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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Jonathan Coe: "Os ingleses sempre tiveram a sensação de que estão à parte"

O britânico Jonathan Coe viveu dois meses em Cascais e tem um novo livro quase pronto. Diz que o tédio é muito útil na vida de um escritor e critica a falta de imaginação na política.

Chegou em inícios de outubro, instalou-se num hotel da Cidadela de Cascais e ali ficou por dois meses a escrever um livro. O retiro criativo foi interrompido de vez em quando por entrevistas e apresentações públicas, mas na maior parte do tempo Jonathan Coe esteve sozinho frente a um computador a viver a realidade do próximo romance.

Quando o Observador foi ao encontro dele, em fins de novembro, já o escritor afiançava que esse próximo livro estaria por certo escrito a metade quando a estância terminasse. E confessou: as semanas em Portugal fizeram-no sentir-se outra vez criança – só ele, a escrita e o pensamento, como quando andava na escola e vivia nos arredores de Birmingham. Terá sido por isso que nos surgiu como um homem tímido e reservado, a pensar cada palavra que dizia, talvez receando expor-se.

Autor de alcance popular, nasceu em Inglaterra a 19 de Agosto de 1961, estudou em Cambridge e Warwick, doutorou-se com uma tese sobre o escritor britânico Henry Fielding e começou a publicar em 1987 (o primeiro livro em Portugal foi Que Grande Banquete!, em 1995). Tem duas filhas, uma de 22 e outra de 19 anos.

Entre conto, romance e não-ficção, assinou até agora 12 livros, o mais recente dos quais é O Coração de Inglaterra, lançado em Portugal em outubro e que lhe valeu entretanto o Prémio do Livro Europeu 2019. É uma narrativa ficcional com a saída do Reino Unido da União Europeia  como pano de fundo – terceiro volume de uma trilogia iniciada em 2001 com O Rotters Club, a que se seguiu O Círculo Fechado, em 2004.

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Jonatahn Coe foi o terceiro escritor convidado a participar nas residências literárias de Cascais, promovidas pela Fundação Dom Luís I e coordenadas pela escritora e jornalista Filipa Melo. Por ali já passaram Olivier Rolin e Michael Cunningham. Javier Cercas e Germano Almeida virão em 2020.

“O Coração de Inglaterra”, de Jonathan Coe (Porto Editora)

Como reagiu ao convite para vir escrever um livro a Portugal?
Conheci a Filipa Melo há quase dois anos num festival literário em Matosinhos. A princípio, pensei que ela estivesse a brincar. Disse-me que poderia vir escrever para um hotel de Cascais durante dois meses. Disse-lhe logo que sim, a ideia parecia perfeita, mas confesso que na altura não equacionei bem do que se tratava. Só mais tarde, quando a Filipa me enviou alguns e-mails, é que percebi que o convite era a sério. Houve aqui uma conjugação feliz de circunstâncias, porque por razões familiares a melhor altura para vir seria Outubro deste ano, precisamente quando queria começar um novo livro. Quando me for embora, já terei escrito metade do romance [o escritor regressou a Inglaterra em inícios de dezembro].

Que livro é?
É pequeno. Anda na minha cabeça há mais ou menos uma década, mas só se tornou mais concreto nos últimos dois ou três anos, o que coincidiu com o convite para vir até Cascais. Para já, posso dizer aquilo que o livro não é. Regra geral, o livro seguinte é uma reação ao livro anterior, uma história completamente diferente. O Coração de Inglaterra é um romance extenso, de teor político, situado no passado. Agora estou a fazer um livro breve e sem referências políticas, localizado no passado, em 1977. Não há alusões ao Brexit, porque a palavra não existia naquele tempo. Uma época feliz, portanto.

Qual é a primeira coisa que estabelece quando começa a escrever?
Com os anos, o meu método passou a ser resultado de um pensamento ora muito metódico, ora muito caótico. Geralmente, começo por decidir o tamanho do livro. Não há muitos autores a fazerem o mesmo, até se surpreendem quando falo nisto.

