O Prémio Vida Literária 2015/1016, dotado de 22.500 euros, foi atribuído ao escritor Manuel Alegre, anunciou a Associação Portuguesa de Escritores, que institui o galardão.
“A direção, constituída em júri, como desde sempre nesta iniciativa, deliberou por unanimidade, considerando o longo percurso literário do autor, de um tempo prévio a ‘Praça da Canção’, à atualidade, [com] ‘Uma outra memória'”, um percurso “muito premiado e reconhecido pelos leitores e pela crítica, em termos que tornam inconfundível a sua presença de poeta, narrador, cronista, ensaísta, na esfera cultural do país” atribuir o galardão ao Manuel Alegre, lê-se no comunicado hoje divulgado.
Nas doze edições anteriores, foram distinguidos Miguel Torga, José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Óscar Lopes, José Cardoso Pires, Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Cesariny de Vasconcelos, Vítor Aguiar e Silva, Maria Helena da Rocha Pereira, João Rui de Sousa e Maria Velho da Costa.
“A cerimónia de entrega do prémio será oportunamente anunciada”, afirma a associação, em comunicado.
Hoje também foi divulgado que o autor de “Cão como nós” irá receber, em maio próximo, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
O escritor tem recebido vários prémios literários nacionais e internacionais e preside ao Prémio LeYa de Literatura, desde a sua criação, em 2008.
Manuel Alegre é o único autor português incluído na antologia “Cent poèmes sur l’exil”, editada pela Liga dos Direitos do Homem, em França (1993). Em abril de 2010, a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas.
Em 1998, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, pelo livro “Senhora das tempestades”, que lhe valeu também o da Crítica Literária atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários, e, no mesmo ano, recebeu o Prémio de Literatura Infantil António Botto, pelo título “As naus de verde pinho”.
Pelo conjunto da sua obra, foi distinguido com o Prémio Pessoa, em 1999, ano em que também recebeu o Prémio Fernando Namora, pelo romance “A terceira rosa”.
Em 2007, a Fundação Inês de Castro de Coimbra deu ao autor de “Praça da canção”, pela totalidade da sua obra, o Tributo Consagração e, no ano seguinte, a Fundação da Casa de Mateus atribuiu-lhe o Prémio D. Dinis, pelo livro “Doze Naus”.
Manuel Alegre foi eleito, em 2005, sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa.
O autor de “As Naus de Verde Pinho: Viagem de Bartolomeu Dias contada à minha filha Joana” recebeu, por parte da República Portuguesa, a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1989, a Estrela dos Combatentes pela Liberdade, Ordem da ex-Jugoslávia (Jugoslovenske Zvesde sa Zlatnim Vencem), é comendador da Ordem de Ouissam Alaoui, de Marrocos, da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha, e Grande-Oficial da Ordem de Bernardo O’Higgins, do Chile.
O poeta foi igualmente distinguido com a Ordem do Mérito Nacional da Argélia, é Grande-Oficial da Ordem Stella Della Solidarietá Italiana, tem o 1.º Grau da Ordem de Amílcar Cabral, de Cabo Verde, e recebeu ainda as medalhas de Mérito do Conselho da Europa, de que é Membro Honorário, da cidade de Veneza e de Pádua, em Itália, sendo cidadão honorário da segunda, e ainda as medalhas de ouro de Águeda, onde nasceu, e de Coimbra, onde estudou.