Já era sabido que muitos animais se conseguiam orientar pelo campo magnético da Terra através de um sensor incorporado, como se se tratassem de bússolas vivas. Agora, um grupo de cientistas conseguiu encontrar pela primeira vez a localização exata desse sensor num animal: nas minhocas C. elegans (Caenorhabditis elegans). A investigação foi publicada esta quarta-feira na revista académica eLife.

O sensor que permite a alguns animais – como lobos, tartarugas marinhas e aves migratórias – guiarem-se pelo campo magnético da Terra, foi encontrado no cérebro das minhocas C. elegans. Trata-se de uma estrutura microscópica localizada na ponta de um neurónio e que se parece com uma antena de televisão a uma escala nano. É utilizada pelas minhocas para se deslocarem debaixo da terra.

Dadas as semelhanças entre a estrutura do cérebro das várias espécies, é provável que outros animais também possuam este sensor, explicam os cientistas e engenheiros da Universidade Austin no Texas (Estados Unidos) que conduziram a investigação, segundo o site de ciência Science20.

“É provável que as mesmas moléculas sejam utilizadas por outros animais como borboletas ou pássaros”, afirma Jon Pierce-Shimomura, membro da equipa e professor assistente de neurociências na faculdade de Ciências Naturais em Austin. “Isto dá-nos uma primeira base de apoio na compreensão da magnetorecepção noutros animais”, refere.

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