Decide se será um romance de 100 páginas ou de 300, é isso?
Mais ou menos. Como escrevo no computador, penso mais no número de palavras. Mas talvez o ponto de partida seja a ideia principal. No caso de O Coração de Inglaterra a ideia principal era um romance sobre Benjamin Trotter e os amigos [personagens de dois romances anteriores], tendo a saída do Reino Unido da União Europeia como pano de fundo. A partir daí, sim, defini a dimensão, quanto é que tinha a dizer sobre o assunto. Decidi que seriam 140 mil palavras e acabei por ter 138 mil. Andei perto. O próximo livro é mais pequeno, como disse, e com menos personagens. Está mais próximo do conto do que do romance. Vai ter cerca de 70 mil palavras.

Trabalha com elevada precisão.
Nem percebo como é que alguém consegue escrever um livro sem fazer estes cálculos. O mais importante para mim, aquilo que torna o livro legível do ponto de vista do leitor, é encontrar ritmo e de proporção. Não sou capaz de começar a escrever uma cena ou um capítulo sem saber que espaço vou ocupar. Tenho de contar isto e aquilo em cinco mil palavras ou em 300 mil? É muito diferente, tem efeitos sobre o tempo que me vou demorar nas descrições, na digressão. Este livro de Cascais é muito cinematográfico. Desde logo, porque o cinema é o tema central, mas o modo narrativo também é cinematográfico. Estou a escrever da forma mais económica possível, como se de um filme de duas horas se tratasse, e tenho de juntar tudo para caber nessa duração.

Os jornalistas também escrevem de acordo com o número de caracteres ou palavras que cabem na página do jornal. Já fez jornalismo?
Já tenho feito alguns artigos. Nos últimos 20 ou 30 anos, tenho feito algum jornalismo cultural. Concordo: o método que descrevi é idêntico ao da escrita jornalística, com a diferença de que o limite de palavras é estabelecido por mim, não pelo editor do jornal.

"Escrever é uma forma prazerosa de ganhar a vida, mas muitas vezes é também uma atividade aborrecida e difícil, por isso, é fácil encontrar desculpas para não ligar o computador e escrever."

O título surge quando?
Depende. Dou-lhe o exemplo de O Coração de Inglaterra [Middle England, no original]. Uma vez que inclui personagens de livros anteriores, e como o editor já estava familiarizado com essas personagens, vendi o livro à Penguin na base de uma sinopse de página e meia. Nessa altura, o título era The Reopening, em referência à reabertura do Rotters Club. Mas depois não gostei do título e reparei que na sinopse tinha usado a palavra Middle England por duas ou três vezes. Tornou-se óbvio que teria de ser esse o título. O que nunca acontece é terminar o livro sem ter o título escolhido. Quem sabe se não vai acontecer agora pela primeira vez. É que tenho um título provisório e não gosto dele.

A pergunta obrigatória é: qual o título provisório?
E a resposta obrigatória é: não posso dizer.

Cascais aparece no novo livro?
Um terço de O Coração de Inglaterra foi escrito durante uma residência artística em Marselha. Apaixonei-me pela cidade nessa ocasião e coloquei uma das personagens em Marselha. No novo livro, a localização está pré-estabelecida, porque me estou a basear em factos reais. Tenho de ser fiel aos factos e a verdade é que as personagens não visitam Cascais. Se tivesse de escrever sobre Portugal, não gostaria de dar aos meus leitores uma perspetiva turística e essa é a visão que sinto ter neste momento. Tenho passado uns dias maravilhosos, mas não posso dizer que tenha mergulhado na cultura portuguesa. A residência tem por objetivo concentrar-me no que se passa na minha cabeça apenas. Estou aqui há vários dias, mas tenho-me isolado, estou dentro do livro e não em Cascais. Dito isto, acrescento que um dos meus romancistas preferidos é Henry Fielding [britânico da primeira metade do século XVIII]. Sempre me intrigou que ele tenha morrido em Lisboa. Chegou no fim da vida e esteve em Lisboa durante dois meses, na zona de Belém. Sabemos que por volta de 1754, meses antes do Terramoto, escreveu para Londres e pediu que lhe enviassem um ajudante, porque não falava português e queria alguém que se sentasse com ele à noite a falar. Anda na minha cabeça a ideia de escrever sobre esta pessoa que foi convocada para vir a Lisboa em 1754 fazer companhia a Henry Fielding.

