O tráfico ilegal de recursos naturais e do marfim está a ser feito à “escala industrial”, de que resulta a extinção de espécies, alertou esta terça-feira a ONU, na apresentação de um relatório em Viena.
Segundo John Scanlon, secretário-geral da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestre (CITES), “o tráfico ilegal de espécies é um problema de natureza global e de escala industrial, levado a cabo por organizações criminosas transnacionais”.
A declaração foi feita durante a apresentação do relatório sobre o tráfico ilegal de recursos naturais, apresentado por Yury Fedotov, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC, na sigla em inglês).
Sublinhando os efeitos negativos do crime — corrupção, instabilidade, violência, e violência armada -, Yury Fedotov disse ser preciso apoiar os países “vulneráveis” para se poderem desenvolver de maneira sustentável e, por outro lado, “reduzir a procura” deste tipo de produtos nos países compradores.
Nesse sentido, a ONU quer apostar na educação e divulgação, desmentindo as alegadas propriedades medicinais ou afrodisíacas atribuídas a alguns recursos, como o corno de rinoceronte.
Num relatório a divulgar posteriormente, a ONU espera chegar ao valor monetário envolvido na prática destes crimes.
No documento divulgado esta terça-feira, a ONU apela para que os governos adotem medidas legislativas de criminalização do tráfico de fauna e flora, além de colaborar com a UNODC na proteção das espécies ameaçadas.
Segundo a ONU, entre 1999 e 2015 foram feitas 164.000 apreensões de marfim, corno de rinoceronte ou madeiras tropicais em 120 países.