A NASA descobriu dois buracos negros extremamente massivos nas proximidades da nossa galáxia, desvendou este domingo a agência espacial norte-americana num encontro da Sociedade Americana de Astronomia. O anúncio chega apenas uma semana depois de a equipa do Observatório Chandra ter revelado a descoberta de um “enxame” com milhares de buracos negros naquela que é a maior concentração destes corpos alguma vez observada.

De acordo com os dados recolhidos através do Conjunto de Telescópio Espetroscópico Nuclear (NuSTAR), um desses buracos negros está a 170 milhões de aos-luz da Via Láctea, mas o mais próximo está a apenas 38 milhões de anos-luz da nossa galáxia. Embora pareçam distâncias extremamente longas, em termos astronómicos isto significa que os buracos negros supermassivos estão “no nosso jardim cósmico”, tal como descreveram os cientistas. Ady Annuar, um dos investigadores, descreve estes buracos negros como “monstros escondidos debaixo da nossa cama”.

Estes buracos negros estão no centro de núcleos galáticos ativos, corpos celestes extremamente brilhantes e energéticos da mesma família que os quasares e os blazares. Pudemos vê-los agora porque as partículas que compõem esses núcleos emitem radiação em todo o espetro de energia eletromagnética, tornando-os extremamente quentes. Mas como estão rodeados de uma grande nuvem de gás e poeira, ela pode bloquear a chegada dessa energia até nós, tornando a sua observação mais difícil.

Outra equipa descobriu ainda que o buraco negro mais próximo de nós tem nas vizinhanças uma galáxia com muitas estrelas acabadas de nascer — têm no máximo cinco milhões de anos, enquanto o Sol tem cinco mil milhões de anos. Isto causou estranheza aos cientistas: como podem as estrelas continuar a nascer se o buraco negro suga a nuvem de gás e poeira que é o seu berço?

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