Um dia vai escrever esse romance?
Não posso dar a certeza, nunca sabemos, mas tenho essa intenção.

Está habituado a residências literárias?
Estive em três até agora: aqui, em Marselha e na Flandres.

Sente-se impelido a escrever sobre o local aonde vai ou não é assim que funcionam as residências literárias?
Tanto quanto entendi, a Fundação D. Luís não impõe essa regra. Mas nunca sei se não poderei usar a experiência de estar aqui num futuro livro. Para já, estou concentrado neste romance concreto passado em 1977.

Qual é a diferença entre uma residência literária e estar em casa a escrever?
Aqui temos tempo e espaço e sentimos a obrigação de escrever, uma obrigação no bom sentido. Em casa, temos contas para pagar, problemas para resolver, vida familiar para nos distrair, visitas de amigos… Há muitas desculpas para não nos sentarmos a escrever. Escrever é uma forma prazerosa de ganhar a vida, mas muitas vezes é também uma atividade aborrecida e difícil, por isso, é fácil encontrar desculpas para não ligar o computador e escrever. Aqui, não. Tenho poucas semanas para escrever e prometi a mim mesmo que metade do livro estaria escrito quando terminasse a residência. É um período de concentração e de obrigação. Além disso, não tenho de me preocupar com a comida, que é fornecida pelo hotel. É uma experiência libertadora.

Escrever implica inspiração ou é apenas trabalho?
Penso que vai além do mero trabalho com palavras. É uma estranha forma de ganhar a vida, porque é preciso fazer duas coisas ao mesmo tempo: retirarmo-nos da vida real, mas mantermo-nos ligados à vida da construção que vamos fazendo.

"Os miúdos de hoje não sabem o que é estar entediado. Vejo isto pelas minhas filhas. Não digo que não tenham problemas na vida, claro que têm, e muitos, mas o entretenimento está à mão de semear, sob qualquer forma. Na década de 70, não tive nada para me entreter que não fosse o meu próprio pensamento. Encontrar a quietude e a monotonia de que falo será difícil para os escritores de hoje, penso eu."

Uma forma de escapismo.
Sim, mas o lugar para o qual escapamos pode ser mais complexo e até mais real do que o lugar de que escapámos. Acima de tudo, precisamos de sossego, que às vezes corresponde a monotonia e aborrecimento. Estar aborrecido é muito útil para um escritor. Se não há mais nada para nos distrairmos, concentramo-nos apenas no nosso mundo interior. Quando era miúdo, na década de 70, vivia nos subúrbios de Birmingham e a vida era mesmo chata. Não tínhamos telemóveis nem Netflix, não tínhamos Spotify, quase não havia canais de televisão. Guardo uma imagem muito calma da minha infância. Muitas vezes, não tinha outra para fazer que não fosse ler e pensar. A escola ficava no centro da cidade, todos os meus amigos estavam dispersos, não nos víamos fora da escola. Fui uma criança muito solitária e deve ter sido por isso que me tornei escritor. Tento muitas vezes regressar a essa fase da minha existência. Estar aqui em Cascais tem ajudado. Claro, não é a mesma coisa, mas há semelhanças.

