Um grupo de ativistas está a tentar que o Facebook retire a frase “Estou a sentir-me gorda/o” das opções de estado na rede social por considerar que esta pode ser prejudicial para pessoas com desordens alimentares, escreve o Washington Post.
O grupo que tem como nome “Endangered Bodies” (Corpos em Perigo) lançou uma campanha nas redes sociais à qual já se juntaram outros ativistas. No twitter, a hashtag usada é esta: #fatisnotafeeling, ou seja, “ser gordo/a não é um sentimento”. É precisamente isto que defendem aqueles que estão a opor-se à opção do Facebook. A frase, acompanhada por um emoticon sorridente e inchado, de bochechas rosadas, contribui para a normalização do sentimento de ter vergonha do próprio corpo, dizem os ativistas.
Existe já uma petição para levar o Facebook a eliminar essa atualização de estado. A versão norte-americana conta com quase 16 mil assinaturas e foi lançada pela jovem Catherine Weingarten, de 24 anos, que teve desordens alimentares e que vê nesta campanha uma forma de lutar contra a normalização que ela própria sentiu. Ao Washington Post, a jovem lembrou como os seus colegas se gabavam de comer pouco. “A forma que tínhamos de falar uns com os outros. É culturalmente aceitável”, disse.
O Facebook não tem intenções de alterar a frase, mas, de acordo com o jornal norte-americano, a empresa está em contacto com os ativistas. “As pessoas usam o Facebook para partilhar os seus sentimentos com amigos e para se apoiarem umas às outras”, disse uma representante da empresa. “Uma das opções que damos às pessoas para se expressarem é a hipótese de adicionarem um sentimento às suas publicações. Todos podem escolher uma de entre mais de 100 sentimentos”, acrescentou.