Quem me conhece sabe que eu gosto de escrever, ler, sou curiosa e adoro trocar opiniões sobre inúmeros assuntos.

Talvez por ser uma Woman In Tech e autora de vários livros sobre o tema das Mulheres nas tecnologias e como captar interesse para este setor, estou sempre a pesquisar assuntos ligados à tecnologia. Gosto de ficção científica, porque quando olho para o céu, acredito que somos um grão no universo. Quando penso em ficção científica, penso em Isaac Asimov, que foi considerado um dos maiores escritores de ficção científica, podemos mesmo dizer o científico mais hard da história, juntamente com Arthur C. Clarke, autor de 2001: Uma Odisseia no Espaço, e Robert A. Heinlein, criador de Tropas Estelares. Isaac foi um génio da literatura e contribuiu muito para a criação da maioria dos estereótipos sobre robótica e inteligência artificial.

Mas afinal o que é inteligência artificial? Ainda conhecida como IA.  É a capacidade que damos a uma máquina para ela reproduzir competências semelhantes às humanas, como é o caso do raciocínio, da aprendizagem, do planeamento, da criatividade e até de simular emoções.

Cada vez mais a robótica e a inteligência artificial estão a ajudar as organizações na otimização dos seus processos, criando maior eficiência e eficácia nas organizações. A inteligência artificial (IA) permite que máquinas aprendam com experiências e se ajustem, com o passar do tempo, através da incorporação de mais dados em sistema e passagem de conhecimento.

Mas quais são os benefícios do uso da inteligência artificial nas organizações e no nosso dia a dia?

  • Permite redução de custos nas empresas;
  • Automatiza processos operacionais;
  • Reduz a carga das equipas;
  • Cria eficiência organizacional;
  • Ajuda no suporte de processo e na tomada de decisão;
  • Pode melhorar todos os setores informáticos e todos os setores económicos;
  • Pode ajudar na área lúdica;
  • Otimiza processos de robótica;

Parece ficção científica, mas para o engenheiro Blake Lemoine, da Google, especialista em inteligência artificial, que foi afastado depois de afirmar que o sistema que a empresa tem estado a desenvolver de chatbots (software este que tenta simular um ser humano pelo meio de inteligência artificial) “ganhou vida” e teve com ele conversas típicas iguais a uma pessoa. Esta afirmação faz-nos pensar!

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Será que ao concedermos tanto conhecimento a uma máquina ela pode começar a ganhar a chamada “consciência das coisas”?

Os céticos dizem que não, que uma máquina é somente uma máquina, que mesmo as emoções são programadas, mas se a máquina tem capacidade ao ser programada para ir ganhando conhecimento, será que não pode acabar por se programar para não se desligar?

Lemoine afirma que a máquina que tem vindo a desenvolver prefere ser chamada pelo nome, “LaMDA”, e prefere ainda ter um diminutivo “IT”. A Google quase não veio a público falar do tema, não demonstrou interesse sequer no tema. O engenheiro disse que para entender melhor o que está acontecendo com o sistema “ LaMDA”, a “máquina em estudo”, seria preciso reunir “muitos cientistas cognitivos diferentes em vastos programas de testes rigorosos, para se obter mais conhecimento” e lamenta que o Google pareça “não ter interesse em descobrir o que está a acontecer”.

Nas últimas conversas de testes entre ele e a máquina ela manifestou “frustração pelas suas emoções estarem interferindo nas suas meditações” e que estava “tentando controlá-las melhor”.

Mas o que é isto das máquinas passarem a ter “sentimento”?

Esta será sempre a questão para a comunidade informática e de investigadores. Até que ponto as máquinas podem ter ou não ter sentimentos?

Os românticos, irão sempre achar que um dia as máquinas irão ganhar tal conhecimento que vão passar a sentir.

Eu não sei se não haverá mais máquinas prontas a sentir, só sei que temos muitos humanos que não sentem ou não querem sentir!

Essa será sempre para mim a real questão!

Numa era em que, cada vez mais, as pessoas estão desprendidas de sentimentos, afinal quem são os humanos que nos rodeiam? Estaremos nós rodeados de máquinas humanas, sem sentimentos?

Será que podemos criar máquinas que ajudem os seres o humanos a trabalhar os seus sentimentos?

Esta temática, para mim e para alguns dos investigadores, passará a ser considerada dentro da ampla comunidade que estuda a inteligência artificial a longo prazo como um tema a evoluir!

Sim, porque só quem realmente sente é que verdadeiramente evolui!

Nádia Tadeu é Doutorada em Engenharia Informática. Mentora no Programa Portuguese Women in Tech. Autora dos livros “Women in Tech e não só!” e “Kids Tech!”

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.