Hoje os pais andam preocupados por os filhos não lerem muito, por estarem muito tempo frente aos ecrãs.
É por isso que penso muito sobre como poderá uma nova geração afirmar-se na literatura. Os miúdos de hoje não sabem o que é estar entediado. Vejo isto pelas minhas filhas. Não digo que não tenham problemas na vida, claro que têm, e muitos, mas o entretenimento está à mão de semear, sob qualquer forma. Na década de 70, não tive nada para me entreter que não fosse o meu próprio pensamento. Encontrar a quietude e a monotonia de que falo será difícil para os escritores de hoje, penso eu.

Duvida que nos próximos anos surja boa literatura?
Não é bem isso. Pergunto-me se os novos escritores saberão encontrar o tempo, o espaço e a paciência para escrever. Para desenvolvermos os músculos da nossa imaginação, precisamos de tudo isso. Posso estar enganado. Sei que há muitos jovens que querem escrever e escrevem. Talvez venha a acontecer que a literatura do futuro seja simplesmente diferente da literatura da minha geração, agora produzida num contexto muito mais frenético.

A literatura está em crise?
Pelo menos, tem vindo a tornar-se marginal. Contar histórias é um impulso humano fundamental e ouvir contar histórias é uma necessidade, ajuda-nos a compreender o mundo. Isso não irá desaparecer. Hoje contamos histórias de novas formas. Atualmente, o melhor “storytelling” está nos ecrãs, sob a forma de séries. O romance não estará em crise, mas tem vindo a tornar-se cada vez menos importante.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Se comparar as vendas dos seus primeiros livros com as vendas atuais, vê grandes diferenças?
Na verdade, os números mantêm-se mais ou menos os mesmos. São boas notícias. As más notícias são que os meus leitores estão a envelhecer. Quando vou apresentar os livros a festivais ou livrarias, noto que não aparecem muitos jovens. Talvez procurem escritores mais novos do que eu.

Ou talvez não gostem de ir a apresentações de livros mas continuem a ler os seus livros.
É possível.

Que papel tem a literatura hoje?
Como qualquer forma de arte, como a pintura, a dança ou a música, ajuda as pessoas a utilizarem melhor a imaginação, de forma mais forte e mais flexível. A imaginação é provavelmente a mais importante faculdade humana. Um dos problemas da política atual, e refiro-me ao Reino Unido, é que deixou de ser imaginativa, criativa. Parece que as pessoas deixaram de entender o ponto de vista do outro ou de sentir pelo menos alguma empatia. Para mim, um romance é como um ginásio da imaginação, é onde se exercita esse músculo. Por isso, diria que a literatura desempenha um papel fundamental na sociedade, incluindo na política.

Disse numa entrevista que o excesso de humor é um dos problemas da política britânica. Porquê?
Temos uma forte tradição de humor político, desde o século XVII até à década de 60, quando se deu um “boom” da sátira política na televisão e no teatro. Habituámo-nos a ver a política como uma piada, algo de que nos rimos. É saudável que assim seja, mas não que se torne a única maneira de olhar a política. Acho que se tornou normal na psique britânica rir dos temas políticos quando eles muito complexos. Consideramos que tudo é absurdo, logo, não tentamos lidar com os problemas. Um exemplo é o papel de Boris Johnson no Brexit. Nos anos 90, ele era jornalista, correspondente de um jornal em Bruxelas, e fazia notícias sobre o Parlamento Europeu, sempre a transmitir uma perspetiva cinzenta e crítica, como se estivesse acima daquela realidade e valesse mais do que ela. Em vez de escrever notícias sérias, escrevia notícias que davam a ideia de que o Parlamento Europeu era uma comédia pegada, um sítio cheio de burocratas e idiotas que queriam obrigar os britânicos a fazer coisas parvas, como usar preservativos com um comprimento padronizado. Os artigos dele tornaram-se muito influentes porque outros jornalistas perceberam que aquele estilo se tinha tornado popular entre os leitores. Começaram a escrever da mesma forma. Em lugar de uma discussão séria sobre o que é a União Europeia e quais os problemas que existem, os britânicos passaram a olhar para o assunto como uma comédia. Claro que muitos anos depois isso influenciou a escolha das pessoas no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia [junho de 2016]. Os britânicos passaram a olhar a União Europeia como um circo e quiseram sair.

