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FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Senta-te aí, Primeira Dama: faz-te adulto e canta-nos tudo

“Não há nada que me irrite mais que a ideia de continuidade”, diz-nos Manuel Lourenço, o músico que assina como Primeira Dama e que tem um novo disco, o terceiro: mais maduro, só podia ser.

Quando chegamos ao local combinado e o entrevistado se apresenta com ovos e bacon para pequeno-almoço, temos meio caminho andado. Sabemos que a entrevista vai ser boa. Que serão feitas as devidas pausas para que o gravador não guarde o som da mastigação. Que a barriga ficará composta, o coração feliz e as respostas sairão mais afinadas. Em relação às perguntas já não podemos garantir. Era mesmo isto, ovos, bacon, pão, para vitaminar alguém que afirmou ter acordado cansado. É sempre assim quando se está na véspera de editar um disco. E no caso de Manuel Lourenço é capaz de ter sido sempre assim durante os últimos três anos, intervalo de tempo entre Primeira Dama (2017) e este Superstar Desilusão (2020). Tempo em que se fartou de tocar com Lena d’Água, em que fez dois discos com Filipe Sambado, mas período durante o qual também teve problemas para resolver.

Apesar de ter começado antes, só entre o verão de 2019 e o fim desse mesmo ano é que fechou as canções que faltavam. E depois de um disco homónimo de temas mais despidos, de uma linguagem assumidamente mais pop, dá-nos agora oito composições com ambições mais rockeiras, mais desviadas. Primeira Dama é nome de quem parece querer sempre fazer o contrário daquilo que esperam dele. E isso, neste mundo matemático e empacotado, é uma qualidade. É daí que vem um repúdio pela ideia de continuidade, como se o corpo de trabalho tivesse sempre de corresponder sempre a determinadas expectativas. Aqui não. Superstar Desilusão é editado esta sexta-feira, 18 de setembro, e apresentado dia 1 de outubro, no Teatro São Luiz, em Lisboa. A desculpa ideal para uma conversa com um dos fundadores da Xita Records, que começa por elogiar a t-shirt do entrevistador, da série “Super Campeões”, também conhecida como “Oliver y Benji”.

[“Desilusão”, do novo álbum de Primeira Dama:]

Dizias que gostavas da minha t-shirt. És fã de “Super Campeões”?
Sou o maior fanboy de “Super Campeões”.

Acompanhavas, portanto?
Claro, quando dava na RTP e depois houve uma altura em que dava também no…

…no Panda?
Nem mais, via também no Panda. Anime é uma coisa que entrou um bocado tarde nos meus gostos, gostei sempre muito de “One Piece”, via “Super Campeões”, “Doraemon”, “Shin Chan”. São histórias incríveis. Há dois anos comecei a rever algumas coisas e foram importantes para trabalhar, porque as histórias de anime são as mais bem contadas, os pormenores…

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Mas foram importantes para trabalhar o quê?
Sobretudo a construção da narrativa. A literatura desenvolve-nos, dá-nos mais elasticidade, mas as animes têm uma profundidade particular, a forma como os arcos se cruzam, foi importante para desenvolver a capacidade de criar narrativas com diferentes personalidades dentro da mesma personagem. Neste caso, dentro do autor das canções. Este disco foi um processo de três anos onde passei por algumas coisas complicadas, sobretudo fisicamente, estive muito doente do estômago, passei uma fase mais destrutiva, que é natural quando te estás a tornar adulto.

Tens que idade?
Tenho 23, há fases mais malucas, em que vais mais para a festa e também por isso te vais mais abaixo, as relações com as pessoas também se começam a transformar. A isto também se junta o facto de ter estado, com esta banda, a trabalhar intensivamente na colaboração com a Lena d’Água, que era uma missão que queria cumprir e que depois desembocou no disco que ela fez com o Benjamim e com o Pedro Silva Martins.

Foi muita coisa.
Sim, foi. E no meio desta coisa toda claramente não podia fazer só mais um disco, como os outros dois, e sinto que este tem mais de mim. Não é que os outros, mais pop, não sejam igualmente relevantes, mas este representa mais aquilo que sou do ponto de vista da música que cresci a ouvir com a minha mãe.

"Com a transição para a fase adulta consegui perceber algumas coisas melhor e também ganhei algum cinismo do ponto de vista emocional, conseguir entender a desilusão, por exemplo, não como algo fora da norma, mas como algo que faz parte da vida."

