O ministro da Educação timorense e dirigente do Partido Democrático (PD), António da Conceição, disse, esta sexta-feira, à Lusa que aceitou a nomeação do seu partido para se apresentar como candidato às eleições presidenciais de 20 de março próximo. “Tivemos um encontro alargado do partido na quinta-feira com a presença das representações municipais, fizemos várias análises e consideramos que é importante o Partido Democrático propor um candidato às eleições presidenciais”, disse à Lusa António da Conceição. “Todos eles nomearam-me e deliberaram que eu seria o candidato e por isso decidi aceitar e vou-me candidatar”, afirmou.

A candidatura de António da Conceição às eleições presidenciais é a quarta, somando-se às do atual presidente da Fretilin, Francisco Guterres (Lu-Olo), de António Maher Lopes (Fatuk Mutin), apoiado pelo Partido Socialista de Timor (PST), e à de José Neves, ex-vice-comissário da Comissão Anticorrupção (CAC), que se apresenta como independente.

Esta semana o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense e atual deputado da Frente Mudança (FM), José Luís Guterres, também disse à Lusa que se vai apresentar como candidato independente às eleições presidenciais de 20 de março em Timor-Leste.

José Ramos-Horta, ex-Presidente da República, confirmou à Lusa esta semana que não é candidato às eleições deste ano apesar de apelos de vários quadrantes nesse sentido. O único partido com representação parlamentar que não terá um candidato próprio ou um que apoie oficialmente é o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), com o presidente do partido, Xanana Gusmão, a dever apoiar a candidatura de Lu-Olo.

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António da Conceição explicou à Lusa que a sua plataforma de campanha assenta, a nível interno, no esforço de “unificação e consolidação das instituições do Estado”, analisando formas da Presidência “colaborar com o Governo para continuar o processo de desenvolvimento do país”. “Tendo em conta a situação atual de Timor-Leste, que ainda está na fase de desenvolvimento, vamos querer continuar a reforçar as instituições, especialmente as forças armadas para que possam exercer as suas funções institucionais, no âmbito da manutenção da estabilidade nacional”, disse ainda.

Em termos internacionais o ministro timorense quer continuar a trabalhar “para vincar a marca de Timor-Leste no mundo”, focando-se em aspetos como a adesão de Timor-Leste à ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), o “reforço dos laços históricos com a CPLP” (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e a “manter os laços com outros países” vizinhos e com quem Timor-Leste tem já relações fortes.

António da Conceição relembra ainda que o país está a viver o processo de transição dos “fundadores da nação” para uma nova geração de líderes, algo que diz já ter começado ao nível do Governo e noutras instituições. Ministro do Comércio, Indústria e Ambiente desde 2012, assumiu em agosto de 2015, depois da morte do seu antecessor no partido e no Governo, Fernando La Sama de Araújo, o cargo de ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Sociais e ministro da Educação.