789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A data de nascimento pode (mesmo) ter influência na sua vida

Este artigo tem mais de 5 anos

Em maio nascem os sortudos, mas também os que maiores desordens psiquiátricas desenvolvem. Março é o mês das pessoas de coração mais frágil. Descubra o que diz sobre si o mês em que nasceu.

Os cientistas alertam que o mês de nascimento não traz tantas consequências na saúde como a alimentação ou exercício físico
i

Os cientistas alertam que o mês de nascimento não traz tantas consequências na saúde como a alimentação ou exercício físico

Ilustração: Milton Cappelletti

Os cientistas alertam que o mês de nascimento não traz tantas consequências na saúde como a alimentação ou exercício físico

Ilustração: Milton Cappelletti

Não é mais uma crença astrológica. Uma equipa de investigação da Universidade de Columbia descobriu um método algorítmico que determina se existe uma relação entre o mês de nascimento e o risco que o indivíduo tem de desenvolver certas doenças. A notícia é avançada pela Medical Xpress.

Nova Iorque foi a cidade escolhida para testar a ferramenta: os cientistas examinaram a base de dados médica do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque e encontraram 55 doenças relacionadas com o mês do nascimento.

A experiência envolveu 1688 doenças de 1,7 milhões de pacientes que passaram por aquele centro hospitalar entre 1985 e 2013. O próximo passo é expandir o programa para outras cidades e analisar eventuais variações que possam existir. Nicholas Tatonetti, um dos informáticos responsáveis pelo estudo, clarifica contudo que, embora esteja provada a relação entre a data de nascimento e a saúde, a alimentação e o exercício físico são o que têm mais influência na condição física e psicológica.

No entanto, este é um avanço importante na área da saúde, porque pode trazer benefícios na prevenção de doenças desde tenra idade. Mas existem muitos estudos que tentam desvendar um laço entre a data de nascimento e a condição de saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Descubra o que diz o seu nascimento sobre si

O Observador recolheu os dados de todos os testes realizados e citados neste artigo e traçou o perfil mais provável para os nascidos em cada um dos meses. Descubra o que diz o mês em que nasceu sobre si.


Infografia: Milton Cappelletti

Os estudos em redor do nascimento

Um dos estudos foi publicado pelo Journal of Affective Disorder: depois de estudar analisar 366 estudantes universitários, os cientistas comprovaram a existência de uma associação entre a estação de nascimento e a expressão de distúrbios neuropsiquiátricos em quatro tipos de temperamento: ciclotímicos, hipertímicos, irritáveis e depressivos.

De facto, uma investigação do Colégio Europeu da Neuropsicofarmacologia publicada no EurekAlert dava conta de que as estações de ano têm influência nas desordens de temperamento. De acordo com este estudo, podemos descrever os quatro tipos de temperamento da seguinte forma:

  • Temperamentos ciclotímicos são os existentes em pessoas com variações muito rápidas e agressivas de humor.
  • Temperamentos hipertímicos são comuns em pessoas em constante estado de felicidade extrema, o que normalmente conduz à euforia.
  • Temperamentos depressivos existem em pessoas constantemente preocupadas e desanimadas.
  • Temperamentos irritáveis são característicos de indivíduos impacientes e impulsivos.

Mas atenção: o temperamento não é uma desordem mental, mas antes “comportamentos biologicamente determinados e traços emocionais”, como explica Eduard Vieta, um Professor do Colégio em causa. Este estudo também informa que as estações em que nascemos influenciam as nossas buscas sensitivas.

Esse é um campo que também foi explorado num estudo da Elsevier. Os cientistas envolvidos testaram 448 estudantes da Universidade Aberta do Reino Unido, com idades compreendidas entre os vinte e os 69 anos. O objetivo era perceber se as estações do ano influenciam os traços de personalidade que definem a tendência individual de procura de novas experiências e da exploração de sentimentos mais fortes.

Descobriu-se que existe uma grande relação entre os dois fatores e que ela também depende da idade dos indivíduos: as pessoas mais predispostas à busca por sensações fortes têm entre os 20 e os 45 anos e nascem entre outubro e março. Já na faixa etária entre os 46 e os 69 anos, são os nascidoas entre abril e setembro os mais aventureiros.