Que era qual?
Indie rock, The Strokes, Arctic Monkeys mais tarde, mas sobretudo os Strokes. Eu e a minha mãe fomos viver para os Estados Unidos e quando voltámos, os Strokes tinham acabado de rebentar, são as minhas primeiras memórias auditivas.

Viveste nos Estados Unidos?
Sim, em puto, foram só dois anos, a minha mãe tinha ido para lá fazer o seu doutoramento. Foi mãe relativamente jovem, os meus pais separaram-se cedo, não foi uma coisa muito problemática na minha vida, mas teve essas decisões e mudanças que se seguiram depois e que são naturais.

Em que cidade estiveste?
Boston, de 1999 a 2001, dois anos e meio, era muito pequeno, mas é um pouco estranho perceber que as primeiras memórias que tenho não são no meu país. Só quando cheguei a adulto percebi que isso se relacionava com o facto de ser tão agarrado aos amigos, acho que me ficaram marcadas essas mudanças abruptas. Com a transição para a fase adulta consegui perceber algumas coisas melhor e também ganhei algum cinismo do ponto de vista emocional, conseguir entender a desilusão, por exemplo, não como algo fora da norma, mas como algo que faz parte da vida.

Mas continua a ser um momento fulcral.
Exato, não deixa de ser um momento de viragem, é preciso sofrer um bocado para chegar a essas ideias.

O teu disco homónimo é de 2017. Começas a trabalhar neste Superstar Desilusão logo aí?
Mais ou menos. A primeira canção, que foi a única que escrevi durante muito tempo, é a “Lilo” e vê-se que é a que está mais próxima das antigas. Foi um disco que fui fazendo ao longo dos últimos três, tendo terminado as canções mais ou menos há um ano e acho que fui sendo inspirado pela minha banda e por aquela linguagem, que a mim me diz bastante, dos Strokes e de todas essas bandas indie, e as Pega Monstro, que assumidamente sempre foram uma grande influência para mim. E também os VEENHO, que é uma banda que me é muito próxima e que são da Xita e com a qual eu partilho o baterista. E diga-se que uma das razões pela qual não consegui escrever antes foi o facto de ter tido o meu cérebro muito ocupado com o trabalho com a Lena d’Água. Depois houve ali uma altura em que pensei que tinha mesmo de fazer o disco e quando me candidatei à bolsa da GDA — com o qual paguei este disco — já tinha algumas canções, mas havia ainda muitas ideias soltas e de repente acaba-se a cena da Lena d’Água, soube que ganhei a bolsa e foi quase uma libertação.

"Este disco foi um processo de três anos onde passei por algumas coisas complicadas, sobretudo fisicamente, estive doente, passei uma fase mais destrutiva, que é natural quando te tornas adulto"

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Algo como “vamos lá então fazer isto”.
Sim. E as canções que estavam por fechar foram fechadas, num período de trabalho intensíssimo.

Isso foi quando?
Foi no verão de 2019. A gravação aconteceu em janeiro de 2020.

Então este intervalo de três anos entre discos deve-se sobretudo ao trabalho com a Lena d’Água, foi isso?
Não, não. Eu estive mesmo mal. Precisava de curar uma série de coisas, estar noutro sítio, no fundo. A Lena foi bom porque me deixou escapar das outras coisas, mas ainda assim manter uma rotina de trabalho e um foco relativamente grande. E depois, pronto, sou o funcionário número 1 do Sambado, esqueço-me sempre de dizer isto porque já é uma coisa tão intrínseca na minha vida… e fiz dois discos com ele nos últimos três anos, foram muitas horas de trabalho.

Este título, Superstar Desilusão, relaciona-se com uma ideia qualquer de não concretização artística ou de perceberes que estavas a fazer um caminho errado?
Quando apareci, tive o privilégio todo, toda a gente gostou muito, cheguei e era um puto que cantava melhor do que as outras pessoas, não era assim tão bom a fazer canções, mas não era mau, dava bons concertos.

Com dois discos seguidos.
Sim. E depois comecei a pôr tudo em causa, mudei muito, aconteceram muitas coisas, mas sim, acho que se relaciona com isso. Quando começas, se as coisas correm bem aparecem logo as expectativas e eu nunca o fiz porque sempre soube de onde venho, sempre tive uma noção realista de como são as coisas, venho de uma família de músicos, apesar de ser uma área diferente.

