O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje a necessidade de preparar o país e estudar as consequências para uma eventual saída ou uma expulsão do euro. “Devemos estar preparados, devemos estudar e estar preparados para uma eventual saída do euro, ou por iniciativa do povo português ou por iniciativa de outros”, frisou o comunista durante um debate sobre as soluções do PCP para o país que hoje decorreu em Gaia,

Jerónimo de Sousa lembrou que Portugal é “hoje um país determinado pelo euro, sem flexibilidade monetária, sem poder jogar com a sua moeda que está determinada pelo critério único do euro caro”. Sublinhando o exemplo da Grécia em que a questão do euro “está em cima da mesa”, o secretário-geral do PCP atirou: “será crime, ou antes uma orientação patriótica deste partido dizer que é preciso estudar, é preciso preparar-nos para uma eventual saída do euro ou uma expulsão do próprio euro?”.

“Não é um ato súbito, não defendemos ‘saímos e pronto’, isso seria irresponsabilidade, não medindo as consequências de uma tal decisão. Mas sempre com uma garantia, e sublinho isto com muita força, quando o povo português entender, é o povo português que decide, não é o PCP”, realçou. Jerónimo de Sousa destacou ainda o “conjunto de desenvolvimentos que, na sequência das eleições da Grécia, traduzem um inadmissível processo de ingerência, de chantagem, de pressões da UE a propósito das dividas soberanas”.

Ainda sobre a União Europeia, o líder do PCP, que reiterou a necessidade de renegociar a dívida, assinalou que “a troika foi embora” mas que o povo português “continua preso por uma pulseira eletrónica tendo em conta que a política da troika continua a existir no essencial”.

“Sublinho em particular a atitude de subserviência e entrega dos interesses do país” e que se submeteu à “usura dos mercados financeiros que o governo PSD/CDS e o primeiro-ministro têm confirmado nos últimos dias”, atirou, acrescentando que “mais uma vez aparece o Presidente da República a transformar-se em ajudante do governo a secundar as posições de Passos Coelho”.

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