O mundo tecnológico é bastante competitivo e o talento e a proatividade para aprender as competências técnicas são muitas vezes a chave para chegar longe. Por avançar de mãos dadas com o desenvolvimento do mundo em geral, à medida que este se torna mais complexo, também a complexidade das necessidades do setor tecnológico aumenta. Posto isto, a gama de competências que passam a ser exigidas aos profissionais de IT vai crescendo, à medida que as soft skills ganham importância face às conhecidas e já bastante trabalhadas, hard skills.

Hoje em dia, é por isso ingénuo pensar que o mundo tecnológico evolui apenas com candidatos e colaboradores cujos currículos estão preenchidos de competências técnicas e que destes profissionais se espera apenas a realização de tarefas especializadas. Ao contrário do que ditava o passado, onde as soft skills ficavam muitas vezes perdidas entre cursos técnicos e funções solitárias, hoje o mercado apresenta outras necessidades, colocando tudo o que é humano no centro. Ainda para mais, quando já se ouve falar de negócios que não são apenas B2B ou B2C, mas sim H2H – Human to human – e no setor tecnológico não é diferente.

Hoje, mais do que nunca, os profissionais de IT trabalham com modelos que implicam dependências de ações entre equipas e os seus membros. São dinâmicas “agile” que só funcionam pela interação e dinâmica entre os vários membros das várias equipas, criando dependências para atingir resultados. As competências transversais conferem robustez ao know-how técnico, são promotoras de ambientes de trabalho mais equilibrados e potenciam níveis de comprometimento e excelência por parte das equipas resultando na entrega e resultados mais sólidos e inovadores. Em contrapartida a falta destas competências limita as oportunidades coletivas e inibe o sucesso, impactando a entrega e resultados.

A solução para combater a falta de soft skills no setor tecnológico é, sem dúvida, formar. Cursos que permitam aos profissionais desenvolverem competências como comunicação para apresentarem e venderem bons projetos, organização para orientarem o seu tempo e serem mais eficientes, trabalho de equipa para que possam ser integrados e desenvolvam tarefas em ambientes menos solitários e ainda de liderança de pessoas, projetos e negócios, podem e devem ser aprendidas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Num estudo recente que desenvolvemos, percebemos que 84% dos colaboradores portugueses inquiridos considera o desenvolvimento pessoal fulcral e 4 em cada 5 acreditam que é importante o seu empregador investir no seu desenvolvimento pessoal. 43% dos colaboradores nacionais pedem inclusive aos seus empregadores mais oportunidades para se desenvolverem a nível pessoal, no entanto, 52% destes colaboradores sentem que os seus pedidos não são tidos em conta.

Ora, ao que parece, no geral, os colaboradores já deram o primeiro passo: terem a consciência de que a formação é fundamental. Num futuro – que pode ser mais breve do que esperado -, quando a inteligência artificial deixar de ser apenas uma experiência no horizonte, haverão postos a serem extintos e outros a serem redesenhados e substituídos, e as competências transversais tornar-se-ão muito mais valiosas. Nesse momento, a competitividade do mercado será ainda maior e as empresas terão de oferecer formação em soft skills, também chamadas competências humanas.

Por falarmos de cargos ligados à “tecnologia das coisas”, e muitas vezes realizados remotamente, a formação online pode ser o caminho ideal. Para começar, por ser um modelo mais escalável do que o presencial, beneficiando empresas multinacionais, por exemplo. Depois, por ser um modelo de formação que se pode focar não só no desenvolvimento do colaborador, como no das equipas e da empresa em si. E finalmente porque, por ser online, é desenvolvido num “mundo” que é confortável para os profissionais da área.

Portanto, é importante não esquecer que as pessoas são o centro de toda a ação. Assim, apesar de se tratar de tecnologia, são os líderes que terão a responsabilidade de proporcionar a formação das equipas, nomeadamente, promovendo o desenvolvimento em soft skills de forma a capacitar as equipas de áreas tecnológicas de competências que têm vindo a ser “despromovidas” pelo setor e que tanta falta fazem na necessidade constante e intemporal de interagir com os outros.