Que área é essa?
Clássica e em parte o jazz.

Sabias que tinhas uma boa bagagem, é isso?
É isso. Sempre tive noção que uma certa solidez artística demora muito tempo a construir. É o deixar-me enganar, ficam muitas coisas por fazer, não é? Houve ali uma altura que estava só riding the wave, percebes? Dentro da cena indie as coisas corriam-me bem e essas também são as pessoas a quem eu sinto que tenho coisas a dizer, só que depois começas a perceber que não estás a dizer nada de jeito. Ou porque ainda não sabias bem como dizer ou porque eras puto e não tinhas coragem para dizer. E agora, mesmo assim, acho que não o consegui cumprir por inteiro.

"Portanto, deu-me muito prazer fazer um disco de guitarras que não soa igual aos outros, que é diferente. É claro que não é diferente em tudo, mas tem muitas coisas novas ao nível da linguagem. A continuidade só nos empobrece."

Ainda não estás lá.
Ainda não estou lá. Mas já é um passo.

Na “Sion” cantas: “quero a guita só para mim”. Isso relaciona-se com esta ideia do título do disco?
Mais ou menos… se calhar nem por isso. Essa canção e a “Rodrigo” são aquelas que têm um teor mais político. A “Sion” fala do conflito israelo-árabe, a ocupação da Palestina. E essa canção originalmente chamava-se “Empatia” porque o pessoal teve de se deparar, sobretudo na altura do Festival da Canção, com a consciência real das pessoas. Quando o debate vem ao de cima é que tu percebes a consciência real das pessoas sobre um determinado problema e obviamente que há uma questão política e ideológica muito grande há volta disso. Para mim é uma questão óbvia e sempre foi. Foi na altura em que estava a ler o primeiro volume de As Mil e Uma Noites, a tradução do Hugo Maia, que aconselho a toda a gente que leia, é muito bom. Esta nova tradução é mesmo muito boa, a cena não romantizada, os europeus têm uma tendência enorme de estragar as coisas que vêm de fora. É quase desesperante.

Aquilo soube-te bem.
Soube-me bem, sexualmente é muito mais real, também é um retrato muito mais realista do machismo intrínseco de todo o Cáucaso, de todos os brancos e médio-orientais. Hoje em dia já evoluímos um bocadinho, mas não sei se não é um bocado fachada, parece mais do que é.

Sobretudo em comparação com o álbum homónimo, dirias que este é um disco mais preenchido? Ou seja, há mais essa ideia strokiana, há mais cordas, não?
Sim, no fundo, não só o paradigma das canções mudou completamente, acho, pelo menos foi o que tentei fazer, mas sobretudo em termos de conceção estética do disco ele até tem um lado que é muito mais parecido com o primeiro.

Sem dúvida.
Foi isso que quis fazer, o primeiro álbum é resultado da grande dádiva que o Sambado me deixou na vida, saber que não podia fazer um primeiro disco de simple pop igual aos outros todos que se estavam a fazer, então vamos fazer um disco estranho, não é? Porque as pessoas vão saber que eu canto bem quando virem os concertos e, portanto, os discos podem ter modulations e reverbs marados e isso vai ser muito mais estimulante e vai trazer ao de cima um lado mais visceral das canções. E no segundo disco foi ao contrário, fui ter com o Sarnadas [João Sarnadas, aka Coelho Radioactivo] porque queria simplificar e ter aquele lado de Flamingos [banda de João Sarnadas e O Cão da Morte, aka Luís Severo], mais bonitinho e arranjado, e se há pessoa que sabe fazer mais com menos é, sem dúvida, o nosso querido Coelho Radioactivo. Sabe mesmo dar muito com pouco, parece sempre muito e é pouco, no Canções Mortas [disco de Coelho Radioactivo editado em 2014] isso é uma coisa absolutamente evidente. Fui à procura disso. E agora quis exprimir que não há nada que me irrite mais que a ideia de continuidade. E faço também uma crítica à imprensa, aos promotores e a todas as pessoas que marcam concertos, que é essa McDonaldização constante do gosto e dos algoritmos do Spotify e de toda essa standardização. Portanto, deu-me muito prazer fazer um disco de guitarras que não soa igual aos outros, que é diferente. É claro que não é diferente em tudo, mas tem muitas coisas novas ao nível da linguagem. A continuidade só nos empobrece.

