A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) anunciou que um meteoro explodiu sobre o oceano Atlântico, libertando uma energia equivalente a 13 mil toneladas de TNT, pouco menos que a quantidade de energia produzida pela bomba que caiu em Hiroshima na II Guerra Mundial. Esta é a maior explosão detetada pelos cientistas desde que um outro meteorito caiu na cidade de Chelyabinsk, nos montes Urais (Rússia), ferindo centenas de pessoas em 2013.

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Posição relativa da explosão a 6 de fevereiro de 2016. Imagem: Google Maps

Não há registo de imagens deste fenómeno, porque aconteceu a 1850 quilómetros a sudeste do Rio de Janeiro (Brasil) e a 31 quilómetros de altura sobre o Oceano Atlântico. O corpo, com sete metros de diâmetro, movia-se a 15,5 quilómetros por hora e foi encontrado a 6 de fevereiro pela NASA, através de um programa de reconhecimento de asteróides chamado NEO, que funciona através de uma frota de satélites militares. Estes eventos com “bolas de fogo” não são raros e são monitorizados pela agência espacial norte-americana, que mantém uma lista das ocorrências para estudar as suas características.

A explosão de um meteoro com estas características não costuma representar perigo para a vida na superfície terrestre. A atmosfera da Terra consegue desintegrar a maior parte dos objetos de grandes dimensões: quando os corpos celestes entram na atmosfera a grandes velocidades, os gases que a compõem comprimem produzindo calor. Esse calor vai destruir a matéria que compõe os meteoros, impedindo que eles cheguem ao chão.

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Um meteoroide é um corpo celeste rochoso mais pequeno que um asteroide (que normalmente orbitam o sol entre Marte e Júpiter) que viaja no espaço. Quando o meteoroide atinge a atmosfera terrestre passa a chamar-se meteoro. Normalmente os meteoros são eliminados pela atmosfera da Terra, que funciona como um escudo. Caso ele consiga resistir ao atrito dos gases atmosféricos e conseguir chegar à superfície passa a chamar-se meteorito.

A atmosfera é um escudo que consegue proteger a Terra de corpos muito grandes, com uma extensão até 100 metros. A maior parte desses corpos é composto por gelo, por isso não representam perigo. Raramente a composição desses corpos celestes preocupa os cientistas: a última vez que um meteoro causou danos alarmantes foi há mais de 100 anos, quando um meteorito com dezenas de metros explodiu a 10 quilómetros de altitude na Sibéria, libertando mil vezes mais energia que o corpo que explodiu este mês no Atlântico. Na altura, o fenómeno não provocou mortos, mas a onda de choque afetou populações num raio de 60 quilómetros: a mesma explosão numa zona mais habitada podia resultar em milhares de mortes.

Na madrugada do último domingo, um meteoroide entrou na atmosfera terrestre sobre a fronteira entre Portugal e Espanha, junto a Barrancos. O objeto viajava a 12 mil quilómetros por hora, mas desintegrou-se antes de chegar ao chão. Ainda assim produziu um espetáculo de fogo que foi detetado pelo Observatório de La Hita (Toledo).