A ONU alertou esta sexta-feira que os combates entre a milícia tribal Kamwina Nsapu e as forças da República Democrática do Congo (RDC) provocaram, desde agosto, 400 mortos, dois dos quais trabalhadores humanitários, e um milhão de deslocados.

A onda de violência, que forçou 600.000 crianças a fugirem do local onde viviam, localiza-se na região do Kasai Central, uma das mais pobres do país e onde se concentram as ações da milícia contra as instituições do Estado.

A remota região de Kasai tem sido palco de violência desde meados de agosto, quando as forças do governo mataram Kamwina Nsapu, um chefe tribal e líder de milícias que se rebelaram contra o governo do presidente Joseph Kabila.

O recrudescimento dos confrontos nos primeiros três meses deste ano levou a um aumento considerável do número de deslocados, disse o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Christophe Boulierac, numa conferência de imprensa.

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Segundo a UNICEF, mais de 1,5 milhões de crianças foram afetadas pelo conflito, onde algumas participam.

De acordo com o representante interino da agência na RDC, Tajudeen Oyewale, pelo menos 2.000 menores foram recrutados pela milícia.

O trabalho conjunto da UNICEF e das autoridades congolesas permitiu o resgate de 384 menores que integravam a fileira dos rebeldes, disse Oyewale.

Por outro lado, a UNICEF registou 28.000 casos de má nutrição grave entre as crianças da região e apenas conseguiu recolher 3,5 dos 20,6 milhões de dólares (3,2 de 19,2 milhões de euros) solicitados para dar resposta à situação.