[ouça aqui o novo “Superstar Desilusão”:]

A tal questão das expectativas…
Sim, o que é que isso? Isso não existe. A continuidade está nas canções, está nas coisas que tens para dizer, não está na arte estética, nem na procura de produção, isso é um erro, isso é tornar as pessoas mais burras.

Há pouco falavas da “Lilo”, essa canção quase pode ser confundida com um rap cheio de auto-tune. Reconheces isso?
É, mesmo na “Ser Diferente” há esse lado meio Lil Peep que está neste disco. Estava mais numa cena trap, mas a malta da banda foi-me introduzindo nessa onda Lil Peep e eu fui para casa ouvir o que eles tinham mostrado. Naturalmente, enquanto procurava javardar com efeitos acabámos por ir dar a uma cena mais Lil Peep.

És de Oeiras?
Sou de Algés. A minha vida foi sempre entre os dois concelhos, Lisboa e Oeiras. Os meus avós viveram muitos anos na D. João V e eu vivi sempre em Pedrouços, que é o Restelo dos pobres, como costumo dizer. Andei numa escola de música em Linda-a-Velha, e na escola básica aqui em Lisboa. Quando fui para o secundário fui para Miraflores. Depois há mais ou menos cinco anos, a família cresceu e a minha mãe e o meu padrasto, mais o meu irmão e a minha irmã, mudaram-se para Algés. E eu também voltei, entretanto, porque, enfim, pobreza.

Vives com eles, atualmente.
Sim, sim. E hoje percebo o privilégio de ter vivido numa zona assim, entre os dois concelhos, e se queres que te diga o meu sonho era arranjar uma casa em Algés e ficar lá.

Lidas bem com o facto de não viveres sozinho?
Tenho uma relação boa com a minha família. E não me sinto assim tão mal porque passo mais tempo com os meus irmãos, acompanho o seu o crescimento. Claro que preferia não estar ali em muitos aspetos, mas foi uma necessidade extrema e foi importante porque, caso contrário, não podíamos estar aqui a falar deste disco nas condições em que estamos.

"Outras pessoas, assim uns barbudos, vão gostar certamente mais. E os aventureiros, os indies aventureiros que, apesar de parecer que estão a desaparecer, acredito que ainda andam por aí e que vão lá estar."

Queria que me falasses um bocadinho da Xita Records e daquilo que se espera para os próximos tempos.
No início havia muita vontade de fazer, depois a coisa foi perdendo algum sentido, sobretudo quando a Lucía [Vives] saiu. Do ponto de vista prático, as coisas perderam sentido e estávamos a precisar de fazer uma pausa uns dos outros. E de repente está-me a dar uma alegria grande porque parece que as coisas estão a voltar a fazer sentido e acho que este disco e o disco dos VEENHO acabaram por trazer mais vontade, estamos mais juntos outra vez, estamos mais unidos e aquela multidisciplinariedade que a Lucía trazia era muito importante para o debate artístico — quase inconsciente porque não falamos disso, mas depois está presente nas coisas que fazemos. Isso acabou por reaparecer pelo Tomás Queiroz, e pelo António [Queiroz], que esteve muito farto de tudo durante muito tempo, mas que de repente parece que está com alguma vontade outra vez, pela Minês [Maria Inês Paredes, performer] também pelas performances que ela foi fazendo na Noite Xita e pelo lado mais da dança. Parece que o pessoal está com vontade novamente.

Há planos?
Estamos a deixar a coisa andar. E tenho a certeza de que muito em breve haverá novidades, se calhar não é só música, se calhar vão ser coisas diferentes, mas isso é bom.

Vais apresentar o disco no São Luiz, que é uma sala importante.
Isso foi a cena boa do TPC de Lena d’Água, já temos estaleca para fazer isso, tocámos no Tivoli, tocámos no NOS Primavera Sound, tocámos no Bons Sons.

O que é que se pode esperar do concerto?
Javardeira. Sobretudo, javardeira. Uma ópera garage javarda. Não esperem canções que não fazem sentido. Peço desculpa à percentagem maioritária dos meus ouvintes, a essas raparigas entre os 19 e os 25 anos, é o que dizem as estatísticas.

Vai ser uma desilusão.
Super, super desilusão. Mas outras pessoas, assim uns barbudos, vão gostar certamente mais. E os aventureiros, os indies aventureiros que, apesar de parecer que estão a desaparecer, acredito que ainda andam por aí e que vão lá estar.

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