O Brasil caiu este ano seis posições no ranking mundial da competitividade do Fórum Económico Mundial, divulgado esta quarta-feira, depois de no ano passado já ter registado uma queda de 18 lugares.

De acordo com dados do Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do Fórum Económico Mundial, divulgado esta quarta-feira, o Brasil surge este ano na 81.ª posição do índice, que abrange 138 países, quando no ano passado estava no 75.º lugar entre 140 países.

No entanto, mantém-se inalterada, em 4,1 pontos, a pontuação do país no índice – que avalia 12 pilares, como educação, mercado financeiro ou inovação, com classificações de 1 a 7.

“No contexto do impacto negativo dos choques económicos e instabilidade política, o Brasil cai seis posições, para o 81.º lugar. Isto deve-se sobretudo à deterioração dos mercados de mercadorias, laboral e financeiro”, pode ler-se no relatório do Fórum Económico Mundial.

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Também no pilar ‘Instituições’, “a segurança deteriorou-se, assim como a perceção da qualidade da administração do setor público”, acrescentam os autores do documento.

Não obstante, o Brasil melhorou em áreas como a proteção dos direitos de propriedade e nas medidas contra o tráfico de influências.

“A recuperação após a dura queda do ano passado reflete provavelmente a luta contra a corrupção e a independência judicial” no Brasil, cuja incerteza política e situação financeira difícil “impedem a consolidação de uma agenda de competitividade pró-crescimento na maior economia da América Latina e Caraíbas”.

Os analistas do Fórum Económico Mundial recordam que o Brasil vive atualmente um período de recessão, com taxas de crescimento económico que passaram de uma média de 4,5% entre 2006 e 2010 para 2,1% entre 2011 e 2014, segundo o Banco Mundial.

Para 2015 e 2016, as previsões apontam para crescimento negativo.

Segundo o Inquérito de Opinião dos Empresários, realizado junto de mais de 14 mil líderes empresariais em matérias relacionadas com a competitividade nacional, os fatores percecionados como mais problemáticos quando se faz negócios com o Brasil são a taxa fiscal (15,9%), a corrupção (13,6%), a regulação fiscal (12,5%) e a burocracia (11,9%).

Com 138 países analisados, o índice mundial de competitividade é liderado pela Suíça, com 5,81 pontos, Singapura (5,72) e Estados Unidos (5,70).

Entre os últimos surgem o Iémen (2,74 pontos), a Mauritânia (2,94) e o Chade (2,95).

O Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do Fórum Económico Mundial é hoje apresentado em Lisboa pela PROFORUM, Associação para o Desenvolvimento da Engenharia, e pelo FAE, Forum de Administradores e Gestores de Empresas, numa sessão pública na AESE Business School.

A PROFORUM, a FAE e a AESE realizam em Portugal o Inquérito de Opinião dos Empresários para o Fórum Económico Mundial.