Temeu um cartão amarelo, passou na via verde e os 62,5% foram ouro sobre azul. Como Vieira fará último mandato nos encarnados, a perfilar um sucessor sabendo que há muitos à procura da sua sucessão. Leia aqui:

Entre projeto europeu e finanças, ainda há a estabilidade interna e os casos de Justiça: quatro ideias chave no último mandato de Vieira

“Quero voltar a ver o Benfica assim. Cabe-nos a nós [direção] também juntar a nossa família”, assumiu. Não quer divisões. E vir a ser presidente, quererá? “Até lá há muito tempo para analisar”. Leia aqui:

Rui Costa, o novo vicepresidente, quer “voltar a ver um Benfica muito forte, muito unido”. E quer fazer a sua parte

Forte crítico de Vieira, em especial nos últimos meses, o antigo ‘vice’ do clube quis apresentar-se como única candidatura forte de oposição. “Assumo este resultado. Não era o que esperávamos”, diz. Leia aqui:

Rui Gomes da Silva quis bipolarizar, acabou vítima da bipolarização com 1,64%. “Acabaram as eleições, acabaram as divisões”

Ligou a Luís Filipe Vieira a dar os parabéns, reconheceu o resultado e diz que o Benfica “ganhou” com a disputa. Mas deixou avisos: “Nada será como dantes” e acredita em “Benfica mais ambicioso”. Leia aqui:

Noronha Lopes depois da derrota: da luta por “um Benfica mais digno” à crença de que “nada será como dantes”

Um ex-primeiro-ministro detido, um Papa que renunciou ao cargo e o governo mais curto da democracia. O que o país e o mundo já viveram desde que Vieira se tornou presidente do Benfica. E o que aí vem. Leia aqui:

As 17 coisas que mudaram em Portugal e no mundo desde que Vieira entrou na presidência do Benfica (e quatro que ainda vão acontecer)

Os três candidatos votaram no Estádio da Luz. Nas filas, os sócios chegaram munidos do símbolo benfiquista, mas também de máscaras. As imagens das urnas com um número histórico de votos. Veja aqui:

As imagens das urnas benfiquistas que, em tempos de pandemia, bateram recordes de votos

Vieira de Brito, o arquiteto dos triunfos europeus com Guttmann. Borges Coutinho, o gentleman que pacificou depois da Guerra. Ferreira Queimado e a profissionalização. Os grandes presidentes na Luz. Leia aqui:

O Gulbenkian do futebol, o piloto na Segunda Guerra e o Homem Estádio: três grandes presidentes do Benfica

O “votogate” que se tornou um caso de vídeo, a homenagem ao senhor Emílio e, claro, Bernardo Silva: o resumo da noite mais longa do Benfica, para ler aqui:

O “votogate” que se tornou um caso de vídeo, a homenagem ao senhor Emílio e, claro, Bernardo: o resumo da noite mais longa do Benfica

Estendendo a mão aos derrotados, disse que “não há vencedores nem vencidos”. Quer “um só Benfica” e “unir esforços”, pedindo menos contestação: “Somos mais fortes quando não nos dividimos”. Leia aqui:

Vieira quer “um só Benfica”, pede que “respeitem resultados claros” e aglutina para o “último mandato”: “Somos mais fortes juntos”

Relativamente à polémica entre Luís Filipe Vieira e Bernardo Silva, depois do antigo jogador do Benfica ter-se posicionado pedindo uma mudança na direção dos encarnados, Rui Costa diz: “Compreendo, o presidente sentiu-se magoado, é normal. Conhece-o desde que ele veio para aqui, sente que o ajudou bastante a crescer e quando vemos os nossos jogadores depois a não estarem agradados… é completamente normal. Mas o Bernardo faz parte daquilo que acabei de dizer: somos todos do Benfica e temos todos de estar prontos para nos ajudarmos uns aos outros, para crescermos cada vez mais e conquistarmos os títulos que toda a gente quer”.

Sobre a possibilidade de vir a candidatar-se futuramente à presidência do Benfica, Rui Costa responde: “Jamais farei qualquer coisa neste clube, jamais, sem sentir que posso contribuir para o sucesso. Daqui até lá há muito tempo para se analisar isso. Vou-me analisar a mim próprio”.

Sou demasiado benfiquista para poder estar dentro do clube sem o poder ajudar. Não vale a pena estar a pensar numa coisa que possa vir daqui a quatro anos quando o presente é de tamanha importância para o clube. Não vou estar nunca à frente do Benfica”, prometeu.

Neste momento, diz, sente-se “capaz de ser vicepresidente do clube, com força para contribuir para o clube ser cada vez maior e é isso que me faz estar aqui”.

