O Museu do Prado em Madrid desconhece o paradeiro de 885 obras de arte, adiantou o El País. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Contas espanhol, que pretende proceder à busca das obras perdidas, que constam em antigos inventários.

O número atual de peças perdidas já chegou a ser maior. Entre 2008 e dezembro de 2012, o Serviço de Depósitos já localizou 41 obras, das 926 que chegaram a constituir a lista. A sua perda e posterior recuperação, foi atribuída à “reordenação das coleções”, feita em conjunto com o Museu Nacional Rainha Sofia. Dessas 41, 12 estavam depositadas em diversas instituições, refere o relatório do organismo regulador, referente ao ano de 2012.

Um porta-voz do museu minimizou a importância do número de objetos desaparecidos e afirmou que a maioria desapareceu em incêndios ou na sequência de guerras. Porém, a mesma fonte afirmou ainda que, sem o registo da sua destruição, não é possível removê-los do inventário. Outra parte significativa das obras perdidas pertencia à colação do antigo Museu Trindade (Museo de la Trinidad), formado por peças confiscadas durante o processo de desamortização, levado a cabo por Juan Álvarez Mendizábal, ministro da rainha regente Maria Cristina de Bourbon, durante o século XIX. Algumas destas peças nunca teriam dado entrada no Prado, após a fusão das duas coleções em 1872.

Os administradores do museu afirmam que cerca de 350 quadros se encontram perdidos desde a década de 80 e um inventário realizado uma década mais tarde, afirma que 500 obras tinham sido destruídas ou perdidas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Independentemente do motivo que levou à perda das peças, o Tribunal de Contas entende que é imprescindível que o museu prossiga com o controlo dos depósitos que se encontram noutras instituições. O número elevado de empréstimos dificulta o controlo das coleções, assim como a conservação e a segurança das peças. A dificultar ainda mais este processo, encontra-se o incumprimento do projeto de criação do Centro de Gestão de Depósitos e a falta de recursos humanos na administração dos depósitos.

O Prado é o maior museu espanhol e um dos maiores do mundo. É composto por um inventário de 27.509 obras (dados de 2012), sendo que 15.480 são desenhos e gravuras e 4.408 são esculturas e peças decorativas. As restantes 7.621, constituem a extensa coleção de pintura do museu, que inclui obras anteriores a 1700 e que vão até ao século XIX.