O Grupo Lobo anunciou que conseguiu a verba para adquirir o terreno no Gradil, Mafra, onde está implantado o seu Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI), único no país e que em 2012 correu o risco de desaparecer.
Três anos depois de ter lançado a campanha internacional “Não deixe os lobos sem abrigo” para angariar donativos, o presidente do Grupo Lobo, Francisco Fonseca, afirmou à agência Lusa que conseguiu arrecadar os 157 mil euros, estando a organização em condições de avançar com a compra e com a escritura do terreno.
“A aquisição do terreno garante o futuro do CRLI,”, onde estão agora 14 lobos, sublinhou.
Depois de se tornar proprietário do terreno, o Grupo Lobo tem como projetos “melhorar as condições de visitação e as estruturas de receção aos visitantes, a pensar sobretudo nas crianças e no inverno”.
Outro dos projetos passa pela criação de um percurso com pontos de paragem onde os visitantes vão encontrar explicações sobre temáticas relacionadas com os lobos.
Francisco Fonseca adiantou que o objetivo “é potenciar a divulgação do centro e aumentar as visitas sem abdicar do bem-estar dos animais”.
O centro recebe por ano cerca de cinco mil visitantes. Com estes projetos, o Grupo Lobo estima poder aumentar em 50% esse número. “A comunidade pode ajudar o centro, visitando-o”, sublinhou.
A manutenção do centro, onde chegam lobos encontrados em cativeiros ilegais ou vítimas de armadilhas ou de maus tratos, é uma garantia da preservação da espécie em todo o mundo e do último grande carnívoro existente em Portugal.
O espaço foi cedido de forma gratuita por privados, que em 2012 quiseram a sua devolução. Na iminência de sair, colocando em risco a falta de abrigo dos lobos, o grupo negociou a compra do terreno e tem até 2016 para concretizar a aquisição.
Um problema que veio juntar-se à quebra de visitantes devido à crise.
O Grupo Lobo, associação não-governamental sem fins lucrativos, comemora este ano os 30 anos. Fundado em 1985 para trabalhar a favor da conservação do lobo e do seu ecossistema em Portugal, gere o CRLI, o único abrigo do lobo ibérico em Portugal criado há 28 anos para evitar o abate ou o realojamento dos lobos em jardins zoológicos.