O ministro da Cultura, João Soares, afirmou, na Assembleia da República, que, na segunda-feira, demitirá o presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), António Lamas, caso este não se demita até lá.
“Eu acho que o presidente do CCB tem de sair. E se não sair, eu, na segunda-feira, seguramente o demitirei, usando os instrumentos legais de que disponho”, disse João Soares, no âmbito da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2016.
Sobre a pessoa que pretende ver no lugar de António Lamas, e sem a nomear, João Soares afirmou que é “uma solução alternativa, capaz, de alguém com experiência, bastante mais jovem, com provas dadas, nomeadamente ao nível de responsabilidades públicas num ministério”, que já foi tutelado por Gabriela Canavilhas, atualmente deputada.
“Terá de haver uma mudança, o CCB tem de funcionar como a referência cultural que não foi nos últimos quatro anos”, disse.
Quanto a António Lamas, nomeado presidente do CCB em setembro de 2014, João Soares afirmou que não tem “a menor das hostilidades do ponto de vista pessoal”, mas lamentou “uma gestão pouco prudente”, dando como exemplo que “seis milhões [de euros} das reservas foram gastos nos últimos tempos”.
Em causa, nesta discordância entre António Lamas e João Soares, está o projeto de gestão integrada do chamado “eixo Belém-Ajuda”, cuja estrutura de missão foi extinta na semana passada em Conselho de Ministros.
Hoje, em declarações ao jornal Público, António Lamas garante que “ainda” é o presidente do CCB e que não pensa demitir-se.