A autarquia de Lisboa vai assumir a gestão da empresa pública que tem a rede de autocarros da cidade, a Carris, e o memorando de entendimento entre o Governo e a Câmara foi assinado esta segunda-feira, com duas novidades que já tinham sido entretanto adiantadas pelo presidente da Câmara Fernando Medina: os mais novos vão ter passes gratuitos e os mais velhos vão ver o valor dos passes reduzidos em mais de 40%.
A medida foi antecipada por Medina ao Correio da Manhã (notícia apenas disponível na versão paga do jornal), com o autarca a explicar que as crianças entre os 4 e os 12 anos vão ter direito a um passe social gratuito. Segundo as contas do jornal, esta medida irá que um casal com dois filhos poupe 642 euros por ano com este título de transporte. Entre os 13 e os 18, o valor do passe fica, como hoje, nos 26,75 euros mensais.
Para a terceira idade, o passe sénior passará a custar 15 euros, numa redução significativa de preço: o valor atual deste título é de 26,75 euros. A poupança anual dos utilizadores pode chegar aos 141 euros. O presidente da Câmara de Lisboa justificou esta revisão de preços com o impacto dos preços dos transportes para os mais velhos nos últimos anos. “Traduziram-se em custos elevados e atingiram sobretudo os mais velhos”, diz o autarca ao jornal.
Além disso, Medina também anunciou que vai criar uma nova rede de transporte, nos bairros de Lisboa, com 21 novas carreiras, para facilitar as deslocações dos mais velhos entre pontos como centros de saúde, mercados, farmácias, escolas ou zonas comerciais. O primeiro bairro a receber esta rede será Marvila.
A empresa terá também a circular 250 novos autocarros nos próximos três anos, num investimento de 60 milhões de euros, vai diminuir em 40% das emissões poluentes, 220 contratar motoristas e criar 21 novas linhas.
“Temos uma visão estratégica para os próximos cinco anos”, disse Fernando Medina, acrescentando estar consciente de que as mudanças não vão acontecer “num mês ou num ano”.
A Câmara Municipal de Lisboa assume a gestão da Carris a partir de 1 de janeiro de 2017. A assinatura do memorando aconteceu depois do atual Governo ter anulado subconcessão a privados da empresa de transportes públicos de Lisboa, o que aconteceu em janeiro deste ano.
Artigo atualizado às 11h50, com mais anúncios feitos durante a assinatura do memorando que aconteceu entretanto.