Cinco pessoas ficaram feridas esta quarta-feira, duas delas em estado grave, num incêndio provocado por várias explosões na A. J. Monteira, uma fábrica de lavagem de cisternas de camiões da Maia, no Porto. A empresa fica em Vila Nova da Telha, na zona industrial, mesmo ao lado do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Todos os feridos são funcionários da empresa, adiantou o presidente da Junta da Freguesia de Vila Nova da Telha, Joaquim Azevedo. Serão todos homens e sofreram queimaduras. O incêndio, que atingiu “dimensões significativas”, já foi extinto.
A fábrica onde ocorreu o incêndio encontra-se completamente destruída, assim como todos os equipamentos. Quatro viaturas ligeiras que se encontravam estacionadas no parque, e dois camiões cisterna, também arderam.
Ainda não se sabe o que deu origem às explosões, mas podem ter sido provocadas “pelo manuseamento de uma botija de gás”, sugeriu a GNR. As autoridades foram chamadas ao local às 11h30. Testemunhas no local dizem ver “muito fumo preto” vindo da zona industrial da freguesia. O incêndio pode ter sido provocado por um curto-circuito, mas esta informação não foi confirmada pelas autoridades. Dois camiões arderam totalmente na fábrica, que ainda tinham “matérias inflamáveis”, provavelmente produtos químicos, no interior.
45 operacionais e 19 veículos dos Bombeiros Voluntários da Leça de Palmeira, dos Bombeiros Voluntários da Moreira da Maia, de Ermesinde e da GNR estiveram no local. Os operacionais vão permanecer no local porque as cisternas estão com temperaturas muito altas. Já não há perigo para a população nem para as empresas vizinhas.
Também já não há perigo de novas explosões. Os dois feridos em estado grave – dois homens, um de 49 e outro de 45 anos – e um dos feridos ligeiros – homem de 35 anos – foram transportados para o Hospital de São João pelo INEM. Os restantes foram assistidos no local e depois levados para o Hospital de Gaia. Os dois feridos ligeiros eram também do sexo masculino, um com 19 anos e o outro com 49 anos, como confirmou o INEM.
Dos feridos, quatro são colaboradores e um é motorista de um dos camiões. A empresa, que tinha 11 trabalhadores no total, estava em situação irregular e tinha problemas jurídicos. A Câmara Municipal sabe que a fábrica “não obedece ao que está estipulado” e não tinha licenciamento, contou aos jornalistas o Vereador da Proteção Civil da Câmara da Maia, Mário Neves. A fábrica vai encerrar e mudar-se para novas instalações na mesma zona industrial.
O trânsito está cortado no sentido Lavra – Maia, antes de se entrar no túnel que faz a ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Foi avaliada a necessidade de alterar o tráfego aéreo durante um determinado período de tempo, mas concluiu-se não haver qualquer risco de interferência na operação. Não houve, por isso, qualquer alteração nas chegadas e partidas de aviões, confirmou ao Observador fonte do gabinete de comunicação da ANA. Os bombeiros dizem estar em contacto direto com o aeroporto, que disponibilizaram, num raio de 200 metros, toda a água de que os bombeiros pudessem necessitar.