Chegámos ao momento em que muitos jovens vão escolher o seu curso. Quase todos procuram seguir uma vocação, ambicionando que a mesma possa corresponder a um emprego. O peso desta decisão assume-se quase como uma escolha de vida. Ora, convém ter em conta algumas questões, pelo que deixo alguns contributos aos futuros candidatos.
A primeira é óbvia: adequem as vossas expectativas à realidade. Ou seja, candidatem-se aos cursos para os quais têm média, dentro da área para a qual sentem vocação.
Apliquem o mesmo pragmatismo aos custos e aos benefícios de cada opção (estou a investir o meu tempo e dinheiro para…?).
Tenham cuidado com a desinformação. Dado que se instaurou uma competição agressiva entre instituições, é importante perceber o que é marketing. Mesmos os dados sobre a empregabilidade devem ser vistos com alguma prudência. Estamos a falar de dados que reportam a desempregados inscritos nos centros de emprego. Não contabilizam os inativos, nem os que emigraram, nem os que estão a trabalhar noutras áreas que não as dessa formação.
A socialização importa e muito. Não se trata só de copos e redes de amigos. O que verdadeiramente importa, é o que se designa por cultura de campus. A participação em atividades que nos fazem, verdadeiramente, crescer como adultos na vida ativa (do voluntariado aos órgãos de gestão, passando pela associação académica, as secções culturais e desportivas e um sem número de experiências, que fazem valer cada momento da vida académica).
Essa experiência, combinada com o que se aprende nas aulas e seminários, permite-nos desenvolver o pensamento crítico, bem como a capacidade para compreender, de uma forma analítica, porque é que as coisas são como são e como é que as podemos alterar para poderem ser outra coisa.
Não tenham dúvidas, que uma boa experiência no ensino superior permite mudar o mundo (e à séria). Devemos optar pela formação que nos inspira, para conseguirmos contribuir para um mundo melhor.
No momento da escolha, é ainda importante ouvir a família e os amigos, mas a nossa vida é decidida por nós. Aprende-se com os erros, sendo que, o importante, é encontrar a vocação (e ela pode estar onde nunca, sequer, pensámos). Nunca se deixem encerrar pelo que não vos serve.
Algo muito importante, é compreender que o mundo é o nosso destino. E “ter mundo” é essencial na experiência universitária. Lembrem-se que o processo de internacionalização é tão (ou mais) importante do que ter um diploma.
Bem sabemos, a pandemia veio estragar-nos os planos, mas as restrições à mobilidade não vão durar toda a vida.
Além disso, mesmo dentro do nosso país, a possibilidade de sair do local onde crescemos, permite conhecer a diferença, o que é fundamental.
É importante que saibamos escolher uma instituição que tenha uma cultura cosmopolita, contemporânea e diversa. Quanto mais desenvolvida, mais aberta e ligada, melhor. Essa cultura pode ser encontrada nos locais mais inesperados. Não se deixem guiar apenas pelas glórias passadas, nem se deixem cair no marketing mais básico.
Em suma (que este texto já vai longo): encontrem e escolham a instituição que vocês sintam como vossa. Aquela que é a chave para desenvolveram a vossa vocação, a que será a rampa de lançamento para o vosso futuro. E se não sabem qual é a vossa vocação, então escolham uma instituição que seja plural e construtiva o suficiente, para que a possam descobrir. Acreditem, ela está aí, dentro de vós.