Seis membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) — EUA, Reino Unido, França, Albânia, Irlanda e Noruega — requereram uma reunião de emergência naquele órgão para esta quinta-feira, de forma a discutir a situação humanitária na Ucrânia.

A missão diplomática britânica na ONU indicou, na sua conta pessoal do Twitter, que a “Rússia está a cometer crimes de guerra, atingindo civis”.

Por sua vez, a Rússia já tinha pedido à ONU para adiar a votação numa resolução sobre a situação humanitária na Ucrânia, alegadamente por falta de aliados.

???? #BREAKING ????

The UK and ???????????????????????????????????????? have called for a Security Council meeting on #Ukraine.

Russia is committing war crimes and targeting civilians.

Russia’s illegal war on Ukraine is a threat to us all. pic.twitter.com/SRi76OAszm

— UK at the UN ???????? (@UKUN_NewYork) March 16, 2022

A direção-geral da marinha mercante espanhola decretou a imobilização preventiva do mega-iate Crescent, uma embarcação de 135 metros cuja propriedade as autoridades espanholas atribuem a um oligarca russo. Igor Ivanovich Sechin é presidente da petrolífera estatal russa Rosneft e é apontado como um amigo intimo do presidente russo.

De acordo com o El Pais, o iate atracado em Terragona, perto de Barcelona na costa mediterrânica, tem a bandeira das ilhas Caimão, mas a propriedade é atribuída pelas forças de segurança espanholas ao oligarca. Sechin foi incluído na lista da União Europeia de sancionados como represália pela invasão da Ucrânia a 28 de fevereiro. A 3 de março, a França barrou outra embarcação de luxo conotada com Sechin, o Amore Vero, quando esta tentava sair do porto francês onde estava atracada.

O Crescent é a terceira embarcação que foi imobilizada por Espanha por ser propriedade dos oligarcas que foram sancionados pela União Europeia devido ao envolvimento com o regime de Vladimir Putin. O Valerie do milionário Serguéi Chemezov foi apreendido em Barcelona e o iate Lady Anastásia de Alexander Mijeev foi imobilizado em Port Adriano em Maiorca.

Em causa estão medidas de carácter administrativo sustentadas por uma decisão de um órgão do Ministério da Justiça, a Abogacia del Estado, ainda antes de ser confirmada a titularidade das embarcações em causa.

Boa noite,

Se só agora se juntou ao nosso liveblog, fica aqui um resumo do que de mais relevante aconteceu durante o fim de tarde e noite de quarta-feira, 21.º dia da invasão russa da Ucrânia. Pode ler tudo o que se passou ao longo do dia aqui.

• Depois de um ataque a um teatro em Mariupol, onde estavam refugiadas milhares de pessoas, foi noticiado que as forças russas atingiram também uma piscina na cidade, com o parlamento ucraniano a dizer que há “crianças e grávidas debaixo de escombros”.
• A violência em Mariupol fez com que 426 pessoas, incluindo 2.039 crianças, tenham fugido da cidade esta quarta-feira, com destino a Zaporíjia, de acordo com a vice-primeira-ministra da Ucrânia.
• O autarca de Melitopol, raptado há 4 dias, foi libertado por uma operação que envolveu a troca de 9 soldados russos capturados e que, segundo as autoridades ucranianas, eram “praticamente crianças”.
• O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Vladimir Putin é um “criminoso de guerra”. Biden respondeu assim a perguntas dos jornalistas à margem de um evento na Casa Branca. A resposta do Kremlin não se fez esperar: o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, diz que são declarações “inaceitáveis” e fazem parte de uma “retórica imperdoável”.
• ONU confirmou a morte de pelo menos 726 civis em 20 dias de guerra.
• As autoridades russas aprovaram o pagamento de juros da dívida em dólares usando ativos alvo de sanções. “A bola está do lado da América”, diz ministro russo. Se bloquearem, o país entra em default.

O deputado ucraniano Vadym Halaichuk diz ter esperança que as pessoas no interior do teatro de Mariupol, que foi bombardeado esta quarta-feira, tenham sobrevivido.

De acordo com o governo ucraniano, o teatro estava a ser usado como abrigo, estando lá dentro mais de mil pessoas, incluindo crianças e grávidas. Até agora não há informação sobre vítimas.

Numa entrevista à BBC, Halaichuk lembra que esta é uma instalação construída para resistir a este tipo de embate: “Temos muita esperança que a maioria das pessoas sobreviveu, já que se trata de um abrigo contra bombardeamentos especial, que deverá dar proteção nestas circunstâncias”.

