Jogos Olímpicos, terramotos, especulações sobre os candidatos à Presidência da República, a excitação anual com o novo início de época futebolístico, sem esquecer as discussões acesas sobre o preço das bolas de Berlim nas nossas praias foram temas que nos mantiveram entretidos durante mais uma típica e sempre muito apreciada silly season. No entanto, com o fim de agosto, é momento de deixar essas distrações para trás e focar no que realmente importa: o próximo Orçamento de Estado.

Entramos assim numa fase decisiva que definirá o futuro do país. O próximo Orçamento de Estado não deve ser visto apenas como um documento técnico; é uma chance crucial para impulsionar uma transformação significativa em Portugal. Se almejamos um país mais próspero, justo e competitivo, é imperativo concentrarmo-nos em três pilares fundamentais: reduzir a carga fiscal, rever a máquina estatal e promover a descentralização.

A elevada carga fiscal continua a ser um fardo significativo para cidadãos e empresas. Diminuir os impostos é mais do que uma questão financeira; é uma questão de liberdade. Menos impostos proporcionam às famílias maior margem para investir no seu futuro e, às empresas, mais espaço para inovar, expandir e gerar empregos. Essa redução não se cinge só a beneficiar os bolsos dos portugueses, como é essencial para desbloquear o potencial económico do país, permitindo uma maior autonomia e menos intervenção estatal.

No entanto, para que a redução da carga fiscal resulte efetivamente em crescimento económico e maior liberdade para cidadãos e empresas, ela precisa ser complementada por uma reforma profunda da burocracia e uma reavaliação da máquina estatal. Simplificar processos, modernizar serviços e reestruturar ou privatizar entidades públicas ineficientes permite cortar custos operacionais significativos e redirecionar recursos para áreas prioritárias, como a saúde, a educação e a inovação. Estas medidas não apenas eliminam os excessos da administração pública, mas também garantem uma gestão mais eficaz dos recursos, promovendo um ambiente económico mais transparente e competitivo.

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Contudo, a transformação desejada para Portugal não se limita apenas a uma carga fiscal mais leve e uma máquina estatal mais eficiente. A descentralização é o terceiro pilar indispensável para melhorar a qualidade de vida dos portugueses, assegurando que as decisões sejam tomadas por quem está mais próximo das comunidades. Transferir poder e recursos para as regiões e autarquias permitirá uma administração pública mais eficaz e transparente. Quando o poder está mais perto dos cidadãos, as soluções tornam-se mais rápidas e ajustadas às necessidades locais, promovendo uma governança mais eficiente, justa e adaptada à realidade de cada região.

Estamos num momento decisivo para converter as conversas de verão em ações que realmente moldarão o futuro do país. Reduzir a carga fiscal, rever a máquina estatal e promover a descentralização são mais do que meras propostas; são estratégias essenciais para um Portugal mais próspero, livre e dinâmico.

Chegou a hora de concentrarmo-nos nas questões realmente importantes e criar condições para que todos os portugueses possam crescer, inovar e viver com mais liberdade e oportunidades, para que finalmente possamos chegar ao próximo verão e simplesmente saborear as nossas bolas de Berlim sabendo que o país está no trilho de um caminho mais promissor.