Fernando Medina tem estado debaixo de fogo nas últimas semanas depois de ter sido público o envio de dados pessoais de ativistas anti-Putin para a embaixada daquele país em Portugal. Mas as críticas não se ficam por aqui. Uma publicação de Facebook alega que a Câmara Municipal de Lisboa é “a terceira empresa” a nível nacional que mais empregos garante: 17.130 pessoas empregues. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação que ataca a Câmara Municipal de Lisboa.

Na verdade, logo nesta publicação os números são manipulados. As contas feitas pelo autor não apresentam nenhuma fonte oficial devidamente citada. Depois, as informações apresentadas têm por base um tweet onde se refere o seguinte: “Há dois anos, a CMLisboa tinha 10 mil funcionários. Hoje tem 13 mil. É o quarto maior empregador nacional, acima da TAP e dos CTT. A CM Porto tem 2600 para comparação. E isto depois de a CML ter descentralizado competências para as juntas e muitos dos serviços serem subcontratados. Porquê?”. Ou seja, a alegação é que são 13 mil funcionários e não cerca de 17 mil.

Por outro lado, na mesma rede social, a autarquia liderada por Fernando Medina veio prestar esclarecimentos. A CML refere que se trata de “uma manipulação grosseira” do quadro de Recursos Humanos disponibilizado no site oficial daquele organismo. Para isso, recorre a uma alínea do mapa de pessoal (Total de postos de trabalho ocupados), que foi omitida pela publicação original. Aí o número é outro e inferior aos que foram divulgados: 9428 pessoas. “‘Lugares previstos’”, como se percebe, é o limite legal de contratação permitido. E não é o mesmo que ‘lugares ocupados’. Infelizmente autor do tweet decidiu ‘esconder’ a linha imediatamente abaixo”, refere a autarquia da capital portuguesa num outro tweet.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Importa ainda olhar para o tal mapa de pessoal. No quadro nº7, sobre a comparação de postos de trabalho 2020/2021, encontramos o tal número de 9428 de postos de trabalho ocupados. No local referente aos postos de trabalho previstos, onde se encontram os tais cerca de 13 mil, lê-se que esse aumento, comparativamente ao ano passado, está relacionado com “o acréscimo dos postos de trabalho necessários para integrar os trabalhadores que transitaram por força da descentralização administrativa na área da educação para o Município de Lisboa”.

Um dos quadros disponíveis no mapa de pessoal da CML.

Conclusão

Duas publicações — com números diferentes mas com a mesma alegação — decidiram atacar a Câmara Municipal de Lisboa devido ao número elevado de funcionários que emprega. Trata-se, porém, de publicações falsas. O número referido (13.068) diz respeito aos postos de trabalho previstos. Mas, na verdade, o número real é: 9428, por serem postos de trabalho devidamente ocupados.

Esta é a resposta e a defesa da autarquia liderada por Fernando Medina, que decidiu esclarecer aquilo que tinha sido propagado nas redes sociais.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

IFCN Badge