Desde setembro que Allan Lichtman, historiador de política americana da Universidade Americana de Washington, sabe que Donald Trump seria o próximo candidato a sentar-se na Resolute Desk. Na verdade, há trinta anos que o palpite não lhe falha e nem sequer precisa de truques mágicos para desvendar o futuro: basta utilizar o sistema que Lichtman inventou e que estuda a evolução das tendências de voto desde a independência dos Estados Unidos. Esse sistema pode ser consultado no seu novo livro, “Predicting the Next President: The Keys to the White House 2016“.
Claro que muito mudou desde que Allan Lichtman faz as suas análises, mas a fórmula que este professor universitário criou não se baseia nos acontecimentos do presente: todo ele depende apenas do passado. Basta responder a treze perguntas do tipo “verdadeiro ou falso”: se a resposta a seis dessas perguntas forem falsas, então o partido a que se referem vai perder as eleições presidenciais.
Desde 1984 queo sistema funciona e é posto em prática, depois de Lichtman ter feito um estudo com base nos resultados eleitorais entre 1860 e 1980. As perguntas do modelo são maioritariamente referentes à passagem que cada um dos partidos fez pela Casa Branca em mandatos anteriores.
Allan Lichtman admite que, nestas eleições, os resultados não chegaram tão cedo quanto esperava. Até setembro, sempre que o professor testava o sistema referindo-se ao partido democrata (de Hillary Clinton), as respostas às perguntas só eram negativas em cinco das treze perguntas. Ou seja, um resultado inconclusivo.
Mas tudo mudou quando Lichtman passou a analisar o candidato liberal Gary Johnson, cujos bons resultados foram vistos como um sinal de descontentamento para o partido democrata, que esteve até agora na Casa Branca. Estava então descoberta a sexta resposta negativa. E também o próximo presidente dos Estados Unidos.
Sim, mas significará isso que os escândalos sexuais e as opiniões pouco ortodoxas de Donald Trump não têm peso na fórmula? Ao Washington Post, Allan Lichtman afirma que nenhum comportamento do candidato republicano tem influência em qualquer pergunta prevista pelo sistema e, portanto, não implica de modo algum com o resultado final.
Pelos vistos, teve razão. Pela oitava vez consecutiva.