A PSP deteve 438 pessoas desde março, em Portugal, no âmbito da fiscalização das medidas restritivas impostas pelo Governo, três das quais este fim-de-semana. Os dois últimos dias ficaram marcados por imagens de muitas pessoas a desrespeitar o confinamento obrigatório, aglomerando-se em vários locais de lazer de Lisboa e outras cidades, muitas sem máscara ou sem respeitar o distanciamento social.

Passeios, uma manifestação e pessoas sem máscara. As imagens de Lisboa no 1º sábado de confinamento

“Desde o início da pandemia [em Portugal], [foram feitas] 438 detenções, das quais 118 por desobediência ao confinamento a que estavam obrigados por estarem infetados”, afirmou hoje o diretor do departamento de operações da direção nacional da PSP, Luís Elias, numa conferência de imprensa no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide, Loures.

Luís Elias recordou que “os cidadãos a quem é decretado o confinamento obrigatório não podem sair das residências”.

De acordo com aquele responsável, no sábado e hoje, a PSP registou “três detenções” e “58 contraordenações, das quais 21 por consumo de álcool na via pública, 13 por falta de máscara na via pública e 10 por atividades realizadas não permitidas no regime em vigor”.

O Conselho de Ministros vai reunir-se, de forma extraordinária, esta segunda-feira para a avaliação da situação e acertar algumas medidas, apurou o Observador.

Em cima da mesa estão, nesta altura, decisões como proibir as vendas ao postigo, para evitar ajuntamentos à porta das lojas a quem foi dada essa possibilidade — os cafés e uma pastelaria são dois dos exemplos adiantados ao Observador como locais onde tem havido ajuntamentos que não são permitidos nesta altura. Além disso também está em ponderação permitir que os ATL’s abram para crianças até aos 10 ou 12 anos — na semana passada, quando determinou as medidas do novo confinamento, o Governo determinou o fecho destes espaços de tempos livres por não serem parte do ambiente escolar.

Em França, o boletim deste domingo dá conta de 16.642 novos casos de infeção. Foram ainda registados 141 óbitos hospitalares nas últimas 24 horas. No total, 70.283 pessoas já perderam a vida com Covid-19 no país, desde o início da pandemia.

O governo vai reunir-se em conselho de ministros extraordinário na segunda-feira. De acordo com a RTP, o executivo deverá decidir amanhã “proibir a venda de bebidas ao postigo”.

O Público entretanto detalhou algumas das medidas que podem estar em cima da mesa: “restrição de vendas ao postigo, desde logo bebidas – incluíndo café”.

“Os ministros também irão avaliar a questão do encerramento dos ATL”, neste caso admitindo que possam reabrir, escreve o diário, acrescentando, porém, que “esta decisão não está totalmente fechada”.

O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19, aplicou hoje a primeira dose da vacina contra a doença a uma enfermeira, em São Paulo, após a aprovação de duas vacinas pela entidade reguladora brasileira.

A primeira dose da vacina ‘Coronavac’, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan, brasileiro, foi aplicada poucos minutos depois de a sua utilização de emergência ter sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A primeira inoculação foi aplicada a Mônica Calazans, 54 anos, enfermeira no Hospital das Clínicas na capital paulista, durante uma cerimónia presidida pelo governador de São Paulo, João Doria, o principal rival político do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

No Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), o último balanço dá conta de uma taxa de ocupação a rondar os 95% nos serviços reservados a doentes Covid-19. A UCI tem neste momento 48 camas ocupadas, de um total de 55. Quanto aos internamentos em enfermaria, são 297, deixando apenas cinco camas livres.

Nuno Devesa, diretor clínico do CHUC, classifica a atual situação como “perto do limite da capacidade instalada neste momento”.

“É uma ginástica que fazemos diariamente”, afirmou o mesmo responsável, este domingo à tarde, em entrevista à SIC. “Já houve orientações do Ministério da Saúde que estamos a cumprir, como reduzir a atividade cirúrgica. Neste momento, estamos a fazer apenas cirurgias urgentes e prioritárias e isso permite libertar enfermeiros e anestesistas para dar assistência aos doentes Covid”, adicionou.

“Ainda temos alguma margem — pouca — de espaço e temos alguma de recursos humanos, e aí é que estamos mais limitados”, referiu.