Ao segundo dia de confinamento, as imagens das ruas e jardins da capital não podiam ser mais contrastantes com o vazio desolador a que o país assistiu em março e abril do ano passado. Num sábado de muito sol, famílias inteiras desrespeitaram o recolhimento obrigatório anunciado por António Costa [ou levaram até aos limites a regra do “passeio higiénico”] e saíram à rua em jeito de recreio. Houve passeios de bicicleta, ajuntamentos na relva ao estilo piquenique e nas habituais mesas de jogar às cartas e até quem tivesse recorrido a miradouros para ver as vistas da cidade.

O Jardim da Estrela fervilhou de vida. O passeios foram muito além da volta higiénica e culminaram com crianças a jogar à bola e na apropriação de uma esplanada que permaneceu montada. Na zona da Avenida Ribeira das Naus, as pessoas juntaram-se para ver o Tejo, algumas, à semelhança do que se viu um pouco por toda a cidade, negligenciando o uso de máscara e o distanciamento social.

Este sábado, o primeiro de um confinamento que o Governo já prevê poder durar um mês, até teve direito a uma manifestação. Junto à escadaria da Assembleia da República, cerca de 100 pessoas, apoiantes de um movimento auto-denominado “Defender Portugal”, juntaram-se para contestar as medidas de contenção da pandemia, que consideram estar a prejudicar o país. A pressão económica e a campanha eleitoral foram alguns dos pontos focados no protesto. Quase todas estavam sem máscara posta, nem respeitaram o distanciamento obrigatório. A PSP não quis dizer ao Observador quantas foram multadas devido a este comportamento.

Juntando estas às restantes imagens, a conclusão é só uma: Lisboa não está com vontade de confinar. Na fotogaleria, veja as imagens recolhidas ao longo deste sábado, em vários pontos da cidade.

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