Ai Weiwei é um dos homens mais vigiados pelas autoridades de Pequim. Em 2010, o artista e ativista chinês foi colocado em prisão domiciliária e acabou detido um ano mais tarde. Desde essa altura que estava proibido de sair do país — mas em julho passado foi-lhe devolvido o passaporte. Com o documento na mão, Weiwei foi logo de viagem. Esteve ausente durante dois meses e visitou várias cidades europeias. Em Londres, organizou uma grande exposição, que está patente na Royal Academy of Arts até 13 de dezembro. Quando voltou a casa, em Pequim, encontrou algo inesperado.
Segundo conta o The New York Times, o artista descobriu uma série de aparelhos de escuta na sua casa e no seu estúdio. Ai Weiwei fotografou um emaranhado de fios elétricos e o que parece ser um desses aparelhos pendurado na tomada elétrica — e publicou as imagens na sua conta do Instagram.
Para além das fotografias, Ai Weiwei publicou ainda um vídeo onde acende uns pequenos foguetes dentro de um balde de plástico junto às escutas. O objetivo parece ter sido o de fazer o máximo de ruído para quem estava do outro lado.
À CNN, o artista afirmou que a instalação era profissional: “Só pode ter sido um trabalho da polícia ou dos serviços de segurança”. Ai Weiwei não sabe quando é que as escutas foram colocadas, mas admite a hipótese de isso ter acontecido há algum tempo.