primeiro-ministro de uma humilhação pública irrevogavelmente marcante.

Uma última pergunta: já sabe para onde vai de férias antes da campanha eleitoral?

Gostava de ir a Hobart, na Tasmânia. Tem belas praias e belezas naturais e, curiosamente, está nos antípodas de Évora. Mas como o partido está falido e as eleições estão à porta, vou optar por férias portuguesas. Vou passar uma semana em Lanzarote.

Ilustração: Milton Cappelletti

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.