O realizador português Miguel Gomes apresentou este sábado pela primeira vez em Portugal “As Mil e Uma Noites”, o seu mais recente trabalho, um filme que disse ter uma “relação estreita” com o país.

Na sessão de abertura do 23.º festival internacional de cinema Curtas de Vila do Conde, o cineasta elogiou a “iniciativa insólita” do evento de curtas-metragens de começar a programação com um filme que tem, no total, seis horas.

O realizador frisou, perante uma plateia que incluía dezenas dos participantes na obra, que o ambiente do filme muda ao longo dos três volumes que o compõem e realçou: “Não consegui fazer melhor, tentei, esforcei-me”.

O primeiro volume de “As Mil e Uma Noites” intitula-se “O Inquieto” e passa-se em diversas localidades portuguesas, começando por Viana do Castelo, dizendo o narrador a dada altura que seria “impossível fazer um filme em Portugal hoje e deixá-los de fora”, numa referência aos trabalhadores dos estaleiros daquele concelho.

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A dada altura, já com múltiplos membros do elenco e da produção em palco, Miguel Gomes pergunta: “Há alguém aí que tenha trabalhado no filme? (…) Toda a gente que entrou no filme venha para aqui”.

O realizador lembrou que, para muitas das pessoas, esta seria a primeira vez que teriam oportunidade de assistir à obra, pelo que deixou a ressalva: “Se me quiserem insultar eu estarei à saída e falaremos”.

Para concluir, Miguel Gomes lembrou que a primeira vez que exibiu um filme foi há 16 anos, rejeitando, portanto, a designação que disse ainda ver na comunicação social de “jovem realizador”.

O festival internacional de cinema Curtas de Vila do Conde começou hoje, com a antestreia nacional do mais recente filme de Miguel Gomes, “As Mil e Uma Noites”, num programa que conta com 221 filmes.

O 23.º Curtas vai decorrer até domingo 12 de julho, e terá, na competição nacional, nomes como Sandro Aguilar, Salomé Lamas, Filipa César, Jorge Quintela, João Rosas, Basil da Cunha e Luís Alves de Matos.