"É um erro trágico. Penso que a economia britânica se ressentirá nos próximos 10 ou 20 anos. Sobretudo, é um erro pela mensagem que transmite ao resto do mundo: afinal, não somos bons parceiros e não acreditamos na cooperação."

Terá havido outros fatores. Não é raro os portugueses pensarem o mesmo da Europa e no entanto não querem sair.
Sim, foi um dos fatores. Penso que o referendo mostrou aos britânicos e ao resto do mundo que o excecionalismo britânico é uma ideia arreigada e antiquada. Há uma relutância em querer ver que vivemos num mundo de interdependências, que os problemas globais têm de ser resolvidos através da cooperação entre países. Os ingleses sempre tiveram a sensação de que estão à parte. Talvez seja a mentalidade insular, talvez sejam os mitos que criámos sobre o nosso império e o papel que tivemos na II Guerra Mundial. Há alguns escrevi um romance intitulado Expo 58 [2013], sobre o envolvimento dos britânicos na Feira Mundial de Bruxelas de 1958, e quando estava a pesquisar encontrei documentos sobre a participação inglesa que demonstravam a atitude de superioridade face ao resto da Europa. Não levavam a exposição a sério e achavam que eram bons demais para estarem ali.

Partilha essas características?
Espero que não. Sou muito inglês, no sentido em que há várias gerações que a minha família vive em Inglaterra, pelo que algures na minha mente pode haver resquícios da superioridade britânica. Tento lutar contra isso, porque me sinto europeu e não vejo qualquer contradição entre europeísmo e britanismo. Parece que nos pediram para escolher uma delas, quando do referendo.

Já tem dito que o Brexit é um erro. Que consequências prevê?
É um erro trágico. Penso que a economia britânica se ressentirá nos próximos 10 ou 20 anos. Sobretudo, é um erro pela mensagem que transmite ao resto do mundo: afinal, não somos bons parceiros e não acreditamos na cooperação. O Reino Unido irá voltar-se agora para os EUA, é o que pretendem os políticos em funções, e não vejo que seja boa ideia, atendendo a quem hoje lidera os EUA.

Do ponto de vista pessoal, que efeitos poderá ter o Brexit?
Muitas famílias que hoje dependem de empresas que fazem negócios com a Europa, terão um futuro difícil, penso eu. A pergunta que nos fizeram no referendo tinha uma dimensão psicológica e emocional [“Deve o Reino Unido continuar a ser membro da União Europeia ou deve sair da União Europeia?”]. A pergunta continha ideias sobre que tipo de pessoa queremos ser e se estamos abertos ao resto do mundo. Tenho uma situação financeira estável, não vejo que o Brexit vá afetar a minha qualidade de vida. Mas a do meu irmão, por exemplo, sairá afetada, porque ele faz negócios com muitos países europeus. Fico sobretudo com o incómodo emocional de fazer parte de um país que voltou costas aos vizinhos e aliados europeus. Fiquei desiludido. Sou muito patriota e nunca tinha tido este sentimento. Um dos efeitos colaterais, este positivo, é o de que muitos britânicos começaram a sentir-se mais europeus, a falar mais sobre isso. Não nos esqueçamos de que o país ficou dividido no referendo: 52% contra 48%. Os 48% estão zangados e há quatro anos seria inimaginável ver britânicos com bandeiras da União Europeia a protestar frente ao parlamento, como agora acontece.

Ao escrever um romance sobre o Brexit quis deixar um documento histórico?
Sim, um livro que, independentemente da qualidade literária, possa ser lido daqui a 20 ou 30 anos e permita perceber o que sentimos na altura do Brexit. Uma história emocional, digamos assim. Mas esse não foi o objetivo principal, o principal foi apenas escrever, uma necessidade que tenho. De outra forma, não seria escritor.

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