Porquê? Os cientistas acreditam que a resposta está na dopamina: as bases neurofisiológicos relacionadas com a novidade e a necessidade de procura – que são potenciadas ou minimizadas de acordo com a dopamina em circulação – sofrem influência ambiental. E esta muda ao longo do ano. Outra possibilidade é que essa tendência para a busca de sensações seja tanto maior quanto mais prolongado for o período em que estivemos expostos à luz durante a gestação e imediatamente a seguir ao nascimento.

Para as mulheres existe mais um muito importante: a menopausa. De acordo com a Oxford Journals, a fertilidade e o crescimento pré natal são determinados pela estação do ano. O estudo italiano que chegou a estes resultados reuniu mais de 2800 mulheres privadas de menstruação há mais de um ano: as mulheres nascidas na primavera entravam em menopausa mais cedo.

E até o tempo e a altura em que gostamos de dormir pode estar relacionado com a estação do ano em que viemos ao mundo. Pelo menos no estudo publicado no site do Centro Nacional para a Informação Biotecnológica. Mais uma vez, os universitários foram os elementos da amostra deste estudo, que indicou que os mais dorminhocos são os nascidos no outono e inverno. Mas as conclusões da investigação alertam que “as preferências de sono são significantes, mas quantitativamente pequenos”.

Distúrbios psiquiátricos

Esquizofrenia, bipolaridade e depressão foram outros distúrbios que mereceram a atenção dos cientistas quando quiseram descobrir a relação entre a época de nascimento e os problemas mentais. Em Inglaterra, um estudo publicado na Plos One juntou quase 58 mil pessoas e deu-se conta que existe uma distribuição sazonal do que toca a doenças psiquiátricas.

Também a tendência suicida será determinada pela estação de nascimento. Quem o diz é a BJPsych, com um artigo sobre associação entre os suicídios e o mês de nascimento. A amostra contou com o expressivo número de 27 mil suicídios entre 1979 e 2001 de pessoas nascidas entre 1955 e 1966. Resultado: havia maior incidência nos nascidos nos meses entre abril e junho, na ordem dos 17%, e incidia mais nas mulheres.

Uma limitação apontada para estes estudos é o tamanho da amostra, que pode ser demasiado reduzida para tirar conclusões cientificamente corretas.

A sorte

Existe um estudo de Richard Wiseman, um Professor de Psicologia da Universidade de Hertfordshire, que conseguiu juntar 40 mil pessoas. De acordo com os resultados, publicados em 2004, os mais sortudos do mundo são os nascidos no verão, porque passam os primeiros tempos de vida brindados pelos benefícios da luz solar. Quem nasceu no inverno tende a ser mais pessimista, talvez em consequência das condições climatéricas com que se deparou quando veio ao mundo.

De acordo com as declarações dada pelo cientista à BBC nessa altura, “os fatores ambientais por altura do nascimento – como a exposição à luz solar ou temperatura – podem influenciar o sistema biológico do corpo e os seus efeitos podem fazer-se sentir até à idade adulta. Conforme a informação prestada pela Scoop, os resultados encontrados são ainda mais credíveis pelo facto de terem distinguido os meses existentes em cada estação do ano de acordo com o hemisfério da Terra de onde era o entrevistado.

E a escola?

Todas estas diferenças de personalidade traduzem-se na maturidade dos indivíduos. E isso vê-se desde cedo. Salvador Rodríguez Ojaos é um dos pedagogos que se tem debruçado nesse assunto. Nas declarações dadas ao El País, Ôjaos diz que “os grupos escolares deviam ser flexíveis e variáveis, agrupando os alunos de acordo com critérios diferentes”. É que, segundo ele, se olharmos para uma turma de crianças de três anos “são visíveis as diferenças entre os nascidos no início e no fim do ano”, o que torna “imperativo implementar um novo modelo de escola”, de acordo com as capacidades e não meramente em agrupamentos fixos de acordo com o ano de nascimento.

Na verdade, isto é algo que acontece em muitas escolas de futebol, onde se distribuem os alunos de acordo com o mês de nascimento, devido às diferenças de valências físicas. E basta olhar para os gráficos e descobrir que são os mais velhos os selecionados com mais frequência no futebol infantil de Barcelona: ou seja, o facto de fazer sete anos em janeiro não é mesmo que só os completa em setembro ou daí para a frente.

 

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora