Olga Smirnova era uma das principais estrelas da conceituada companhia de ballet Bolshoi, que costuma atuar no teatro com o mesmo nome, em Moscovo. A invasão russa à Ucrânia mudou a vida da jovem de 30 anos, que não conseguiu continuar na Rússia. Foi agora recebida na companhia de ballet holandesa, que a descreve como uma “dançarina excecional”.

Nas suas redes sociais, Olga Smirnova escreveu uma publicação emotiva no início de março. “Tenho de ser honesta e dizer que estou contra a guerra com todas as minhas fibras da minha alma. Não é apenas por quase todos os russos talvez terem família ou amigos a viver na Ucrânia, ou por o meu avô ser ucraniano e eu ser um quarto ucraniana”, começou por dizer a bailarina, que está se revoltou com o facto de Vladimir Putin “continuar a viver no século XX, apesar de formalmente estar no século XXI”.

“Num mundo moderno, eu espero que as sociedades civilizadas resolvam os problemas políticos através de negociações pacíficas. Nunca pensei que viesse a ter vergonha da Rússia”, desabafou Olga Smirnova, que disse estar magoada por ver “pessoas a morrer” e “a abandonar as suas casas”. “Podemos não estar no epicentro deste conflito militar, mas não nos podemos manter indiferentes a esta catástrofe global.”

Sobre o novo desafio nos Países Baixos, Olga Smirnova mostra-se entusiasmada: “Vai ser bom para mim é um local maravilhoso para continuar a avançar na minha carreira de bailarina. Tinha estado a pensar fazer isto há algum tempo — as circunstâncias atuais acabaram por acelerar este processo”.

O diretor da companhia de ballet holandês, Ted Brandsen, elogiou a bailarina: “Admiro-a muito”. “Segui a sua carreira com grande interesse durante muitos anos. É um privilégio tê-la a dançar connosco na nossa companhia nos Países Baixos — mesmo que as circunstâncias que levaram a isto tenham sido incrivelmente tristes”.

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