O PS acusou hoje o PSD de fazer “o mal e a caramunha” na negociação orçamental entre Portugal e Comissão Europeia, designadamente no que respeita ao ajustamento estrutural, e considerou falso que exista um impasse nas negociações.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas por João Galamba, porta-voz e membro do Secretariado Nacional do PS, numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas e que se destinou a responder às críticas feitas pelo PSD sobre a real credibilidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2016.

João Galamba acusou o PSD de estar a comportar-se no processo de negociação entre Portugal e a Comissão Europeia “como se quisesse fazer o mal e a caramunha”.

“Neste momento, o cerne da questão é apenas um, não o valor do défice, não a credibilidade do Orçamento, mas sim, e apenas, o ajustamento estrutural que o Governo de PSD e CDS-PP mostraram ser incapazes de fazer. Pior do que isso, não apenas não o fizeram, como apresentaram em Bruxelas como estruturais e permanentes cortes de salários, pensões e sobretaxa sobre o IRS, que sempre disseram aos portugueses tratar-se de medidas excecionais e temporárias”, sustentou o dirigente socialista.

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O membro do Secretariado Nacional do PS declarou ainda ser “falso que haja agora um impasse nas negociações entre Portugal e a Comissão Europeia, por muito que o PSD gostasse que isso acontecesse”.

“As negociações continuam, reconhecendo-se que são difíceis e complexas. Este é o momento de deixar trabalhar o Governo de Portugal com serenidade na defesa dos interesses portugueses”, advertiu João Galamba.

João Galamba acusou depois o anterior executivo PSD/CDS-PP de ter mentido e vendido “lebre por gato à Comissão Europeia e gato por lebre às famílias portuguesas”.

“A negociação em curso entre Portugal e a Comissão Europeia é um processo de negociação normal, que já se verificou com outros países como França, Itália e brevemente ocorrerá com Espanha. Ao contrário do que sucede em Portugal, não consta que nesses países a oposição faça claque contra os interesses dos seus povos, tentando limitar a margem de manobra negocial dos respetivos governos”, afirmou ainda o dirigente socialista.