O Melanoma Maligno é uma das formas mais letais de cancro cutâneo, mas é também um cancro potencialmente curável, quando diagnosticado e tratado precocemente.

A radiação Ultra Violeta presente na radiação solar é um dos principais fatores carcinogénicos no Melanoma Maligno, sendo que são especialmente sensíveis aos seus efeitos as pessoas de pele clara, com tendência para queimadura solar fácil, pessoas com muitos sinais na pele, com muitos sinais atípicos, portadoras de doenças genéticas associadas a défices de reparação do DNA ou com história familiar de Melanoma.

A incidência do Melanoma Maligno tem aumentado significativamente nos últimos 50 anos, em particular nos países Europeus (incluindo Portugal) e América do Norte. Este aumento de incidência parece estar consideravelmente relacionado com o aumento da exposição ao sol. Este padrão de comportamento resulta em grande parte das modificações dos padrões de beleza, em que o aspeto bronzeado se tornou associado a uma aparência mais saudável, e do aumento da acessibilidade e da diversidade de ofertas lazer ou recreativas e desportivas ao ar livre.

Também as modificações climáticas a que vamos assistindo nos países Europeus, e Portugal não é exceção, têm provocado um aumento das vagas de calor, bem como um início precoce e um final tardio da época balnear. Estes eventos climáticos tornam as atividades ao ar livre, como a frequência de praias e piscinas, mais convidativas e por isso mais frequentes e prolongadas.

O principal fator de risco para o desenvolvimento do Melanoma é a exposição solar excessiva, especialmente se aguda e intermitente, os vulgares “escaldões”. No entanto, a exposição crónica, mesmo que menos intensa, constitui também um importante fator de risco.

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A chave para a inversão desta curva ascendente de incidência de Melanoma reside na modificação dos comportamentos relacionados com a exposição solar. Na Austrália, onde este tumor tem particular incidência, as intensas campanhas de prevenção dão sinais de resultados e a curva de incidência de Melanoma já mostra tendência decrescente há alguns anos.

No que se refere ao prognóstico dos doentes com Melanoma, este é tanto melhor quanto mais cedo forem feitos o diagnóstico e o tratamento. A observação regular da pele e a visita regular ao Dermatologista são, por isso, essenciais no diagnóstico precoce e no tratamento atempado.

Na última década, o desenvolvimento de estratégias inovadoras no tratamento do melanoma avançado melhorou também, de modo muito significativo, o prognóstico destes casos. Estes avanços resultam de uma estreita ligação entre a Medicina e a Investigação em favor dos doentes com Melanoma avançado.

Nesta medida, na procura deste encontro da Medicina e da Investigação, sob o denominador comum que é o doente com Melanoma, a Fundação Champalimaud organizou um evento dedicado a esta doença dia 6 de novembro. No Simpósio “Challenging Malignant Melanoma” especialistas de topo nestas áreas, provenientes de diferentes áreas do Mundo, partilharam conhecimentos e debateram os avanços no combate ao Melanoma Maligno.