Até ao final de 2021 deverão ser instalados,globalmente, 191 GW de capacidade de adicional de solar fotovoltaico, de acordo com dados da BloombergNEF. São mais 33 por cento do que no ano passado.

AS estimativas para este ano foram revistas em alta porque muitos países ultrapassaram as suas previsões, nomeadamente a China, que deverá liderar esta corrida, a seguir aos Estados Unidos. Mesmo alguns países europeus também estão a ir além do que tinham estabelecido, superando as expetativas dos analistas. É o caso da Polónia, país muito dependente do carvão para a produção de eletricidade, que tinha uma meta de 7,3 GW de solar fotovoltaico até 2030 mas em junho deste ano já tinha instalado 5,2 GW, com um aumento previsto de 2/3GW por ano. Deverá chegar aos 27,7 GW até 2030.

A BloombergNEF estima que a indústria solar continue a acelerar o crescimento mas alerta que a evolução poderá ser condicionada por constrangimentos que se prendem com disponibilidade de terrenos e existência de capacidade de rede elétrica pública para conexão e penetração na matriz elétrica. As previsões globais apontam para um adicional de 311 GW em todo o mundo a partir de 2030, o que é insuficiente para alcançar o cenário vinculativo de “emissões zero” em 2050.

Em Portugal a energia solar representa apenas uma pequena fatia do mix de produção de eletricidade. De janeiro a agosto de 2021 a produção de energia solar correspondeu apenas a 3,8 por cento do consumo de eletricidade em Portugal, que tem já 68,8 por cento da eletricidade gerada a partir de renováveis. A potência instalada de fotovoltaico é de 1289 MW, segundo dados de 2021 da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Em termos globais é indiscutível a necessidade de reforçar o contributo do solar. Em Portugal a urgência coloca-se da mesma forma. E porquê?

Porque é preciso incorporar mais energia renovável na matriz elétrica, aumentando a contribuição do solar. O solar poderá complementar outras tecnologias renováveis, como a eólica e a hídrica. Desta forma conseguiremos baixar o preço da eletricidade no mercado grossista com impactos positivos na fatura do consumidor. Isto acontecerá porque as renováveis não pagam pelas emissões de CO2, que estão a fazer disparar os preços da eletricidade. Com esta estratégia reforçaremos, ao mesmo tempo, a independência energética e a segurança de abastecimento, caminhando rumo aos objetivos de descarbonização de forma a travar as alterações climáticas.

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