O deputado diz também que as forças russas tinham conhecimento que o teatro estava a ser usado como abrigo, já que foi dada informação “aos comandantes das tropas ocupantes”. “Eles sabiam perfeitamente que muita gente tinha ido para ali para se refugiar”, afirmou.

O Ministério da Defesa britânico diz que a Rússia está “provavelmente” a usar armamento “antigo, menos preciso”, que é “menos eficaz militarmente e mais propenso a resultar em mortes civis”.

O ministério britânico considera que, “dado os atrasos a atingir os seus objetivos e a incapacidade de controlar o espaço aéreo ucraniano isto”, a Rússia usou mais mísseis aéreos do que planeava, e é por isso que se vê agora obrigada a recorrer a armamento antigo, de acordo com o mais recente boletim.

Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 16 March 2022

Find out more about the UK government's response: https://t.co/UPQE4x2Bzi

???????? #StandWithUkraine ???????? pic.twitter.com/sToWIqF20K

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) March 16, 2022

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens selecionou a Ucrânia como o destino convidado no stand APAVT/Travelport na Bolsa de Turismo de Lisboa que se realiza no Parque das Nações entre 16 e 20 de março.

Em comunicado, a APAVT justifica a iniciativa com o objetivo de mostrar “as principais valências naturais e culturais que fizeram da Ucrânia um fantástico destino turístico, que infelizmente, desde o passado dia 24 de fevereiro, estão inacessíveis por uma guerra que todos repudiamos”.

No espaço dedicado à Ucrânia vão estar diplomatas e empresários do país que poderão responder a perguntas ou dar explicações sobre questões suscitadas pelos visitantes.

Não são só os mísseis e as explosões que representam perigo nas ruas ucranianas. Organizações de defesa dos animais dizem que há agora milhares de animais selvagens à solta, incluindo leões, ursos, lobos, crocodilos e cobras pitão — eram mantidos em casa como animais domésticos, mas com o eclodir da guerra foram abandonados.

A BBC explica que é legal na Ucrânia comprar estes animais, desde que sejam criados em cativeiro.

“O que vai acontecer a estes milhares de animais selvagens, que eram mantidos em cativeiro privado, durante a guerra é uma grande questão”, alertou Iryna Korobko, da Associação Ucraniana de Defensores dos Animais, em declarações à BCC.

Benjamin Hall, o jornalista da Fox News que na segunda-feira ficou ferido com gravidade em Kiev, já foi retirado da Ucrânia.

De acordo com um comunicado no canal norte-americano enviado aos funcionários, o jornalista “está acordado e de bom humor”. “Está a ser tratado com os melhores cuidados possíveis e estamos em contacto próximo com a sua mulher e família”, escreveu a CEO da Fox, Suzanne Scott, citada pela CNN.

Os pivôs Bill Hemmer e Martha MacCallum também transmitiram a notícia no ar, aos espetadores, na manhã de quarta-feira: “Esperamos ter mais boas notícias nos próximos dias”.

Dois colaboradores da Fox News, que estavam com Hall na segunda-feira, morreram esta semana na Ucrânia: o fotojornalista Pierre Zakrzewski e a consultora Oleksandra Kuvshynova. Os dois morreram quando o veículo onde seguiam foi baleado.

Os Estados Unidos e os seus aliados lançaram esta quarta-feira uma task-force multilateral para lidar com os oligarcas russos que foram alvo de sanções na sequência da invasão à Ucrânia. O objetivo é reforçar a cooperação entre os vários países por onde estará distribuído o património dos russos que foram postos na lista negra devido à sua proximidade ao regime de Vladimir Putin.

Representantes da Austrália, Canadá, Comissão Europeia, Alemanha, Itália, França, Japão e Reino Unido tiveram esta quarta-feira um encontro online com a secretária de Estado do Tesouro americana, Janet Yellen, o procurador-geral Merrick Garland e o departamento de Estado do Tesouro americano. Os países acordaram recolher e partilhar informação sobre os oligarcas russos com a finalidade de atuarem de forma concertada para garantirem o cumprimento das sanções e o congelamento ou arresto dos bens que estes milionários possuem nos países que aplicaram as sanções.

Os Estados Unidos indicaram uma lista de 50 indivíduos que são a prioridade para o país, tendo divulgado 28 dos nomes abrangidos onde estão o presidente russo e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

Ministério Público investiga lista de oligarcas russos para perceber eventuais ligações a Portugal

Em Portugal, o Banco de Portugal já recebeu informação por parte do sistema bancário da lista de clientes sujeitos a sanções internacionais com património ou transações que passam pelo sistema financeiro nacional. O Ministério Público também está a averiguar que ligações a Portugal terão os oligarcas russos que foram sancionados.