O Grande Prémio do 23.º Festival de Curtas de Vila de Conde, que termina este domingo, foi atribuído a “Mined soil”, da realizadora portuguesa Filipa César.
“Mined Soil” é um projeto documental e experimental que faz a ligação entre o processo de independência da Guiné-Bissau e as pesquisas do político e agrónomo guineense Amílcar Cabral em Portugal. O filme de 33 minutos deu origem a uma exposição, inaugurada em 2013 na Noruega, e foi apresentado este ano no Festival Internacional de Cinema de Roterdão.
“Este trabalho chama a nossa atenção para questões macroeconómicas contemporâneas no seguimento das crises europeias, em que países como a Grécia e Portugal têm sido obrigados a procurar riqueza de novas maneiras que podem ter consequências sociais e ambientais profundas”, pode ler-se no site do festival. Filipa César conta “não só a história destes 47 km2 de paisagem portuguesa – entre tantas outras ausentes da atenção dos media –, mas fala também das operações neocolonialistas que voltam a atacar o solo europeu”.
Na Competição Nacional, o Prémio para o Melhor Filme foi para “Maria do Mar”, de João Rosas, que conta o fim de semana de dois irmãos e os seus amigos, na zona rural de Sintra, nos arredores de Lisboa.
O nomeado do Festival para os Prémios de Cinema Europeu/2015, na categoria de Melhor Curta-Metragem, é “Kung fury”, de David Sandberg, da Suécia, que venceu também o Prémio do Público.
Na Competição Internacional foram ainda entregues o Prémio Ficção a “Beech Week”, de David Raboy, dos Estados Unidos, Prémio Documentário Manoel de Oliveira a “Bear”, de Pascal Florks, da Alemanha, o Prémio de Animação, a “Mynarski chute mortelle”, de Matthew Rankin, do Canadá, e o Prémio Experimental, que distinguiu “The dent”, de Basin Magdy, do Egito.
Na Competição Curtinhas, o Prémio para o Melhor Filme, no valor de mil euros, foi para “The present”, de Jacob Frey, da Alemanha, tendo sido distinguidos, com menções honrosas, “Frenemy”, de Vera Lalyko, também da Alemanha, e “A single life”, de Job Roggeveen, Joris Oprins e Marieke Blaauw, da Holanda.
A curta de quatro minutos “Movin up – X-Wife”, de André Tentugal (também músico dos We Trust) arrecadou o Prémio Vídeo Musical, no valor de 750 euros.
Na Competição Nacional, além de “Maria do mar”, foram distinguidos três outros filmes. O Prémio do Público foi para “Amélia & Duarte”, de Alice Eça Guimarães e Mónica Santos, uma coprodução luso-alemã, que recebeu também o Prémio Canal Plus.
O Prémio para Melhor Realizador foi para Margarida Lucas, pelo filme “Rampa”.
O Festival, que se iniciou no passado dia 04 e que exibiu 221 filmes, entregou a “Bétail”, de Joana de Sousa, de Portugal, quatro galardões, designadamente os prémios Instituto Português do Desporto e Juventude, Smiling, Agência da Curta Metragem e Restart, no valor total de 2.600 euros.
“Sala vazia”, de Afonso Mota, também de Portugal, recebeu uma menção honrosa.