Oiça aqui, na íntegra, o discurso do candidato derrotado às eleições do Benfica, João Noronha Lopes:

João Noronha Lopes: “Fizemos tudo por um Benfica diferente, mais digno”

Quanto à possibilidade de se candidatar a presidente daqui a quatro anos, dado o anúncio de Luís Filipe Vieira de que este é o seu último mandato, Rui Costa apontou: “Não vou estar a trabalhar diariamente no Benfica com o objetivo ou fixação que tenho de ser presidente. Avaliado serei todos os dias como dirigente do Benfica como já o era como administrador”.

“Já disse e repito: é para mim um grande orgulho, até por aquilo que é o meu relacionamento com o clube, fazer parte da direção do Benfica e ser vicepresidente do Benfica. Creio que os meus pais estão hoje em casa a chorar por verem o filho ser vicepresidente do Benfica, porque a minha família felizmente é toda ela muito benfiquista”, rematou.

Quanto ao que se pode esperar do seu trabalho enquanto vicepresidente, diz Rui Costa aos jornalistas: “Sei a responsabilidade que tenho neste clube, o que as pessoas esperam de mim. O que posso prometer é que tudo farei para que este clube seja cada vez maior. Trabalharei com todas as minhas forças para conseguir, juntamente com a nossa equipa, fazer com que este clube continue a crescer à dimensão que toda a gente espera, fazer com que possa trazer as alegrias aos adeptos que todos esperam”.

Continua o anterior dirigente, agora vicepresidente: “Sou um benfiquista ferrenho e só consigo viver o Benfica… foi assim que cresci nas bancadas do estádio da Luz, nas camadas jovens do Benfica: só consigo ver um Benfica muito forte, muito unido. Quero voltar a ver o Benfica assim. Cabe-nos a nós também juntar a nossa família e isso é aquilo que mais pretendo para o Benfica. Tenho a certeza que todos juntos os títulos ficam muito mais próximos e as nossas alegrias serão muito maiores”.

Rui Costa, que com esta reeleição de Luís Filipe Vieira passa a vicepresidente do Sport Lisboa e Benfica, também reagiu aos resultados: deixa inicialmente um agradecimento aos sócios “pela participação neste dia tão importante para a vida do clube como é a eleição para presidente”.

“Foi um grande dia de Benfica. Um número histórico, creio que até mundialmente, não sei. O meu agradecimento enquanto benfiquista, não enquanto vicepresidente”, diz ainda.

“Inicio hoje o meu último mandato. Será o mandato da continuidade para apostar no que de bom fizemos e para corrigir erros cometidos. Sou um homem feliz e orgulhoso do meu percurso no Benfica. Sou um homem feliz pela confiança que pela sexta vez os benfiquistas me decidiram dar. Tudo farei para retribuir essa confiança”, promete Luís Filipe Vieira.

“Aos que comigo foram eleitos, uma palavra de agradecimento. Sabem que teremos quatro anos exigentes, quatro anos em que seremos fortemente desafiados. Mas sei que saberemos responder à altura da história do Sport Lisboa e Benfica”, afirma ainda.

“Antes de terminar, num dia como o de hoje, permitam-me reforçar que o Benfica tem há sete anos consecutivos contas positivas”, remata, no que parece ser uma bicada ao rival FC Porto, que hoje apresentou contas consolidadas da temporada passada com um prejuízo de 116,16 milhões de euros.

Continua a falar Luís Filipe Vieira: “Apesar das diferenças, a união foi o denominador comum nestes anos. Disse-o na campanha e repito-o hoje: a partir de agora não há vencedores nem vencidos, mas apenas os benfiquistas que vão unir esforços para continuar a construir o futuro do nosso clube. Espero que respeitem os resultados e que a partir de agora haja só um Benfica”.

Prossegue o presidente do Benfica: “Aos meios de comunicação social, que foram durante os últimos meses e hoje continuaram a ser pouco sérios e nada isentos, um conselho: mudem o registo. O Benfica não é liderado pela comunicação social. Podem não gostar mas vai continuar a ser assim”.

Continua a falar o presidente do Benfica, recém-eleito: “Hoje, por todo o país, não foi só uma claríssima demonstração de democracia mas acima de tudo de competência e capacidade de organização de todos os nossos profissionais. Nunca um clube fez o que o Benfica fez hoje. Vencer as eleições que tiveram o maior número de sócios a votar na sua história é um orgulho”.

Prossegue Luís Filipe Vieira: “Os sócios decidiram e os resultados são claros. Espero que todos assumam a sua responsabilidade e o seu benfiquismo. Somos mais fortes juntos, quando não nos dividimos. É um dos desafios mais importantes para os próximos quatro anos. Conseguimos crescer e chegar até aqui porque não houve fações nem grupos apostados em dividir ou provocar desgaste”.