Tem entre 25 e 35 anos e fundou uma startup tecnológica? Então, o Start Tel Aviv pode ser para si. O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita quer distinguir 30 mulheres da área tecnológica, em setembro, com uma experiência de cinco dias no ecossistema de startups da capital – aquele que Dan Senor e Saul Singer consideraram “o milagre económico de Israel”, no livro “Start-up Nation”. E as candidaturas começaram esta segunda-feira. Até 20 de maio, as mulheres que queiram representar Portugal na final podem candidatar-se aqui.
“Portugal está a tornar-se num ecossistema de startups e de inovação muito dinâmico e vibrante. A portuguesa que vencer a competição cá vai juntar-se a uma delegação de 30 empreendedores de todo o mundo e participar numa das conferências mais importantes para empreendedores e investidores em Israel, a DLD, e ter a oportunidade de conhecer várias pessoas importantes no ecossistema israelita ou fora”, explicou ao Observador a embaixadora de Israel em Portugal, Tzipora Rimon.
Afirmando que “Israel é considerado um dos melhores países no mundo para lançar uma startup“, a embaixadora explica que um dos objetivos da competição passa por fomentar a ligação entre empresas portuguesas e israelitas. “Queremos que os empreendedores e inovadores destes dois países se conheçam e aprendam uns com os outros na DLD. Achamos que é desta forma que podem começar a colaborar e a desenvolver novas ideias”, afirmou.
Com a iniciativa – que vai na quinta edição – o governo israelita quer aumentar “a exposição do país como centro de inovação e solução tecnológicas”. De acordo com o Wall Street Journal, Telavive está a tornar-se num hub tecnológico líder na Europa, apesar de Londres, Berlim, Paris e Dublin também estarem na corrida. Quase metade das empresas tecnológicas de topo compraram startups ou abriram centros de Investigação & Desenvolvimento no país: 200 são dos EUA, como a IBM, Cisco, Intel, Apple e Facebook”, afirmou ao Observador a embaixadora.
As candidaturas ao Start Tel Aviv estão a decorrer em simultâneo em 30 países diferentes e, entre 25 e 29 de setembro, as vencedoras de cada país vão ter a oportunidade de participar no festival de inovação de Telavive, o DLD. As startups fundadas pelas mulheres em competição devem estar numa fase de investimento inicial, o chamado “investimento semente”. É a primeira vez que Portugal participa.
“A economia de hoje, especialmente no setor tecnológico, é global, quase sem barreiras entre países e culturas. Israel quer partilhar conhecimento e as capacidades que desenvolveu ao longo dos anos com estados que se assemelham à sua forma de pensar”, explica Tzipora Rimon ao Observador.
À procura de mulheres que liderem ou tenham fundado uma startup que possa “fazer a diferença em Portugal e no mundo”, no futuro, a embaixadora adianta que a vencedora da competição portuguesa deverá ter um produto que contribua para a internacionalização do país e que, talvez, “impulsione as relações económicas entre Israel e Portugal”.
“Israel é um país que se tornou inovador porque precisava de soluções, muitas vezes num espaço muito curto de tempo e pelas necessidades que eram criadas pela nossa situação geopolítica e independência. Conseguimos passar de um país em desenvolvimento para um país desenvolvido com uma indústria hi-tech muito forte. Também aprendemos a dar aos nossos empreendedores o apoio necessário para transformar as suas ideias inovadoras em negócios rentáveis”, explicou a embaixadora.