Ao contrário do que as primeiras suspeitas apontavam, a menina de oito anos que foi encontrada numa floresta na Índia, onde vivia perto de macacos, não deverá ter crescido entre primatas. É nesse sentido que apontam as primeiras conclusões dos médicos que estão a acompanhar a menor de idade. A criança terá cerca de oito anos e a sua identidade ainda está por determinar.

“Quando foi encontrada, ela estava a reagir com violência. Não sabia usar uma sanita, não comunicava. Por isso, assumiu-se que tinha vivido na selva durante muito tempo”, disse ao The Guardian Ankur Lal, diretor clínico no distrito do Bahraich, no Norte da Índia. Porém, as melhorias rápidas do comportamento inicialmente apresentado pela jovem levaram os médicos a admitir que essa conclusão inicial era errada. A teoria mais recente é a de que a menina resgatada da floresta tem deficiências mentais, razão que terá contribuído para o seu abandono por parte da família, ou de quem tratava dela.

“Inicialmente, ela estava a rastejar, mas agora anda normalmente, por isso ela não anda na selva desde que nasceu”, disse o mesmo médico ao The Guardian. “A verdade é que a família não queria tomar conta dela”, acrescentou a ativista pelos direitos das crianças Ranjana Kumari.

Ao mesmo jornal, esta ativista explica o facto de a menina ser do género feminino poderá ter contribuído para a sua família a ter renegado. “Algumas famílias valorizam menos as raparigas em relação aos rapazes”, disse. “São capazes de preferir livrarem-se da rapariga do que gastar dinheiro nela”, explica.

Ainda de acordo com o The Guardian, a menina de cerca de oito anos vai ser transferida para um centro de acolhimento de menores este sábado.

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