Uma “gestão política mais ou menos desastrosa”, ou uma “gestão política péssima”, em que Teresa Leal Coelho foi “vítima das circunstâncias e do contexto”, e terá um resultado que “não vão ficar bem ao líder do partido”. O comentador Luís Marques Mendes voltou a fazer fortes críticas a Pedro Passos Coelho no seu comentário semanal na SIC, desta vez por causa do processo de escolha do candidato do PSD à câmara de Lisboa.

O ex-líder do PSD reconhece que a candidata do seu partido à autarquia da capital é “uma pessoa com qualidades, combativa, frontal, com grande experiência política e parlamentar” e que pode agradar a setores da esquerda “porque tem posições diferentes do que é tradicional no PSD em temas fraturantes”. Mas trata-se de “uma escolha solitária do líder, uma pessoa do seu círculo mais íntimo, do círculo pessoal e político”, agravada porque “demorou uma eternidade. Porquê tanto tempo?”, questionou Mendes.

Mais: “Sendo uma decisão tão tardia, criou-se a expetativa de que o líder tinha um coelho da cartola para tirar, que tinha uma surpresa no qual nenhum de nós tinha pensado e não tinha”. Esta forma de escolher uma candidatura tão importante terá consequências na liderança, de acordo com o comentador: “Se correrem bem é mérito do líder. Se correr mal é responsabilidade do líder.”

Mas Marques Mendes não tardaria a vaticinar que as coisas vão correr mal ou muito mal ao PSD em Lisboa, quando disse que “Medina já está eleito, resta saber se é com maioria ou não”. Portanto, vão correr mal a Pedro Passos Coelho. “Não vai ficar bem o líder nem o partido”, afirmou, argumentado que seria “um certo choque o PSD ficar em terceiro lugar em Lisboa”

Para o comentador, a definição da estratégia devia ter começado um ano antes, para quem “o desejável era uma coligação com o CDS”. Com esta configuração de candidaturas, Mendes diz que haverá duas eleições: uma, para saber se Medina tem maioria; a outra, “para saber se quem fica em segundo lugar é Assunção Cristas ou o PSD”.

Marques Mendes sabe o peso que a Câmara Municipal de Lisboa tem no partido, até porque perdeu a liderança do PSD na sequência de uma derrota nas eleições intercalares de 2008 que deram a autarquia a António Costa. Fernando Negrão, um candidato de recurso — depois de uma recusa à última hora de Fernando Seara –, teve apenas 15% e ficou atrás da lista independente de Carmona Rodrigues que já tinha liderado a autarquia em nome do PSD.

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