A equipa de investigadores liderada pela Holanda concluiu que o sistema de mísseis terra-ar usado para abater um avião da Malaysia Airlines que viajava de Amesterdão para o Kuala Lumpur há dois anos, matando 298 pessoas, era russo, estava localizado na Rússia e foi enviado para a Ucrânia a pedido de rebeldes separatistas ucranianos apoiados pelo Governo russo, tendo regressado à Rússia na mesma noite, avança o New York Times.

Em julho de 2014, um avião da Malaysia Airlines sobrevoava a Ucrânia, num voo de Amsterdão para o Kuala Lumpur, quando a cerca de 50 quilómetros da fronteira com a Rússia a comunicação foi interrompida. O avião acabaria por cair perto de Donetsk Oblast, na Ucrânia, a 40 quilómetros da fronteira com a Rússia.

As razões da queda do avião, que aconteceu numa altura em que se travava uma batalha pelo controlo da região, foram analisadas por uma equipa liderada por investigadores holandeses – o MH17 era um voo operado em conjunto com a KLM, a companhia aérea holandesa -, que concluíram que houve mão do governo russo no ataque.

O relatório confirma o papel da Rússia não apenas na disponibilização da arma, um poderoso sistema antimíssil terra-ar, usada para abater o avião, mas também na tentativa de esconder a responsabilidade do incidente.

Poucos depois da queda do avião, os investigadores holandeses queixaram-se da obstrução dos russos no acesso ao local e na devolução dos corpos encontrados. Agora, a conclusão da equipa com procuradores da Holanda, Austrália, Bélgica, Malásia e Ucrânia, deverá não só abrir uma longa disputa diplomática com a Rússia, mas também apresentar provas necessárias admissíveis em tribunal, e construir um caso que possa implicar diretamente a Rússia.

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